Thiago Gomes
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Deu tudo errado! A noite desta quarta-feira não será esquecida de forma tão fácil pela enorme torcida do Palmeiras em todo país. Em especial para aqueles que estavam no Allianz Parque (me incluo nessa).

Antes do jogo a torcida fez uma grande festa. Nas ruas, o palmeirense deu um show. Dentro da arena, então, nem se fale. O mosaico e toda a projeção feita foi um grande espetáculo. Maravilhoso. O clima não poderia ser diferente para um jogador de futebol se doar por completo pelo clube que defende.

Em campo, o Palmeiras mostrou pouco futebol. No primeiro tempo faltou aquele jogador de armação que tanto estamos pedindo. Muita enrolação do time adversário e toda aquela catimba que faz parte dos times que disputam a América. Temos que lidar com isso e aprender a jogar esse jogo sem entrar na pilha.

Já no segundo tempo, com Moisés, todo mundo viu o que aconteceu. Melhoramos a questão do meio campo, continuamos sem laterais, mas evoluímos na construção das jogadas. O meio-campista fez um belíssimo gol, logo depois bola na trave, quase gol, e aí por diante. Coisas do futebol.

Pênaltis é, de fato, uma loteria. Mas alguns jogadores não quiseram cobrar e não quiseram abraçar a responsabilidade. O que mostra literalmente o nível e o tamanho do comprometimento e profissionalismo. Na hora que mais precisamos, alguns funcionários do clube decidiram ‘picar a mula’. Paciência!

Egídio bateu e perdeu. E foi bastante criticado pela torcida após a decisão. Em tempo: ele não foi criticado pelo pênalti que perdeu, ele foi criticado pelo desempenho da temporada inteira. Está mal, errando, complicando. Como boa parte do time do Palmeiras.

Não quero aqui de forma alguma promover uma ‘caça as bruxas’. Não é isso. Mas alguns pontos precisam ser citados:

1) Um verdadeiro caminhão de dinheiro para a construção de time que é fraco;
2) Falta um lateral. Todo mundo sabia. Mas a busca não foi feita;
3) Será que não faltou um diálogo mais próximo com Borja? Ele foi o melhor da América em 2016 e não disputou sequer o jogo decisivo. O que falta?
4) Se Guerra e Moisés estavam plenamente recuperados, por que jogamos o primeiro tempo sem um meia de criação?
5) Após o jogo, Maurício Galiotte decepcionou o torcedor com declarações do tipo: “Uma hora ganharemos a Libertadores”. Uma hora? Que hora é essa?

Diante de todos esses expostos, agora temos que pensar e ver o que temos nas mãos. Temos a quarta colocação do Brasileiro e o começo de um turno inteiro. Título? Não dá mais. O Corinthians já desponta como provável campeão e se um verdadeiro milagre acontecer, o Grêmio leva. O Palmeiras não tem condições físicas e nem psicológicas de avançar muito mais. A luta deve ser por uma vaga na Libertadores. E, se isso acontecer, precisa ser bastante comemorada pelo torcedor por tudo que aconteceu em 2017.

Que vaga cara, hein, amigos?

O pensamento agora é para o ano que vem. Decidir se vai manter o Mattos como executivo de futebol. Decidir o que ele fará, se ele terá todo o poder de decisão que tem hoje. Decidir valor para gastar e fazer contratações pontuais e não diversos contratos micados. Promover uma lista de dispensa sem dó e piedade. Agradecer aos atletas que fizeram por nós, mas não podemos achar que o clube é uma casa de caridade. Fernando Prass e Zé Roberto, por exemplo, devem ser dispensados.

Repensar os atletas que estão emprestados. Ver a possibilidade de testar alguém da base também. Analisar as séries A e B do Brasileiro e ver quem está com contrato disponível. Uma análise bem específica precisa ser feita. Temos profissionais que ganham dinheiro mensalmente para isso e é preciso ter utilidade.

Trabalhar com um número reduzido de jogadores e exercer o máximo de autoridade em cima. Controle, ter reservas de ponta que podem substituí-los, fazer o máximo de integração e usufruir de todo o centro de excelência que temos na Academia de Futebol. É o mínimo que esperamos de um clube como o Palmeiras.

E para finalizar: Esquecer essa história de priorizar campeonatos. Ao longo da história do futebol, todo time que eu me lembre que priorizou alguma coisa, sucumbiu. Fora que é um desrespeito máximo com o torcedor, que paga seu programa de sócio torcedor e seu ingresso, além de todos os custos que envolvem a chegada na Arena.