Em evento no interior, ex-presidente do Palmeiras faz leves críticas à Paulo Nobre e confessa preocupação com o caminho financeiro do Alviverde.
O Palmeiras realizou um evento em Taubaté para comemoração do centenário. Além de diversos ex-jogadores e personalidades, o ex-presidente Mustafá Contursi estava presente.
Presidente de 1992 até 2005, Contursi se mostrou preocupado com a situação financeira do clube. “(A dívida) é algo que nós precisamos resolver urgente. E algo que vem se agravando ano a ano. Há uma possibilidade de um plano de recuperação parcial, que está se aproximando. É uma esperança, mas o Palmeiras demorará alguns anos para tomar o seu caminho,” disse.
“Temos uma dificuldade grande com o nosso patrimônio entregue praticamente de graça numa terceirização para uma empresa construir um estádio. Nós já estávamos construindo um estádio. Isso tudo vai criar muita dificuldade num futuro próximo para o Palmeiras. E ninguém venha me dizer que tem uma varinha mágica de condão, de que com um “blim blim” tudo se resolverá. Porque aí será mais uma mentira que vitimará toda a sociedade. (…) De um clube considerado o primeiro do Brasil, o terceiro das Américas e o nono do mundo em vários rankings até 2002, de repente se transformou nisso que nós estamos vendo aí, quase que na UTI,” assegurou.
Contursi foi um presidente vencedor se analisarmos os títulos vencidos. A Libertadores de 1999 foi o pico da parceria entre Palmeiras e Parmalat. Porém, o rebaixamento para a Série B em 2002 escancarou muitas mazelas dentro do clube, e o desastre político veio à tona. O ex-presidente dá uma leve cutucada em Paulo Nobre e ressalta sua gestão. “Não posso avaliar. Quem tem que avaliar foram as pessoas que conviveram, que viveram aquela história. Não seria eu que faria a minha autoanálise. Isso é o tempo que vai julgar. Em um determinado momento, por questões políticas, por uma minoria insignificante e maldosa, indiscutivelmente o conceito foi até pejorativo. Mas, depois que as pessoas conhecem tudo aquilo que foi construído, como representatividade, grandeza, pujança econômica patrimonial e esportiva… Tenho a impressão que o conjunto das pessoas que faziam parte da minha diretoria serão aprovados,” adicionou.
Para Paulo Nobre vencer as eleições passadas foi necessário um acordo com Contursi. Segundo informações políticas, sempre que precisa tomar uma decisão, o atual presidente busca conselhos do ex-presidente. O fato tornou um inferno na gestão de Nobre, principalmente por sócios e conselheiros avessos à Contursi. É muito fácil ouvir críticas como “filho do Mustafá” e “Mustafinho” dentro do clube.
Em novembro, o Verdão passará por novas eleições presidenciais.
