FutebolO mundo perdeu o grande Djalma Santos!

O mundo perdeu o grande Djalma Santos!

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Por Julio Cezar Ragazzi, palmeirense, jornalista e historiador de futebol.

Djalma Santos
Djalma Santos treina no Palmeiras.

Aquele que foi o maior lateral-direito da história do futebol mundial nos deixou ontem à noite, aos 84 anos, após passar três semanas internado em hospital de Uberaba, em Minas Gerais, vítima de uma grave pneumonia e parada cardiorrespiratória.

Ídolo do meu velho pai, Reynaldo Ragazzi, 86 anos, Djalma Santos não foi apenas ídolo daqueles que o viram desfilar seu gigantesco futebol com a camisa esmeraldina do Palmeiras ou com a camisa da Seleção Brasileira nas décadas de 50 e 60. Djalma é o tipo de atleta que só de você ouvir falar sobre ele já o torna seu ídolo também.

Bicampeão mundial com a Seleção Brasileira em 1958 e 1962, Djalma Santos jogou futebol profissionalmente durante 23 anos e conquistou vários títulos nos três clubes em que jogou.

Sua carreira começou em 1948 na Portuguesa de Desportos, e pelo clube do Canindé foi campeão do Torneio Rio – São Paulo em 1952 e 1955.

Em 1959 foi contratado pelo Palmeiras, do então presidente Delfino Facchina, e com a camisa do clube Alviverde viveu sua maior fase de vitórias no futebol.

Em seus anos de Parque Antárctica (sim, era dessa maneira que se escrevia o nome do nosso estádio na época em que Djalma jogava), Djalma fez parte da inesquecível 1º Academia de futebol do Palmeiras.

Conquistou os títulos paulistas de 1959, 1963 e 1966. Foi campeão brasileiro em 1960, 1967 (Taça Brasil) e 1967 novamente (Torneio Roberto Gomes Pedrosa), e Torneio Rio  – São Paulo de 1965. Além disso, participou de outras conquistas como o Torneio de Firenze, em 1963, e da Taça Independência, na inauguração do estádio do Mineirão em 1965.

O título de campeão paulista de 1959, contra o grande Santos de Pelé, foi a conquista que mais marcou, pois foi o início daquela geração que nos anos 60 ficaria conhecida como “Academia do Futebol”.

Em 1963, Djalma Santos foi o único brasileiro a integrar a seleção da FIFA que enfrentou a Inglaterra em um amistoso no estádio de Wembley, em Londres.

Djalma deixou o Palmeiras ao final de 1968 e acertou sua transferência para o Atlético Paranaense, onde conquistou o título de campeão estadual em 1970.

Encerrou sua carreira, sem nunca ter sido expulso em uma partida, em janeiro de 1971.

Eu tive o privilégio de conhecer o Djalma Santos no tradicional “Jantar dos Veteranos” do Palmeiras em 2005 quando a diretoria do Verdão, à época com o presidente Affonso Della Monica, homenageou os atletas palmeirenses que vestiram a camisa da seleção brasileira na vitória sobre o Uruguai, por 3 a 0, na inauguração do Mineirão.

Sujeito de extrema educação, Djalma se lembrou de muitas histórias do tempo de jogador e atendeu todos os torcedores que pediram seu autógrafo ou para tirar uma foto.

Fica para a memória dos que o viram jogar, um atleta com vigor físico irretocável, já que o lateral-direito subia para o ataque (em uma época que os laterais apenas defendiam) e voltava para recompor a linha defensiva. Quando havia cobrança de lateral perto da área adversária, Djalma a transformava em escanteio, pois ele cobrava dentro da área.

Para os torcedores que não o viram jogar, fica a imaginação das histórias que os mais velhos contam sobre ele.

Para quem o conheceu pessoalmente, como eu, ficou a imagem de um senhor muito educado e que sempre respeitou todos os torcedores.

É por tudo isso que a coletividade palmeirense, e o torcedor de futebol em geral, podem dizer: “Obrigado, Djalma Santos”.

Djalma Santos
Ex-jogador mostra troféus em sua casa.

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