GeralGerente detalha planos do Palmeiras para 'gastar certo' e fortalecer a base

Gerente detalha planos do Palmeiras para ‘gastar certo’ e fortalecer a base

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Cícero Souza explica que clube pretende turbinar seu departamento de análise de desempenho, conta como é o projeto para jovens e prevê mercado quente em janeiro.

Tudo o que envolve o futebol do Palmeiras passa por Cícero Souza. Ainda mais nesses primeiros dias de trabalho, em que o gerente está sendo não só o braço direito de Alexandre Mattos, mas o esquerdo também – o diretor age em silêncio, mas chega só depois do Réveillon.

É Cícero, portanto, quem está negociando com jogadores – contando Gabriel, que deve ser anunciado na tarde desta segunda-feira, já são sete contratados. Mas trazer reforços não é a única maneira de fortalecer o Verdão.

Para 2015, o clube projeta uma receita acima dos R$ 230 milhões e sonha fechar com superávit. O cenário é fruto de dois anos de economia, uma regra no primeiro mandato de Paulo Nobre – reeleito, ele iniciou o segundo biênio dia 15 de dezembro. Observar melhor o mercado para não errar ao contratar jogadores é fundamental. O presidente é criticado internamente por ter investido R$ 30 milhões nos argentinos Mouche, Allione e Cristaldo (a verba veio de empréstimos do próprio mandatário).

Nesta entrevista ao L!Net, o dirigente explica sua função e detalha o que quer colocar em prática.

LANCE!Net: O Palmeiras espera um ano melhor financeiramente. O que fazer para gastar certo?
Cícero Souza: Estruturar o departamento de análise de desempenho. Hoje só temos um observador (Rafael Costa, que terá a companhia de Gabriel Oliveira, filho de Oswaldo). Vamos mapear os clubes das séries A e B, um pouco das séries C e D, nossos elencos sub-20 e sub-17, e jogadores do exterior.
A partir de algumas ferramentas, como o scout, vamos buscando o que precisamos. A partir desse mapeamento da análise de desempenho, eu vou para o relacionamento, buscar o histórico de lesões, dados contratuais… A ideia é fazer um mecanismo profundo, avaliando diversas variáveis. Não queremos depender de um DVD.

É preciso investir e contratar mais profissionais, certo?
Com certeza vamos ter que estruturar, não só com profissionais, mas com equipamentos. Já há um programa de scout instalado e vamos sugar mais dele.

O Palmeiras foi um dos únicos a pagar salários em dia em 2014. Ajuda a negociar?
Essa informação circula entre agentes e jogadores. Na primeira aproximação, ajuda. Depois, a venda do projeto consolida as coisas.

A ideia do Oswaldo é trabalhar com 34 jogadores. Será assim?
O projeto é construir um elenco com 34 jogadores, sendo quatro goleiros. A ideia é que a terceira opção de cada posição seja da base ou uma promessa pescada com pesquisa.

Oswaldo gosta de trabalhar com jovens. Você também?
Sempre gostei dessa aproximação da base. Isso passa por trazer a equipe júnior para treinar aqui (na Academia), fato que não existia. Queremos padronizar o trabalho dos jovens e do profissional, aplicando os mesmos índices físicos para o garoto não sentir quando subir.

Como vai funcionar?
Uma vez por semana a garotada vai treinar aqui. A gente vai ter um auxiliar do profissional e até eu convivendo mais com eles, nos jogos também. Haverá uma reunião quinzenal com o pessoal da base para buscar informações das partes nutricional, psicológica e física, porque a condição técnica salta aos olhos. Se tu pegar um histórico nosso lá no Grêmio (trabalhou no clube de 2006 a 2011), ajudamos a formar Lucas Leiva, Carlos Eduardo, Douglas Costa, Mário Fernandes, Rafael Carioca… No Sport (2011 e 2012) a gente participou da formação do Renê e do Joelinton, no Criciúma (2013) a gente valorizou o Bruno Lopes e no Bahia (2014) a gente fez até a venda do Anderson Talisca.

Como você define sua função?
O clube vai contratar um diretor-executivo de futebol (Alexandre Mattos), que será o responsável pelo planejamento macro. Eu vou fazer o meio de campo com a base, o científico (médicos, fisiologistas…), o jurídico, o marketing e a comunicação. E vou fazer a filtragem do vestiário, estando lá dentro.

Como está sendo o trabalho com o Alexandre Mattos?
Em momento algum tive confirmação por parte da presidência de que o Alexandre será o diretor. O presidente me disse que existe interesse e fico na torcida.

A torcida cobra mais nomes ‘de peso’. Ficaram para janeiro?
Fizemos análises para antecipar o mercado em dezembro. Ainda vai haver uma readequação salarial. Os clubes que em 2011 renovaram contrato com a Globo aplicaram muito das suas luvas no repatriamento de jogadores, com aumento significativo de salários. Isso também elevou os salários dos atletas de nível médio. Hoje, as equipes estão passando sérias dificuldades. Nesse mês, alguns jogadores que estão buscando recolocação querem manter esse salário. A partir de janeiro vamos ter uma movimentação maior.

Acha que nomes como Fred e Conca perceberão em janeiro que devem pedir menos?
Pelos exemplos, você entendeu bem.

Todos os reforços vão receber por produtividade?
Está mantida a produtividade. É uma política do presidente, importante nessa readequação do mercado.

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