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Aos 41 anos, Zé Roberto faz jogo duro e não revela se pendura as chuteiras

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Veterano jogador recebeu Glenda Kozlowski para um papo sobre sua carreira em que fala sobre Dunga e seleção, condição física privilegiada e dedicação aos treinamentos

Uma semana depois do tricampeonato da Copa do Brasil, o veterano palmeirense Zé Roberto recebeu a equipe do Esporte Espetacular para um papo sobre seus 22 anos de carreira profissional. Na conversa com Glenda Kozlowski, Zé opinou sobre Dunga e seleção brasileira, falou da atenção que devota à preparação física e à disciplina nos treinos e revelou a angústia que sentiu antes de cobrar o primeiro pênalti na decisão contra o Santos que deu o título ao Verdão.

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– Eu era um dos que estava mais nervoso ali, você acredita. A primeira coisa que eu fiz foi ir em direção ao Marcelo Oliveira e pedir para bater o último pênalti. Minha ideia é que fosse decidido antes e eu nem precisasse bater. (risos) Vou me livrar desse pênalti, daí ele com a listinha na mão me falou que eu ia bater primeiro.

Olhei pra ele já meio assustado e perguntei se ele tinha certeza e se não queria que eu batesse por último. Ele falou que não e disse: “Você vai bater primeiro!” Quando eu saí em direção a bola eu comecei a ouvir a torcida gritar meu nome. Depois, aquele grito me trouxe uma tranquilidade e consegui bater muito bem – explica ele.

Nada como um dia após o outro, Zé Roberto chegou ao Palmeiras no início do ano sem muita comemoração. Afinal de contas, o que um quarentão ainda poderia fazer em campo? Calejado pelas batalhas da vida, Zé apenas encarou como mais um desafio da lista de vários que já enfrentou em seus 41 anos.

– Para mim não foi uma coisa de muita dificuldade não. Porque desde criança eu sempre tive essa responsabilidade de cuidar de uma casa. Mesmo sem ter a presença do teu pai, da tua mãe. Meu pai saiu de casa, eu ainda era adolescente. Minha mãe tinha dois empregos pra sustentar a casa. E eu cuidando dos meus irmãos mais novos. Eu lembro que a minha mãe deixava o dinheiro do pãozinho pra cada um, e pra comprar um quilo de arroz e ovo. Então eu tinha essa responsabilidade sobre mim. Além de limpar a casa, lavar louça, lavar roupa. Então quando eu direcionei a minha profissão, eu já vim com uma bagagem. Claro que totalmente diferente, mas já calejado e no fim eu sabia que essa desconfiança da torcida do Palmeiras só ia passar com os resultados e muita entrega – falou o camisa onze palmeirense.

Sabidamente Zé Roberto é avesso aos excessos de fora do campo. Ele é obcecado por sua condição atlética, evita álcool e noitadas e gosta de chegar uma hora antes dos demais jogadores para fazer um pré-treino de uma hora de duração.

– Noitadas não, não faz parte, nem socialmente. Porque eu também não gosto, nunca bebi e eu também acho que a alimentação é muito importante. E o sono também. Eu durmo bem. E gosto também de dormir. Outra coisa importante que eu podei em prática foi chegar uma hora antes do treinamento começar. Eu lembro no primeiro treino, quando cheguei no vestiário, como de costume chegava uma hora antes. Aí cheguei no vestiário e estranhei porque não tinha ninguém, só os roupeiros. E perguntei: “Cancelaram o treino?” Ele me respondeu que não mas que o pessoal só chega dez minutos antes de começar. E eu estranhei – diz ele.

Zé surgiu na Portuguesa e jogou no Flamengo e descobriu esta rotina de treinos quando jogou no exterior. Defendeu o Bayer Leverkusen, Bayern de Munique, Hamburgo, Real Madrid e conheceu diferentes metodologias de treinamento. Passou também pelo Catar onde vestiu a camisa do Al-Gharafa, e jogou também por Santos, Grêmio e agora Palmeiras. No currículo recheado conta ainda com um bicampeonato da Copa América e outro da Copa das Confederações, somando um total de 84 partidas e seis gols e duas Copas do Mundo pela Seleção.

E afinal, Zé Roberto tem algum ressentimento da Copa de 2006, quando ele vivia boa fase mas a equipe brasileira foi eliminada pela França nas quartas?
– Tínhamos tudo pra vencer com a qualidade do grupo em si. Mas eu percebi naquela copa que quando não tem organização, você vai ficando pra trás. Em 2006, na Alemanha, o primeiro treinamento que a gente foi fazer lá em Weggis, a gente chegou no ônibus e parecia que a gente tinha chegado em uma feira, de uma lado tinha um banco que vendia camisa, do outro artesanato – lamenta o jogador.

Zé Roberto jogou com Dunga na seleção na Copa de 1998 e avalia também o trabalho dele no comando da seleção brasileira.
– Eu lembro que no treino, se errasse a bola, ele gesticulava, ia em cima de você. Eu sentia muito porque eu era novo. Na época eu pensava: “Esse cara é louco”. Eu tinha medo, as vezes me pegava pelo pescoço e falava: “Ah, moleque!” Hoje falam que ele está mais tranquilo. Ele tá fazendo um bom trabalho na seleção, eu gosto – revela ele.

E quando virá a aposentadoria? Joga no ano que vem?
– Quando eu faço um resumo da minha vida, e olho para o momento que eu estou vivendo, levantando uma taça, eu posso dizer que a minha história teve um final feliz. Hoje eu poder entrar para a história e fazer parte de um grupo que pode resgatar essa paixão e trazer de volta esse desejo pelo clube. No sentido de finalizar o ano, batendo no peito e dizendo que o Palmeiras é gigante. Eu acho que pra mim foi marcante. E eu quero viver esse período aí até… as vezes eu também acho que não tenho essa idade. Bem, primeiro minhas férias, depois, a gente toma uma decisão – conta o veterano.

Existe a possibilidade de você jogar só a Libertadores e, independentemente do resultado, parar. Ou você vai jogar até o fim do ano?
– Tenho contrato até o fim do ano e a Libertadores termina no meio do ano. Essa possibilidade existe, como existe a possibilidade de ganhar a Libertadores, de jogar o Brasileiro. Existe também a possibilidade de, ganhando a Libertadores, disputar o Mundial no fim do ano. Então existe muita coisa – despista ele.

Fonte: Globoesporte.com

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