Presidente do Palmeiras se aproxima do futebol para conter problemas

Maurício Galiotte procurou se aproximar do elenco para amenizar problemas

Alexandre Mattos e Maurício Galiotte
Alexandre Mattos e Maurício Galiotte

Os treinos do Palmeiras passaram a ter a presença mais recorrente à beira do gramado do presidente do clube, Maurício Galiotte, nas últimas semanas. Em um momento difícil na temporada, com pressão interna nos bastidores pelas eliminações na Copa do Brasil e Copa Libertadores, o dirigente procurou se aproximar do elenco para amenizar problemas.

Os resultados ruins, por contrastarem com as expectativas elevadas do começo do ano, deixaram os jogadores pressionados. Semanas atrás, o técnico Cuca chegou a colocar o cargo à disposição pouco depois de brigar com o volante Felipe Melo. A diretoria precisou contornar essa situação, assim como tenta marcar presença mais constante com o elenco para passar confiança e dissipar o ambiente de insegurança.

As quedas nas duas competições, além de deixarem o Palmeiras com chances remotas de título neste ano, causaram questionamentos internos. A Mancha Alviverde, principal torcida organizada do clube, divulgou um comunicado com críticas à cúpula. Já no conselho deliberativo se intensificaram as críticas e os pedidos pela saída do diretor de futebol do Palmeiras, Alexandre Mattos, responsável pelo planejamento e montagem do elenco.

Em um momento anterior da temporada, a principal insatisfação interna no clube recaiu sobre Galiotte. O presidente se ausentou do comando do clube em junho, quando viajou com a seleção brasileira para a Austrália, e julho, ao se licenciar por 20 dias do cargo para viagem de férias. Nessas ocasiões, o mandatário recebeu críticas por se distanciar das atividades do cotidiano e deixar com os vices o comando em momentos importantes, como na derrota para o Corinthians, dia 12 de julho.

Galiotte também sofreu ataques por, no entender de oposicionistas, deixar Mattos com mais autonomia para cuidar do futebol e por ser mais comedido e aparecer pouco diante das câmeras para se posicionar em momentos mais delicados do time na temporada. Coube ao diretor de futebol, por exemplo, explicar o afastamento de Felipe Melo.

Após as duas eliminações recentes, o presidente tem sido mais visto nos treinos do time. Galiotte costuma ver as atividades do banco de reservas, acompanhado pelo diretor de futebol, a quem tenta proteger da pressão para demiti-lo e colocar no lugar algum conselheiro. Junto com eles, quem tem visto as atividades com frequência é o presidente do Conselho Deliberativo do Palmeiras, Seraphim Del Grande, aliado de Galiotte.

“Desde o primeiro momento que cheguei, o presidente, Alexandre (Mattos), Cícero (Souza, gerente de futebol), sempre estão conosco. Eles mostraram que estão conosco, nos bons e nos maus momentos. Eles são pessoas boas”, disse o meia Alejandro Guerra.

No começo do ano, Galiotte adotou uma rotina diferente da realizada pelo antecessor, Paulo Nobre. O atual presidente prefere despachar do gabinete da sede social, e não da Academia de Futebol, como feito anteriormente. Segundo a assessoria de imprensa do presidente, Galiotte não alterou a rotina de acompanhamento de treinos nas últimas semanas em virtude das eliminações e sempre manteve a agenda de visitas diárias aos treinos.