Com “climão” entre Botafogo e Palmeiras, o que será de Emerson Santos em 2017?

Em meio a imbróglios recentes com os clubes, zagueiro acerta com Alviverde e não deve jogar mais pelo Alvinegro. Mas ficará encostado ou será liberado? Pode haver alguma compensação? Entenda!

Já está tudo certo para Emerson Santos ser reforço do Palmeiras em 2018. Na última quarta-feira, o Alviverde comunicou ao Botafogo o acerto com o jogador, que inclusive já assinou pré-contrato. Mas o que será do jovem zagueiro, revelação alvinegra de 22 anos, nos últimos meses de 2017?

A negociação foi conduzida justamente em um momento em que as diretorias não falam a mesma língua. Mas o Botafogo busca romper a barreira do “idioma” para desfazer o “climão”, tentar algum tipo de compensação e ao mesmo tempo pensar em diálogos futuros.

O que já aconteceu?
O clima começou a azedar no jogo entre as duas equipes em 2 de agosto, no Nilton Santos. Dois vice-presidentes alvinegros, Nelson Mufarrej (geral) e Domingos Fleury (jurídico) foram até o camarote dos visitantes para conversar com o presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte. O assunto principal era a multa pela escalação de Victor Luis. Porém, o dirigente alviverde pediu que voltassem depois e não os recebeu.

Uma semana depois, o Palmeiras resolveu cobrar a multa de R$ 200 mil, prevista em contrato, pela escalação de Victor Luis contra o clube pelo qual está emprestado. O Alviverde enviou uma carta com a cobrança e sequer houve um contato telefônico antes, o que incomodou os dirigentes alvinegros.

O Botafogo comunicou ao Palmeiras que não irá pagar por não reconhecer a dívida. Este tipo de cláusula, que impede um jogador de enfrentar o clube pelo qual está emprestado, chegou a ser proibido pela CBF, só que a entidade voltou a incluí-la em seu regulamento de registro e transferências de atletas de 2017. O Alvinegro alega que no momento da assinatura do contrato a CBF ainda não havia mudado o seu regulamento.

Enquanto isso, o Botafogo negociava Emerson Santos com o Corinthians. As diretorias conversavam e tentavam chegar a um denominador comum para a liberação imediata do defensor. Em troca, receberia uma quantia em dinheiro ou algum jogador fora dos planos em São Paulo. Mas o Palmeiras entrou na jogada, e Alexandre Mattos foi visto conversando com o zagueiro após o jogo do dia 2, nos corredores do Nilton Santos.

Mattos e Jailton Oliveira, empresário de Emerson Santos, tiveram algumas reuniões e rapidamente chegaram a um acordo financeiro. O zagueiro vai receber € 1,5 milhão (cerca de R$ 5,5 milhões) de luvas pelo acerto. O Palmeiras, que não se manifestou após a negativa alvinegra em relação à multa, já fez contato com o Botafogo para comunicar a negociação.

O que acontece agora?
No cenário atual, o Palmeiras aguardará até janeiro para ter o jogador de graça após o fim de seu vínculo, sem precisar pagar nada ao Botafogo. Caso isso aconteça, Emerson Santos poderá ser encostado em General Severiano e ficar apenas treinando. Porém, muito tempo afastado de jogos oficiais irá prejudicar o ritmo do jovem, pesando na concorrência acirrada no Alviverde.

Esse é um argumento do Botafogo nessa tentativa de diálogo. A diretoria alvinegra está conversando com a do Palmeiras para tentar algum tipo de compensação em caso de liberação imediata do jovem, que só fez quatro jogos no Brasileiro e ainda pode ser inscrito por outra equipe da Série A. O perdão da dívida de R$ 200 mil ou ter prioridade para renovar com Victor Luis em dezembro são opções.

Caso Emerson fique no Botafogo até o fim do ano, há ainda uma remota chance de ele continuar sendo aproveitado, principalmente na Copa do Brasil. O zagueiro, que vinha sendo usado como lateral-direito, não enfrentaria o Flamengo na última quarta, mas a pedido da comissão ficou no banco. Sem Arnaldo, contratado após o prazo de inscrição, o clube corre o risco de ficar sem reserva para Luis Ricardo. O clube não fala abertamente, mas a ideia é não aproveitá-lo.