OpiniãoEditorialE agora, Palmeiras?

E agora, Palmeiras?

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A derrota por 6 a 0 para o Coritiba expôs, novamente, a fragilidade do Palmeiras diante dos adversários e diante do futebol brasileiro. Algumas verdades precisam ser ditas para que possamos entender o momento atual.

Não é querendo culpar esse ou aquele, mas os doze anos de poder sob comando de Mustafá Contursi fizeram muito mal ao Palmeiras. Não fizeram mal ao futebol, fizeram mal a estrutura como um todo. Digo isso porque, infelizmente, trouxemos para dentro de nossa sociedade pessoas incapazes, vingativas e totalmente despreparadas para fazer parte do grupo. Trouxemos gente que não entende do negócio. E o pior: trouxemos gente que não quer o bem do Palmeiras, quer o bem de si próprio, quer o bem do seu bolso, da sua imagem, do seu status.

Temos no Conselho figuras lamentáveis. Temos no COF figuras lamentáveis. Temos como sócios figuras lamentáveis. O Palmeiras virou um clube lamentável. Um clube de canto de esquina, onde somente poucos torcedores que amam o clube sentem pulsar ainda os velhos tempos de quando o Palmeiras ainda era Palmeiras.

Esse Palmeiras de hoje, eu não reconheço. Todos os anos, só vexame, só problemas. E ainda tem pessoas que acreditam no amor de Valdívia e Kléber pelo clube. O amor deles é pelo dinheiro em caixa, por receber em dia e faturar com seus investimentos, enquanto nós, torcedores, que somos assaltados todos os jogos (R$ 40 o ingresso) temos que levantar 6h, 7h da manhã para trabalhar e ouvir gozações dos adversários.

O maior culpado da situação do Palmeiras é ele mesmo. Amanhã virão Tirone, Frizzo, dentre outros, com desculpas esfarrapadas de que o time estava abalado pela derrota diante do Corinthians, nos pênaltis, na semifinal. Assim como o Cipullo veio justificar a pífia campanha no Brasileiro de 2009, depois de liderar metade da disputa. Assim como Mário Gianinni apresentou Boiadeiro e disse que seria o melhor atacante de todos os tempos…

O mais engraçado de tudo é que com os outros clubes tais situações não acontecem. No Palmeiras, grande parte dos conselheiros não defendem nosso clube com unhas e dentes. Os dirigentes, todos eles, não defendem nossas cores. Com isso as nossas cores foram se enfrequecendo, como se lavássemos nossas camisas da era Parmalat e elas ficassem da cor vinho, desbotada.

Qual o futuro de tudo isso? Não sei. Só sei que corremos sérios riscos também de perder nosso estádio, nosso bem mais valioso. Acho até que o Walter Torre está tendo muita paciência de lidar com toda essa situação. O Palmeiras está sendo safado com a WTorre, que já investiu R$ 40 milhões acreditando que o clube cederia o terreno. E sabe o que aconteceu? a vingança de alguns imbecis pode deixar nosso espaço sagrado como um canteiro de obras abandonado, tipo aqueles “Cingapura” que o Maluf começou a construir e teve que deixar na metade para poder desviar uma verbinha no seu paraíso fiscal. Um grande elefante branco. Tudo por conta da atitude impensada dos nossos sublimes conselheiros, bem inteligentes por sinal, que preferem lutar contra um passado em que foram escurraçados do clube após uma administração trágica. Nada mais justo.

Enquanto vivemos essa briga política, onde cada um pensa no seu umbigo, mais uma vez o palmeirense vai trabalhar e estudar amanhã e ouvir as piadinhas de sempre dos seus amigos corintianos e sãopaulinos. As desculpas e o bate boca entre palmeirenses e os demais não existe mais, já não tem argumentos plausíveis para destacarmos o Palmeiras. Ficar falando só da Libertadores de 1999 uma hora cansa. E mais uma vez as nossas cores vão se enfrequecendo como se fosse um final de jogo, onde a torcida vai embora e o refletor vai esmoecendo lentamente, pouco a pouco.

E assim caminha a medíocridade….e tem gente que ainda prefere ser sócio do Avanti! do que ser sócio do clube e ter direitos políticos. É, estamos cavando o fim do poço…

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