Palmeiras vai a BH para testar “versão 2017” e confirmar paz para Cuca

Cuca teve duas semanas para trabalhar o Palmeiras; jogo em BH serve de teste.

Cuca sinalizou a manutenção de uma ideia de jogo “nova” para o jogo deste sábado, às 16h (de Brasília), contra o Atlético-MG, no Independência. Para a 23ª rodada do Campeonato Brasileiro, o treinador ratificou durante a semana a ideia de um plano de jogo diferente do que ele estava habituado a usar. Em vez do “Porco Doido”, o Palmeiras deve apostar em uma equipe mais paciente com a posse de bola e controle maior do meio-campo.

A nova versão palmeirense será testada pela segunda vez. Diante do São Paulo, há duas semanas, o atual campeão nacional oscilou, mas venceu por 4 a 2 e deixou boa impressão, especialmente pela combinação Moisés e Alejandro Guerra no setor de meio-campo. Os dois estão garantidos entre os titulares para o duelo em Belo Horizonte.

Durante a parada de duas semanas, Cuca abriu os treinamentos táticos e exigiu muito controle de bola por parte dos titulares. Em vez dos longos lançamentos, a comissão técnica trabalhou uma equipe com os atletas mais próximos e abusando dos passes curtos.

São quatro atletas com esta capacidade no setor central do gramado. Além da dupla Moisés e Guerra (que deve atuar mais aberto pela direita), Tchê Tchê e Jean (deslocado para o meio) testarão este novo modelo de jogo palmeirense diante dos atleticanos. Em relação ao jogo com São Paulo, duas mudanças: os retornos de Egídio e Mayke às laterais.

A “versão 2017”, implantada desde as quedas na Copa do Brasil e Libertadores, ainda não conta com uma peça fundamental para a equipe: o capitão Dudu. Recuperado de lesão muscular na coxa esquerda, o camisa 7 viajou junto com a equipe para Minas, mas começará a partida no banco de reservas. Róger Guedes, outro titular do “Porco Doido” de 2016, também hoje é uma alternativa no banco.

“Se fizermos um grande jogo contra o Atlético-MG, eles vão se definindo como titulares. Teremos a volta de jogadores como o Dudu mais para frente. A gente também tem Keno e Róger Guedes, que não serão titulares. Estamos usando 14 ou 15 jogadores. No ano passado fomos campeões assim”, destacou o treinador, que também busca a vitória para manter a “paz”.

Pressionado desde a eliminação na Copa Libertadores da América para o Barcelona-EQU, há um mês, Cuca dependia do embalo no Campeonato Brasileiro para se estabelecer novamente no clube. Desde a queda no torneio continental foram três jogos, com apenas uma vitória – justamente na última rodada, diante do São Paulo.

Depois da derrota em casa para a Chapecoense, no fim de agosto, o presidente Mauricio Galiotte sofreu pressão para tirar Cuca do cargo. O dirigente, entretanto, respaldou o comandante palmeirense na conquista do Brasileiro do ano passado. Só que a paz depende dos resultados.

O triunfo no clássico contra o São Paulo melhorou o ambiente. Nesta última semana de preparação para o jogo contra o Atlético-MG, Cuca voltou a conviver com Felipe Melo, jogador que afastou em consenso com a diretoria no fim de julho. O treinador foi claro sobre um dos motivos do retorno do volante, que ofendeu o técnico palmeirense em áudio vazado.

“O caso do Felipe [Melo] é uma questão fácil de vocês entenderem, porque foi o imbróglio jurídico. Somos parceiros. Eu e o presidente temos os mesmos interesses. Não vamos prejudicar a instituição. É uma aceitação minha porque sou parceiro do clube, não quero mal do clube nem do Felipe”, afirmou o treinador na última sexta-feira.

Uma vitória fora de casa, portanto, servirá para respaldar ainda mais o treinador palmeirense: o plano de mudança para a versão de 2017, com mais posse e menos correria, e a paz com o afastamento ainda maior da pressão pela troca no comando. Além, claro, da sombra do retorno recente de Felipe Melo, que não deve ser utilizado pelo treinador até o fim do ano.