GeralPor que o Palmeiras não consegue encantar os torcedores em 2016?

Por que o Palmeiras não consegue encantar os torcedores em 2016?

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Mesmo invicto na Libertadores, Palmeiras não consegue mostrar bom desempenho

O Palmeiras vem sofrendo críticas atrás de críticas por seu desempenho em campo. O técnico Marcelo Oliveira está sendo bastante questionado e já teve o cargo colocado em xeque diversas vezes. Na última quinta-feira, a equipe até conseguiu uma vitória boa diante do Rosario Central por 2 a 0 pela Libertadores, mas não deixou uma boa impressão.

Os resultados não são tão alarmantes, já que o time é líder do seu grupo na Libertadores e está em segundo em sua chave no Paulista. Mas por que o Palmeiras não consegue mostrar um bom futebol e encantar seus torcedores em 2016? O UOL Esporte conversou com os blogueiros Paulo Vinicius Coelho, Mauro Beting, Vitor Birner, Julio Gomes e André Rocha para entender o que está acontecendo.

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Time não preenche espaços e joga isoladamente

Na visão dos blogueiros do UOL Esporte, a maior dificuldade enfrentada pelo Palmeiras é o fato de o time não conseguir preencher espaços. Os jogadores ficam isolados em campo e não conseguem criar uma liga, uma unidade. “O grande problema é a aproximação dos jogadores, eles jogam muito isoladamente. O lateral recebe na ponta direita ou esquerda muitas vezes solitário, por isso, lança a bola para a frente”, disse PVC.

Vitor Birner concorda. “O Palmeiras tem dificuldade na transição da bola de defesa para o ataque. Tem um buraco entre os setores. Quando a bola chega no meio de campo, tem três jogadores afundados na frente, com Gabriel Jesus de um lado e Dudu do outro”.

Pouca posse de bola e muitos passes errados
Com espaços maiores entre os atletas, outros problemas acabam surgindo. Os jogadores são obrigados a darem passes mais longos, o que aumentam as chances de eles saírem errados e o time acabar perdendo a bola. No jogo contra o Rosario Central, os passes errados foram o destaque negativo. O time chegou a ter apenas 34% da posse de bola mesmo jogando em casa.

“Por causa dos espaços, o time tenta o passe muito longo. E o passe longo é muito mais fácil de errar do que acertar. O time tem que conseguir prender mais a bola. Não precisa ser um time de posse de bola, não precisa ser Barcelona, Bayern, ninguém quer 65% de posse, mas precisa ter mais inteligência para jogar com a bola no pé”, analisa PVC.

Julio Gomes se mostra impressionado com a quantidade de passes errados. “O time, incrivelmente, não consegue trocar passes, tem uma dificuldade tremenda de trocar passes, nem precisa ser de maneira agressiva, mas até para passar de lado. Parece que tem um formato do time ou jogadores que buscam velocidade, não o passe, e isso quebra qualquer conexão. Falta agrupamento no campo, característica de buscar a troca de passes”.

Defesa exposta
Desde o ano passado, a defesa é um problema para o Palmeiras. A equipe tomou gols em todos os últimos 19 jogos da temporada passada. Neste ano, o desempenho até melhorou com gols em cinco de nove jogos oficiais, mas ainda preocupa porque a defesa tem se mostrado exposta.

Para o blogueiro André Rocha, isso também é um reflexo da forma como o time joga. “O time fica espaçado, apressado e quer definir rápido. Se não faz o gol, o time adversário arma o contra ataque, a bola volta e pega a defesa exposta”, disse.

PVC exemplifica a questão. “Parece pebolim. A bola bate na frente e volta. Quando volta, a defesa ainda está saindo e não está posicionada. É um problema ofensivo que acaba gerando um defensivo porque a defesa não está posicionada nunca, sempre fora da posição certa. O time só quer ligar rápido o ataque e a bola está sempre batendo na frente e voltando”.

