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Depois de 75 anos, Seleção volta ao Palestra, palco de lendas e estreias

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História da seleção brasileira no estádio do Palmeiras tem cinco partidas, agressão de árbitro a zagueiro argentino, estreia de Domingos da Guia e gols do Diamante Negro.

O amistoso contra o México, neste domingo, será a sexta partida da seleção brasileira no estádio do Palmeiras. Um reencontro depois de muito, muito tempo. Uma história curta, mas recheada de casos curiosos, inusitados e inimagináveis, tais quais a agressão de um árbitro contra um jogador e uma substituição realizada no Brasil com a permissão do capitão da Argentina.
Desde 1940, quando o local ainda era o Palestra Itália, muito longe dessa arena moderna e exuberante dos dias atuais, a Seleção não volta a atuar no território alviverde. Confira a seguir cinco fatos (ou seriam lendas?) registrados em livros e no imaginário das pessoas que marcaram a passagem da equipe nacional pelo estádio, palco do amistoso marcado para as 17h, com transmissão da TV Globo, do Sportv e do GloboEsporte.com, que também vai acompanhar tudo em Tempo Real.

PRAZER, SAMPA!
Até o dia 22 de outubro de 1922, a seleção brasileira havia disputado 32 partidas, apenas 14 delas no Brasil, todas no Rio de Janeiro. Foi nessa data, histórica, que a equipe entrou em campo pela primeira vez em São Paulo, no Palestra Itália. Estava em disputa a Copa Roca (torneio que originou o atual Superclássico das Américas) contra a Argentina.
Mas a organização do futebol já não era lá muito admirável… O Campeonato Sul-Americano, tradicional na época, estava sendo disputado no Rio de Janeiro e precisou ser esticado após o Uruguai ter abandonado o torneio, em protesto contra erros de arbitragem.
A final entre Brasil e Paraguai foi disputada no dia 22, mesma data da Copa Roca. Por conta disso, a CBD (Confederação Brasileira de Desportos) reuniu jogadores de última hora, quase no esquema “pelada de segunda-feira à noite”, e não convenceu o público paulista. O livro “Seleção Brasileira 1914 – 2006” relata que o jornal “A Gazeta” publicou, na época, que, por conta disso, não havia mais que 10 mil pessoas no estádio do Palestra Itália.
Mesmo assim, o Brasil venceu a Argentina por 2 a 1, de virada.

PRIMEIRA SUBSTITUIÇÃO
Sai Fulano, entra Sicrano. Isso aconteceu pela primeira vez na história da seleção brasileira justamente neste jogo de 1922. Até então, as substituições não eram permitidas. Era preciso uma situação muito grave, e ela ocorreu. Leite de Castro, que defendia o Botafogo, teve um choque de cabeça com o zagueiro argentino Adolfo Celli, do Newell’s Old Boys. O fato provocou uma convulsão em Leite de Castro, que, evidentemente, não teve condições de voltar a campo.
Saiu Leite de Castro, entrou Brasileiro. Assim mesmo, com letra maiúscula. Era o nome do jogador do Minas Gerais, clube de… São Paulo. Estranhezas à parte, a alteração só ocorreu, de acordo com alguns relatos, porque houve a autorização do capitão argentino, o goleiro Tesoriere.
Em alguns registros, Brasileiro foi o autor do primeiro gol da virada. Em outros, foi o atacante Gambarotta quem fez os dois e garantiu a vitória sobre a Argentina.

 


PAI DO DIVINO
Brasil e Ferencváros, tradicional clube húngaro, se enfrentaram em amistoso não-oficial em 1931, no Palestra Itália. A partida do dia 2 de julho de 1931 nem sequer é registrada por alguns livros históricos, mas marcou a estreia de um jogador histórico na Seleção: o zagueiro Domingos da Guia, pai de Ademir da Guia, que, obra do destino, tornou-se um dos maiores ídolos da história do Palmeiras.
À época, os jogos que não eram de competições dividiam-se em oficiais e não-oficiais. Por isso, a primeira atuação de Domingos da Guia considerada oficial ocorreu dois meses depois, no dia 6 de setembro, numa vitória por 2 a 0 sobre o Uruguai, no estádio das Laranjeiras.

DIAMANTE
Leônidas da Silva, o Diamante Negro, foi um dos maiores jogadores de sua época. E o Palestra Itália o ajudou a se consolidar na Seleção. No dia 16 de dezembro de 1934, o Brasil goleou o Palestra Itália, dono do estádio e antigo Palmeiras, por 4 a 1. Leônidas marcou. E seis anos depois, no mesmo estádio, dessa vez pela tradicional Copa Roca, o craque fez os dois gols do empate por 2 a 2 contra a Argentina.

ÁRBITRO NO STJD?
Esse mesmo empate por 2 a 2 que teve Leônidas da Silva como herói marcou, talvez, o fato mais inusitado da trajetória da seleção brasileira no estádio do Palmeiras, em todos os tempos. A Argentina vencia por 2 a 1 debaixo de uma chuva torrencial, a ponto de apagar a marcação das linhas da grande área. Sinal de confusão, é claro. O atacante brasileiro caiu e estava difícil de saber se foi dentro ou fora da área.
O árbitro Juca da Praia deu pênalti e os protestos argentinos foram efusivos, é claro. Foi então que Juca, segundo relatos, fingindo ajeitar o boné, desferiu um soco na cara do zagueiro José Salomón. Ele desabou, foi atendido por cerca de 10 minutos e voltou a campo. Leônidas bateu o pênalti e empatou.
Uma semana depois, na despedida da Seleção do Palestra, no dia 25 de fevereiro de 1940, uma derrota por 3 a 0, com direito a gol de Antonio Sastre.

Fonte: Globo Esporte

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