Borja, Felipe Melo, Valentim, nova fase: o que mudou desde a última decisão entre Palmeiras x Cruzeiro

É jogo de pontos corridos, mas para o Verdão, o confronto com a Raposa na segunda-feira tem tanta importância quanto a disputa das quartas de final da Copa do Brasil

Fim de um sonho… renascimento de outro?

Palmeiras e Cruzeiro se enfrentam nesta segunda-feira em uma partida que, se para a Raposa não vale tanto, é decisiva para o Verdão. Embora elenco e torcedores evitem falar em título, o time está mais próximo do líder, e o jogo tem peso nesta briga, pois é o último antes do Corinthians, primeiro colocado.

Em 2017, as duas equipes já estiveram envolvidas em uma decisão: as quartas de final da Copa do Brasil. Aquela foi a primeira eliminação frustrante do Palmeiras com Cuca, enquanto para o Cruzeiro de Mano Menezes era mais um passo em direção ao título que veio sobre o Flamengo.

Desde aquele empate em 1 a 1 no Mineirão, dia 26 de julho, muita coisa mudou na Academia de Futebol. O rival que encerrou um sonho há três meses pode fazer renascer outro no Allianz Parque?

O jogo

Depois do elétrico empate em 3 a 3 no Allianz Parque em que o Verdão chegou a estar perdendo por 3 a 0, Keno abriu o placar para o time de Cuca, em Belo Horizonte (MG). Mas Diogo Barbosa, de cabeça, igualou o placar aos 39 minutos do segundo tempo. Por conta dos gols marcados fora de casa, a equipe de Mano Menezes garantiu a classificação diante de 40 mil pessoas no Mineirão.

Brasileirão? Era última opção. Agora…

O Palmeiras tinha como meta conseguir um título via Copa do Brasil ou Libertadores. No Brasileiro, quando se aproximava de algum dos mata-matas, usava escalações alternativas, como foi o caso contra o Sport, o último jogo antes da decisão com o Cruzeiro, no Mineirão. Na época, o Verdão estava a 14 pontos do Corinthians, já o líder. Agora, a possibilidade de brigar pelo bicampeonato nacional reacendeu, pois o time chegou à menor distância da ponta desde a quarta rodada: seis pontos. Apesar disso, o discurso na Academia de Futebol ainda é garantir só uma vaga no G4.

Borja titular nos dois jogos, mas em situações diferentes

Naquela partida de 26 de julho, Borja foi titular graças a uma lesão de Willian, fato que vai se repetir na segunda. A situação, contudo, era bem diferente. Sem agradar a Cuca, o colombiano a partir da eliminação perdeu espaço para Deyverson, que por sua vez não conseguiu agradar à torcida. Após a troca de comando, o camisa 9 tornou-se o reserva imediato de Willian, e com o edema na coxa do artilheiro da temporada voltou à equipe. Contra o Grêmio, domingo, Borja teve atuação destacada.

Felipe Melo afastado, reintegrado… e agora titular?

O pós-jogo no Mineirão foi o estopim para o afastamento de Felipe Melo. Depois da eliminação, o meio-campista fez críticas no vestiário a Cuca, que decidiu tirá-lo do grupo na volta da delegação a São Paulo. Sem propostas oficiais, o camisa 30 notificou o clube extrajudicialmente, pedindo a reintegração. A diretoria tentou reaproximar jogador e técnico, que acabou aceitando sua volta ao grupo. Cuca, porém, o via como opção para a zaga. Alberto Valentim, por sua vez, tem usado o jogador como meio-campista, posição em que ele pode até jogar na segunda, pois Bruno Henrique está suspenso. Felipe, contudo, não é a única opção.

Olê, olê, olê, olá, Cuca, Cuca? É Valentim!

A eliminação para o Cruzeiro e o problema com Felipe Melo fizeram com que Cuca entregasse o cargo à diretoria, que na ocasião não aceitou. Ao perder para o Santos, no Allianz Parque, já pelo Brasileiro, o ídolo deu a entender que poderia sair no fim do ano – seu contrato era válido até 2018 -, mas depois recuou. Só que dois meses e meio depois da eliminação na Copa do Brasil, o clube diz que o técnico voltou a pedir para sair, e desta vez teve sua solicitação acatada. O fim da relação veio após o empate com o Bahia, no Pacaembu, quando o Verdão abriu 2 a 0. Desde então, o auxiliar Alberto Valentim assumiu interinamente e conseguiu três vitórias seguidas, levando o Palmeiras à vice-liderança. A torcida e os jogadores têm feito lobby pela efetivação.

Libertadores (era) obsessão

Quando caiu na Copa do Brasil, o Palmeiras ainda tinha vivo o grande sonho de 2017: a Libertadores. O time já havia perdido para o Barcelona, do Equador, na partida de ida, e precisaria reverter em casa para avançar às quartas do torneio. Só que o triunfo por 1 a 0 no tempo normal no Allianz Parque não foi suficiente. A decisão foi para os pênaltis, e os equatorianos fizeram 5 a 4. Quando caiu no torneio continental, o Verdão estava a 15 pontos da liderança no Brasileiro.

Kenaldinho: de coadjuvante a protagonista

Hoje um dos principais jogadores do Palmeiras, Keno foi o autor do gol alviverde no Mineirão. Mas naquele jogo, o camisa 27 saiu do banco de reservas. Desde que Alberto Valentim assumiu o comando, o ex-jogador do Santa Cruz tornou-se titular, com direito a três assistências contra o Atlético-GO, um gol contra a Ponte Preta e boa atuação contra o Grêmio. Está pendurado com dois cartões para o jogo de segunda-feira.

Mano: rival desejado para 2018 que virou decepção

Quando Cuca saiu do Palmeiras, Mano Menezes tornou-se o principal nome para assumir a equipe em 2018. Mas o técnico do Cruzeiro, depois de conversas informais com o Verdão, preferiu renovar por dois anos com a Raposa. A decisão frustrou a diretoria alviverde, que agora trata Alberto Valentim como o favorito ao cargo. Será o primeiro encontro com o cruzeirense, que acabou campeão da Copa do Brasil, desde o caso.

O último encontro no Allianz Parque

A última vez que Palmeiras e Cruzeiro se enfrentaram no Allianz Parque foi na primeira partida da Copa do Brasil. O Verdão acumula uma sequência de seis jogos sem vencer o Cruzeiro. O último triunfo foi em 2015, no Mineirão, quando Gabriel Jesus foi o destaque nos 3 a 2, que classificaram a equipe às quartas de final da Copa do Brasil. Daquela vez, o Palmeiras acabou com o título.