Palmeiras: caminho sem volta

Academia de Futebol do Palmeiras

O Palmeiras está num caminho sem volta. Se falássemos sobre isso no começo dos anos 2000, o torcedor iria cair em lágrimas. Com gestão fechada e totalmente old school, o clube patinou demais com a entrada do novo milênio.

Presidido por Mustafá Contursi, o resultado não poderia ser outro: a queda para a segunda divisão e o começo das vergonhas. Foi uma sequência de vários resultados negativos e desesperadores. O Palmeiras estava literalmente à deriva e sem controle qualitativo algum.

A partir de 2008, as coisas melhoraram. Affonso Della Monica abriu o espaço para novas cabeças e o Palmeiras se desvendou novamente. Foi Campeão Paulista, trouxe uma nova mentalidade e juntou novamente peças importantes no clube. Com a chegada de Luiz Gonzaga Belluzzo, achávamos que iríamos explodir, mas não aconteceu. O gigantismo do conhecimento teórico do professor não foi adaptado para a realidade sangrenta e suja do futebol. A frustração foi tão grande que Belluzzo quase se foi da Terra. E nós, torcedores, estávamos preocupados e temerosos com o futuro. O que viria pela frente?

Arnaldo Tirone assumiu para tentar manter ou melhorar a gestão, mas fez totalmente o contrário. Com escolhas equivocadas para compor sua diretoria, errou, errou e errou e conquistou mais um rebaixamento para a história, exatamente dez anos depois.

Disputamos mais uma Série B, desta vez sob a gestão de Paulo Nobre. Mandamos Barcos para o Grêmio e recebemos quatro jogadores ruins. Era para ter vindo o quinto, mas o ex-presidente foi enganado e resolveu deixar as coisas como estavam. Em 2014 por pouco não caímos novamente. E ali, naquele dezembro, nascia um novo Palmeiras.

O Allianz Parque, inaugurado em 2014, foi o grande motor de arranque para a vitória e liderança verde no futebol nacional. Engana-se quem credita os louros da glória para a patrocinadora. O Palmeiras vive – e muito bem – sem a injeção financeira da Crefisa/FAM.

As rendas chegaram, os repasses de Nobre também, e o caixa foi fortalecido. Com dinheiro e disposição, conseguimos voltar ao patamar que merecíamos. O Palmeiras mereceu tudo isso. A torcida, por meio do Avanti, mostrou o que todo mundo já sabia: a lealdade em padrão. A lealdade é um padrão forte da torcida palmeirense. Muitos deixam de fazer algumas atividades corriqueiras para poder arcar com os custos mensais do plano, permitindo a ida ao Allianz Parque.

Na gestão de Maurício Galiotte, tudo ficou mais fácil. Galiotte, apesar de não ter conquistado títulos em 2017 após ampla expectativa, é um gestor competente e inteligente. Tem Alexandre Mattos como responsável direto no futebol e se cercou de pessoas ainda mais firmes em seus propósitos.

O grande exemplo de qualificação na gestão foi o caso de Zé Rafael, do Bahia. Sem espaço aqui no Palmeiras, o jogador não pode ser negociado com nenhum outro clube. Tem que passar pelo crivo da diretoria do Verdão, que comprou a preferência. Se ele crescer, evoluir e tiver potencial para descobrir e fazer a diferença, o Palmeiras vai lá e bate o martelo. Essa prática é bastante comum no futebol europeu.

A qualidade administrativa é um caminho sem volta. O Palmeiras não terá mais problemas financeiros se mantiver a qualidade na gestão, se conseguir colocar na cadeira máxima pessoas capacitadas e inteligentes para gerir os recursos. O amor do torcedor, claro, será sempre igual ou maior. Assim como as receitas que caem na conta bancária palestrina.

Se você acha que eu estou exagerando e exaltando demais o futuro positivo, faça uma breve análise com outros clubes. Pesquise um pouco sobre a eleição para presidente do nosso rival e tudo que cercou. Lá pelos lados de Itaquera existe uma suspeita que a eleição foi fraudada. Além, claro, do estádio que foi gratificado pelo governo para o clube e que não será pago de forma nenhuma. Nunca mais.

Sim. É um caminho sem volta. E você, palmeirense, tem a cara limpa e pode bater no peito com amor e respeito. Bem diferente da ponte pra lá…