Palmeiras aumenta pressão com multa, e Egídio vira “vilão” de 2017

Depois de reencontrar a paz no começo de trabalho de Alberto Valentim, recuperar a confiança e ver até o seu estafe iniciar conversas para a renovação do contrato que acaba em dezembro, Egidio voltou a conviver com as duras críticas e o papel de “vilão” de 2017. Até a continuidade do lateral no clube para a próxima temporada é alvo de ponderações de conselheiros e de gente ligada ao Palmeiras, ainda mais depois da multa aplicada pela diretoria na última quinta-feira.

Cobrado por um torcedor no aeroporto, o único que protestou contra o time no desembarque após a derrota por 3 a 1 para o Vitória, Egidio revidou e xingou. A diretoria decidiu resolver o caso publicamente e, horas depois, anunciou advertência e multa para o camisa 6, o que aumenta a pressão e o peso sobre o atleta mais questionado durante a temporada.

O nome de Egidio, especialmente atacado após as quedas na Copa do Brasil e Libertadores, voltou a figurar entre os mais comentados entre palmeirenses nas redes sociais de maneira negativa. Torcedores reclamaram das atuações do lateral esquerdo nos últimos dois jogos – clássico contra o Corinthians (3 a 2) e queda em Salvador para o Vitória (3 a 1). Os dois resultados negativos afastaram qualquer chance de o Palmeiras defender o título nacional. A distância para os corintianos, líderes da Série A, subiu para 11 pontos, restando apenas 15 mais em disputa.

Conselheiros também pressionam a diretoria para não renovar o compromisso do lateral. Alexandre Mattos e Mauricio Galiotte ainda não definiram o futuro do jogador; qualquer avanço (para a renovação ou saída) deve ocorrer apenas após fim do Brasileirão. O empresário Eduardo Uram, agente do atleta, disse recentemente ao UOL Esporte que as conversas para um novo contrato começaram – o início do “namoro”, entretanto”, ocorreu antes da queda palmeirense na briga pelo título e do novo problema de Egidio.

Longe de ser uma unanimidade nesta temporada, ele caiu em desgraça com os torcedores antes mesmo do ocorrido no aeroporto e da multa aplicada pela diretoria. As atuações irregulares geraram vaias em partidas no Allianz Parque, e as eliminações nos matas-matas contaram com lances em que o lateral esteve diretamente envolvido.

Na Libertadores, Egidio errou o pênalti que decretou a queda precoce para o Barcelona-EQU, ainda na fase oitavas de final. Já diante do Cruzeiro na Copa do Brasil, o lateral desperdiçou um contra-ataque que poderia resultar no segundo gol palmeirense no Mineirão. Minutos mais tarde, Diogo Barbosa fez de cabeça, decretou o 1 a 1 e classificou o time mineiro, que terminou como campeão da competição.

As críticas pesadas obrigaram Cuca a tomar uma atitude para preservar o jogador. Egidio ficou três partidas fora dos relacionados (Vasco, Chapecoense e São Paulo) e retornou apenas diante do Atlético-MG. Aos poucos, recuperou a confiança e ainda se mostrou decisivo ao anotar um golaço que deu a vitória ao time sobre o Fluminense (1 a 0).

A tranquilidade e aparente paz, no entanto, terminaram nesta semana. Com falhas de posicionamento nos dois últimos compromissos – o gol de Romero e o pênalti em Jô, no clássico contra o Corinthians, saíram pelo setor do jogador, além do primeiro gol do Vitória na quarta passada – e agora multado publicamente pela diretoria, Egídio se vê pressionado e diante de um cenário desfavorável para aspirar uma renovação de contrato com a equipe alviverde para 2018.