Análise de um bom empate: guerreiro, Palmeiras volta de MG fortalecido

Na classificação, empate com Galo não é bom para o Verdão, mas atuação com menos dois jogadores dá ao torcedor esperança de um time mais equilibrado até o fim do ano.

O jogador Hyoran, da SE Palmeiras, comemora seu gol contra a equipe do São Paulo FC, durante partida válida pela vigésima segunda rodada, do Campeonato Brasileiro, Série A, na Arena Allianz Parque.

As circunstâncias da partida em Belo Horizonte contra o Atlético-MG, na tarde de sábado, fizeram o Palmeiras trocar dois pontos fora de casa, que seriam conquistados em uma eventual vitória no Independência, para valorizar o ponto vencido com muito suor após o empate em 1 a 1. E com justiça, já que o time de Cuca sofreu com grande pressão dos donos da casa depois de ter dois jogadores expulsos.

A ideia de jogo do Verdão foi bem clara para enfrentar o Galo: ter mais opções no meio de campo e buscar mais posse de bola para tentar fugir do ritmo de jogo intenso dos mineiros. Foi assim que o time trabalhou durante uma semana sem mistérios na Academia de Futebol.

Com o rival mais posicionado no campo de ataque, os palmeirenses tentaram apostar na troca de passes. A ideia era ter a bola nos pés, mesmo que no campo de defesa, e assim evitar qualquer bola rifada para o setor ofensivo. No primeiro tempo isso não deu muito certo, já que o Galo teve domínio das principais jogadas.

Sem os alas de velocidade no ataque, coube ao Verdão buscar as jogadas mais trabalhadas, quase sempre passando pelos pés de Moisés em algum momento. E elas ocorreram em duas oportunidades no primeiro tempo: na primeira, Willian passou pelo marcador e finalizou dentro da área – a bola desviou no braço de Luan e gerou reclamação entre os palmeirense; na segunda, novamente Willian, mas desta vez o atacante achou Deyverson em boa posição para abrir o placar.

Em desvantagem, coube aos atleticanos se lançarem mais ao ataque, quase que sempre tentando aproveitar buraco deixado por Mayke e Jean no lado direito da defesa palmeirense.

Quando a impaciência dos donos da casa começavam a favorecer aos visitantes, principalmente após a defesa de Fernando Prass em cobrança de pênalti de Fred, o Galo retomou o ritmo do confronto em outra penalidade, desta vez convertido por Fábio Santos em lance que teve a expulsão do zagueiro Luan.

Mesmo com um a menos, o Palmeiras voltou bem para a segunda etapa. O tal buraco pelos lados de campo foi corrigido com uma duas linhas de quatro no campo de defesa e apenas Deyverson como referência. Com Jean aberto pela direita e Willian pela esquerda, o time vinha encontrando segurança para cobrir os avanços do Atlético e contra-atacar com perigo.

Mesmo com um a menos, Palmeiras voltou melhor no segundo tempo (Foto: GloboEsporte.com)

Nesse papel, Deyverson e Moisés davam ritmo aos avanços do time, enquanto Tchê Tchê era o responsável por dar a segurança aos zagueiros. Seguro e perigoso, o Palmeiras teve a chance de recuperar a vantagem no marcador em outra cobrança de pênalti, mas que acabou desperdiçada por Deyverson.

A óbvia pressão atleticana ficou ainda maior quando Willian foi expulso após chutar Valdívia depois de uma disputa na lateral.

Para enfrentar os minutos finais da partida, com dois jogadores a menos, Cuca montou um time todo na defesa: uma linha de cinco na área.

Tchê Tchê foi para a direita completando a marcação com Mayke – função que antes era exercida por Jean até ele ser substituído-, Dudu na esquerda reforçando o setor com Egídio, e com Thiago Santos e Moisés posicionados em frente aos zagueiros.

Deu certo! E por muito pouco o importante empate pelas circunstâncias da partida não se transformou em vitória heroica nos contra-ataques de Moisés e Egídio. O primeiro tentou drible dentro da área e acabou perdendo a bola (inclusive pediu pênalti, veja no vídeo abaixo), enquanto o segundo deu passe para Mayke, que parou em Victor.

Como disse Cuca em coletiva, o resultado em Belo Horizonte não foi importante em termos de classificação aos palmeirenses, mas foi válido na criação da identidade do time. Se pegar como base o desempenho do Verdão em Belo Horizonte, os torcedores podem esperar dias melhores até o final da temporada.