GeralA incompetência que virou inimiga da perfeição

A incompetência que virou inimiga da perfeição

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Diretoria do Palmeiras demora demais para agir e pode começar 2012 sem receitas de patrocínio master de camisa.

Planejamento. Palavra de ordem em qualquer empresa que almeja ter sucesso. Ou que pelo menos tenta. Hoje contextualizamos a palavra planejamento em diversas áreas: financeira, marketing, logística e tantas outras. Empresas e pessoas sem planejamento acabam ficando perdidas no espaço, sem objetivos e sem saber onde de fato está ou onde quer estar daqui cinco, dez, vinte anos. O filósofo Lucius Annaeus Seneca disse: “Não existe vento favorável, para quem não sabe o porto onde quer chegar”.

No futebol não é diferente. Quantas e quantas equipes conseguimos observar ter êxitos profundos, grandes arrecadações e aumento de torcida justamente por conta do planejamento inicial? O próprio Santos, nosso rival, se planejou bastante para chegar onde chegou, no Japão. Para quem não se lembra, mais ou menos 15 anos atrás tirávamos sarro deles por conta da grandiosa fila, onde contemplava somente um Paulista dividido com a Portuguesa, cerca de 20 anos atrás (na época). Hoje o Santos é referência política e ganhou pelo menos 5 títulos de expressão em 10 anos.

Quando falamos de planejamento, o que menos se associa é o Palmeiras. Infelizmente, a diretoria do clube não tem planejamento algum. Mas vamos focar no patrocínio master de camisa, que deveria ser o foco do departamento de marketing, combalido e não pensante. A Fiat voltou ao Palmeiras depois de ver a saída da Samsung. Em 2008, a multinacional italiana veio para o Verdão e deu sorte: levamos o Paulistão depois de 12 anos. Enfim, eles resolveram sair e o Palmeiras fechou com a Samsung. De maneira vergonhosa, fizeram de tudo para espantar a multinacional de eletrônicos. Indignada, a empresa entrou na justiça buscando seus direitos (com toda razão). A Fiat resolveu voltar e viu resultados desastrosos do Palmeiras, e sempre atrelando sua marca.

Por mais que a marca Palmeiras seja fortíssima, e nós torcedores sabemos disso, quem trabalha com marketing sabe que não é nada bom atrelar a marca para uma equipe que leva seis do Coritiba, é eliminada nos pênaltis perante seu maior rival com escolha do juiz “cantada” por jornalista, que joga o Brasileirão como mero coadjuvante (correndo risco de rebaixamento) e que espanta um jogador como o Kleber, que exigiu altos investimentos no passado recente, por conta de problemas de relacionamento com o treinador. Em todos esses episódios, a marca da empresa é exibida e deteriorada.

Cansada, a multinacional italiana resolveu deixar de patrocinar. Segundo algumas conversas de bastidores, a empresa já não suportava mais ver o Palmeiras enfiado em tantos problemas. A marca Fiat estava “sofrendo” depreciação com tudo isso. O mais curioso é que o Palmeiras foi avisado sobre o término da parceria em julho. Ou seja, é inadmissível que o departamento de marketing não tenha sequer prospectado nenhuma empresa de ponta para patrocinar o clube. Tirone, que é chamado de banana por todos que o cercam (e que não cercam também), não fez sequer uma ligação para amigos empresários ou influentes no meio. Acabou procurando, semana passada, o ex-presidente Luiz Gonzaga Belluzzo para auxiliar no networking empresarial e tentar marcar algumas reuniões.

Algumas boas empresas se interessaram, mas o Palmeiras pediu muito e exigiu muito. A velha história de que a camisa pesa, que é uma vitrine internacional, que patrocinará um grande clube. De fato, o clube tem razão em fazer esse marketing promocional. Mas analisando friamente, os resultados dos últimos 10 anos não permitem que o Palmeiras peça muito, exija muito. Como trata-se de uma parceria, de um patrocínio, não adianta só um lado ganhar. Os dois lados tem que ganhar. A patrocinadora arcando com os valores em dia e o clube vencendo e potencializando a marca, vendendo mais camisas e atuando com ações fortes em cima dos mais de 14 milhões de palestrinos.

A diretoria e o presidente Arnaldo Tirone demoraram exatos 5 meses para começar a pensar nisso, para se movimentar. Será que a camisa do Palmeiras é a última das prioridades? Será que ficar pensando no que colocar nas notinhas pelo site oficial estilo Hitler, impedindo os sites e os sócios de se manifestarem à favor da democracia (Diretas Já!), é mais importante do que negociar e analisar qual empresa vai estampar nosso manto sagrado de todo sempre?

Realmente existe uma inversão de valores. E quando temos que criticar, criticamos quem for. Mas quando temos que elogiar, também elogiamos. Wlademir Pescarmona, ex-diretor de futebol e ex-diretor administrativo da era Belluzzo disse em entrevista ao Estado de S.Paulo que o atual presidente tem tudo para ser o pior comandante de 98 anos de história. E começamos a concordar com tal colocação.

Triste…

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