Perseguido e adorado, Egídio tem mais quatro meses de incerteza no Palmeiras

Pressão sobre lateral, que tem contrato até o fim do ano, aumenta após pênalti perdido contra o Barcelona de Guayaquil, na Libertadores

A cada jogo que disputa pelo Palmeiras, Egídio precisa convencer. Considerado o melhor lateral-esquerdo do elenco por Cuca, ele alterna momentos de muita crítica por parte da torcida com outros em que, dado o histórico negativo, passa sem elogios mesmo depois de jogar bem. Desta vez, após perder o pênalti que custou a eliminação na Libertadores, a pressão é enorme.

Embora não tenha jogado mal – foi uma das suas melhores atuações pelo clube, na opinião de Moisés –, o camisa 6 virou o alvo outra vez logo depois de errar a sexta cobrança diante do Barcelona de Guayaquil, na última quarta-feira. Um dia antes, ele estava animado com o apoio recebido internamente, deu entrevista coletiva e até gravou uma mensagem em vídeo mostrando confiança na classificação.

Em função da perseguição de torcedores, Egídio, usuário assíduo de redes sociais, desativou os comentários em sua conta no Instagram. Pessoas próximas dizem que ele tem tentado se afastar das críticas por entender que conviverá com elas por mais quatro meses, no máximo – o último compromisso do time na temporada será na primeira semana de dezembro, perto do fim de seu contrato.

Com 92 jogos pelo Palmeiras, clube ao qual chegou em março de 2015 com o status de bicampeão brasileiro pelo Cruzeiro – e após uma rápida passagem pelo futebol ucraniano –, o lateral poderia atingir marca centenária, uma vez que a equipe tem pela frente as 19 rodadas do segundo turno do Campeonato Brasileiro.

Seu futuro, no entanto, passa a ser um incógnita. Marcado não somente pelo pênalti contra o Barcelona, mas também por uma boa jogada não aproveitada contra o Cruzeiro, no empate que levou à queda na Copa do Brasil, Egídio pode acabar perdendo espaço, ainda que Cuca o considere a melhor opção pelo lado esquerdo. Michel Bastos, Zé Roberto e Juninho não agradaram, mas podem ser testados novamente.

Além de ser elogiado pelo treinador, o jogador de 31 anos e dois títulos pelo clube (Copa do Brasil de 2015 e Brasileiro de 2016) é adorado pelos colegas de elenco. Quando parte da torcida presente na arena o ofendeu, na quarta-feira, ele foi defendido imediatamente. Um dia depois, Moisés fez questão de elogiá-lo publicamente.

– Dentro de campo mesmo, eu já me manifestei, pedi para parar. O Egídio fez um grande jogo, entendo que um dos melhores dele pelo Palmeiras. As circunstâncias o levaram a bater (o sexto pênalti). Ele não estava entre os cinco que bateriam. Acabou que passou disso, e aí veio decisão de quem estava bem – disse o meio-campista.

A diretoria diz que não discutirá, neste momento, o contrato dos atletas que têm vínculo a vencer no fim da temporada. Se continuar jogando é uma incerteza, estender sua permanência no Palmeiras além de 2018 é algo quase impossível para Egídio. A tendência é que, a partir do ano que vem, o lateral vista outra camisa.