GeralA vidraça do vizinho tem que ser apedrejada

A vidraça do vizinho tem que ser apedrejada

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Por Thiago Gomes
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O ano era 2014. O segundo ano da gestão do então presidente Paulo Nobre e o ano mais importante da história do clube: O Ano do Centenário. Fazer 100 anos obviamente não é todo dia. O Centenário é um evento grandioso e uma data que fica marcada por gerações e gerações. Afinal sempre demora para passar os benditos 100 anos de novo. Então nada melhor do que esperar o melhor. Mas não foi bem assim.

Terminamos o ano do Centenário no Allianz Parque rezando para o Santos ter um bom resultado em Salvador. E, graças a Deus, as coisas deram certo. O Palmeiras estava livre do terceiro rebaixamento de sua história e o torcedor poderia respirar aliviado. Ou melhor, poderia relaxar um pouco e esperar um 2015 pior. Será?

Nobre resolveu tirar a mão do bolso e esvaziar os cofres palmeirenses. Além disso recebeu contato direto da Crefisa e concordou com o patrocínio. A partir dali o Verdão renasceu das cinzas e conseguiu dar a volta por cima. A chegada de Alexandre Mattos para comandar o futebol trouxe o ‘plus’ necessário para que as cores do Palmeiras pudessem ser respeitadas novamente no mercado da bola. Daquele janeiro de 2015 até hoje, o clube literalmente voltou para as paradas de sucesso. Venceu clássicos de goleada, eliminou rivais de competições, levantou as taças da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro e somou outras tantas conquistas extra-campo. Trouxe de volta o orgulho do torcedor que de maneira alguma foi abalado. Por outro lado, o amor do palmeirense só aumentou nos períodos de vacas magras. Disseram eles que talvez teríamos problemas em lotar o Allianz Parque assim que passasse o clima de novidade. Sim, eles disseram isso.

E por qual motivo a vidraça do vizinho tem que ser apedrejada? Bastou uma derrota do Palmeiras no Morumbi para os sãopaulinos saírem do armário. Depois de tomarem mais de 10 gols em três partidas na arena Alviverde e serem humilhados com dois gols de cobertura, a vitória por dois gols no estádio tricolor foi comemorada como um título. Aí surgiram piadas de todos os tipos como, por exemplo, o baile de debutantes e a valsa (festa que é feita apenas para meninas, talvez aí esteja a grande ironia do humor mal feito).

De fato é um tabu longo. 15 anos é quase uma vida. Porém se suprimirmos isso em números de jogos, veremos que o clima de longevidade foi criado única e justamente como forma de provocação. De todas as maneiras, nada preocupante para o Palmeiras. E em nenhum momento ameaça a temporada do clube, ao contrário do conhecidíssimo Defensia & Justicia. Não sei nem que de país saiu esse time. Ou apanhado de atletas, não sei.

Sociedade Esportiva Crefisa?
Acompanhando algumas postagens de sãopaulinos no Facebook, a primeira coisa que eles comentaram após o apito final no Morumbi foi que a ‘Sociedade Esportiva Crefisa’, clube mais rico do país, sucumbiu. Ora bolas, primeiro que trata-se de futebol. Já vi grandes constelações de craques perderem competições e serem eliminados sem qualquer pudor. Talvez por isso o futebol é apaixonante. Mas esse não é exatamente o ponto que quero tocar.

Por que falam tanto da Crefisa? Simples. Porque não conseguiram nada igual ou melhor. Os jogadores são obrigados a darem entrevistas com um pacote de arroz Urbano e umas garrafinhas de suco com água e Tang na frente das câmeras. O tão rico, conhecido e soberano clube teve que se rebaixar a tal ponto.

De acordo com o balanço do Palmeiras, apenas 19% das receitas vem da patrocinadora. Outros 19% vem de receitas de jogos, 11% vem de vendas de atletas, 9% vem do programa de sócio torcedor Avanti, 2% de licenciamento da marca e 4% de outras entradas não discriminadas. Portanto a Crefisa não é nem de longe a maior receita do Palmeiras, podendo ser trocada ou debandada se assim clube ou empresa desejarem à qualquer tempo. Então qual a desculpa para tanto xilique e tereco-teco? A única explicação clara e plausível é a inveja. Tipico daqueles garotos de condomínio que vê um tênis melhor no amiguinho e corre para a mãe para pedir um igualzinho. Bem simples e direto.

Vale mais a pena criticar o vizinho e quebrar a sua janela do que ter competência para achar algo melhor, não é? Isso é humano. Nós, palmeirenses, entendemos. Continuem mordendo os cotovelos por aí, enquanto levantamos as taças por aqui.

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