Já na visão de Vitor Birner e Mauro Beting, a defesa palmeirense tem ainda outros problemas como a questão técnica. “A defesa tem ausências. O Edu Dracena está fora e é o melhor zagueiro ao lado do Victor Hugo, que é ótimo zagueiro, mas teve uma queda técnica. E passa pela ausência do Gabriel que ainda faz falta. O Thiago Santos tem limitações, o Arouca não é o mesmo do Santos”, analisa Beting.

Muita velocidade e pouca criação
Se a defesa tem dificuldades, o meio de campo pode dar ainda mais dores de cabeça. Na visão de André Rocha, a aposta do time é basicamente na velocidade de seus atletas. A falta de um meio de campo com capacidade para sair da correria, parar e pensar o jogo é um grande problema.

“Vejo a falta de controle no meio, eles querem resolver rápido e sai com muita volúpia. O problema do Palmeiras é essencialmente no meio de campo. O Robinho fica mais recuado, ficam três atacantes na frente e, por conta do recuo do Robinho, não tem ninguém para fazer essa articulação”.

A opção escolhida por Marcelo com três atacantes também acaba causando um isolamento dos homens de frente do restante do time, segundo aponta Vitor Birner e PVC. “Na tentativa de manter uma estrutura básica que deu certo na final da Copa do Brasil, ele usa três atacantes. Seria muito bom, mas a estrutura tira a capacidade de pensamento do time. O Marcelo é um técnico ofensivo e intuitivo e ele quer um time que ataque, mas precisa de maturidade. O Cruzeiro era muito ofensivo, mas tinha capacidade de pisar na bola, raciocinar mais”, diz PVC.

Fator psicológico
Se não bastassem os problemas táticos e técnicos, até os fatores psicológicos, como o receio de tomar gol, podem estar atormentando o Palestra. “O time tem receio de tomar gols, tem muita pressão, a torcida está carente nos últimos tempos, vai que toma gol e perde? Às vezes entra em parafuso, é estranho, porque é um time que foi bem em grandes jogos no ano passado, mostrou fibra”, conta Mauro Beting.

“O Palmeiras é um clube com a sina de achar que uma hora vai dar errado, vai tomar o gol. A Copa do Brasil precisava mudar isso, e mudaria se começasse bem o ano. O time tomou gol nos últimos 19 jogos no ano passado. Neste ano, jogou nove e não tomou em quatro. Melhorou, mas na percepção dos jogadores não. E saber que vai tomar gol te expõe a isso”, diz PVC.

Já para Vitor Birner, a grande questão psicológica dos comandados de Marcelo Oliveira é a concentração. “O time fica perdido, tenta e não sabe o que fazer, dá bicão e aumenta a chance de tomar o gol. Contra o Rosario o time teve concentração no primeiro tempo e perdeu no segundo. O time concentrado rende mais, preenche mais espaços, atende mais o treinador, você melhora a qualidade do passe e erra menos. Eles ficam muito dispersos”.

Expectativa x realidade
Com o título da Copa do Brasil no ano passado e a base montada após a chegada de Alexandre Mattos, muitos acharam que em 2016 veriam um Palmeiras avassalador desde o início da temporada. Será que a falta de encantamento com o time também não tem a ver com uma expectativa criada que não correspondia à realidade?

Na visão de Mauro Beting, sim. “Do ano passado para cá mudou muita coisa. Ganhou a Copa do Brasil, teve mais dinheiro, Avante, um time de qualidade, perdeu só o Jackson, mas deram um status que ele não tem. Não é um super time, não vai ser a Academia 3.0. É um bom elenco, entre os melhores do Brasil, mas não é um time pronto, ainda está em formação”.

André Rocha concorda. “Tem uma expectativa acima da realidade, não é um time de tanta qualidade. É bom para o que se pode ter hoje no Brasil. Hoje o excelente vai para a Europa, o bom vai para a China ou para a Arábia, ficam os medianos. O Palmeiras está em um nível bom com uma expectativa muito grande. Porém, o Marcelo Oliveira poderia criar uma equipe mais organizada que poderia entregar mais”, avaliou.

Fonte: UOL Esportes

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