Saiba o que mudou fora de campo com Valentim no comando do Palmeiras

Substituto de Cuca, técnico interino tem três jogos (e três vitórias) à frente do time

Do primeiro trabalho até aqui foram 13 dias de Alberto Valentim como sucessor de Cuca no Palmeiras. Nessas quase duas semanas, o time mostrou boas atuações em campo – o que levou a um importante salto na classificação do Campeonato Brasileiro – e viu mudanças também fora dele.

Pessoas próximas ao elenco e à comissão técnica afirmam que os relatos a respeito do ambiente são os melhores possíveis. As três vitórias em três partidas, é claro, ajudam. Mas o que se ouve é que o treinador interino tem conseguido deixar os jogadores menos pressionados e mais confiantes no que precisa ser feito.

Simplicidade e individualidades

O primeiro passo para isso foi explorar o recurso de vídeo, já que, de início, houve pouquíssimo tempo para treinos. Valentim, então, pediu ao setor de análise de desempenho que produzisse vídeos não muito longos, a fim de facilitar a compreensão dos atletas com relação às alterações táticas que ele queria. Deu certo.

Da vitória sobre o Atlético-GO em diante, Valentim seguiu na busca pela melhor forma de passar conhecimento aos seus comandados. Uma de suas principais preocupações, segundo quem convive de perto, é “entender a cabeça” de cada jogador, a melhor maneira de fazer com que todos o compreendam.

Preparação e motivação

O treinador interino tem como princípio deixar o elenco todo preparado e ciente dos conceitos que ele tem em mente. Trabalhar diretamente com os reservas faz com que eles se sintam úteis e estejam prontos quando necessário. Tem sido assim diariamente na Academia de Futebol: a atenção aos titulares é a mesma dada aos suplentes.

Miguel Borja não é o único, mas o melhor exemplo de trabalho de motivação. Pouco aproveitado com Cuca, que preferia Deyverson, o colombiano atuou (muito mais tempo) nos três jogos com Valentim. No primeiro deles, apesar de reserva, foi o jogador que recebeu mais atenção na subida dos vestiários em Goiânia.

Na partida seguinte, Borja entrou ainda no primeiro tempo contra a Ponte Preta, devido à lesão de Willian, fez um golaço e ganhou a vaga na equipe. Titular diante do Grêmio, ele voltou a ter uma boa atuação, se movimentou, ajudou a marcação, procurou o jogo, finalizou…

Líder respeitado, não “bonzinho”

Valentim é ex-jogador, tem passagem de quase uma década pela Itália e já viveu muita coisa no futebol. Sabe, portanto, falar a linguagem do boleiro. Só que ele não tem sido respeitado (e elogiado nas entrevistas) por causa disso. Ou somente por causa disso. Os atletas vêem nele uma liderança de respeito desde os tempos como assistente.

O motivo é que, além de ser educado e ouvir opiniões diferentes, o treinador tem sido coerente em suas escalações, na avaliação do elenco. Mas se engana quem pensa que ele é o tempo todo um “cavalheiro”. À beira do campo e no vestiário, o ex-lateral também se vale algumas vezes de cobranças surpreendentemente muito incisivas.