Jailson faz Palmeiras superar trauma e vira protagonista com aval de Prass

Cuca usa grupo e ganha segurança no goleiro reserva. Em 2014, Verdão penou sem o titular e teve de brigar contra rebaixamento à segunda divisão do Brasileirão

Julho mudou a rotina do Palmeiras. Convocado para a seleção brasileira olímpica, o goleiro Fernando Prass deixou o clube para ser desfalque por seis rodadas do Campeonato Brasileiro. O que era para ser uma ausência de aproximadamente um mês, porém, acabou se transformando em uma necessidade de cirurgia no cotovelo direito, em razão de uma lesão sofrida durante a preparação para a Olimpíada. De lá para cá, o gol alviverde passou por períodos de irregularidade, resgate de segurança e até aposta para o futuro.

Nos últimos três meses, enquanto Prass trabalha para voltar aos gramados, Cuca deu chance a todos os goleiros que trabalham diariamente com o elenco profissional, sob o comando do preparador Oscar Rodriguez. De fora, o antigo dono da posição é só elogios aos colegas.

– Cada um teve oportunidade em momentos diferentes. Acho que o saldo é muito positivo. Se a gente for ver em termos de oscilação e de erro, que é o que se cobra muito do goleiro, o Palmeiras foi mínimo se comparado à média de outras equipes. Acho que o nível foi muito alto – analisou Fernando Prass, em entrevista ao GloboEsporte.com.

Em 2014, os palmeirenses viveram situação semelhante. No primeiro turno do Brasileirão, Prass machucou o mesmo cotovelo e teve de ser submetido a uma cirurgia. Nos cinco meses de ausência do titular, o time dirigido por Ricardo Gareca e depois Dorival Junior sofreu com a irregularidade dos substitutos Fabio e Deola, o que acabou contribuindo para a fraca campanha na temporada – o Verdão se livrou do rebaixamento na última rodada do Brasileirão.

Neste ano, o primeiro escolhido por Cuca para assumir o gol palmeirense foi Vagner, justamente no período de maior instabilidade da equipe na temporada. Após duas derrotas (para Atlético-MG e Botafogo) um empate (com a Chapecoense) e algumas falhas, ele acabou retornando ao banco de reservas.

Jailson assumiu a vaga na partida contra o Vitória, pela última rodada do primeiro turno, e vem sendo um dos destaques do Verdão na campanha do segundo turno. Em 15 jogos, o goleiro mantém invencibilidade expressiva, com 11 vitórias e quatro empates, o que o transformou em referência no sistema defensivo palmeirense.

Em meio a essa série, Jailson se viu obrigado a cumprir suspensão automática em um jogo por ter recebido três cartões amarelos. Quem herdou a posição (e fez sua estreia como profissional) no clássico contra o Santos, na Vila Belmiro, foi Vinicius Silvestre, de 22 anos. Apesar da derrota, a promessa da base é vista internamente como opção para o futuro.

– Óbvio que o goleiro depende muito do resultado da equipe. Sempre falo isso, que o goleiro é muito refém do resultado. Às vezes você pega um goleiro que faz uma defesa no jogo, o time ganha e a defesa é espetacular, é a defesa do jogo. Agora, cara faz cinco, seis, sete ou oito defesas muito melhores, mas o time perde por 1 a 0 com gol de pênalti… Quer dizer, isso não conta muito. Goleiro é muito refém do momento do time, mas claro que o saldo é extremamente positivo – pondera Prass.

Com Jailson no gol e Prass na torcida, o Palmeiras venceu o Internacional no último domingo e foi a 70 pontos. Invicto no Brasileirão, o atual titular da meta alviverde foi elogiado até mesmo pelo ídolo Marcos ao final da partida.
– Parabéns, parceiro. E a invencibilidade continua, São Jailson – escreveu o ex-goleiro, em uma rede social.