Futebol não é uma ciência exata

Caros amigos palestrinos, semana difícil, não é mesmo? A queda na Copa do Brasil diante de um adversário potencialmente fraco nos faz pensar e fazer diversas análises. O que está dando errado? Será que contratamos mal? Fizemos mal em manter Alexandre Mattos? Cuca não deveria ser o técnico? Pelas redes sociais as teorias são diversas, e sempre adversas.

Vamos analisar de um modo mais macro. Terminamos o ano de 2016 como Campeões do Campeonato Brasileiro e com injeção financeira de mais de R$ 100 milhões em peças de reposição. Fizemos a manutenção de Dudu e Thiago Santos, trouxemos a dupla das Américas Alejandro Guerra e Miguel Borja, trouxemos o grande destaque do Coritiba, o meia Raphael Veiga, e de quebra trouxemos a grande promessa de Santa Catarina, Hyoran. Apenas para temperar um pouquinho mais esse prato saboroso, trouxemos o grande ‘cavaleiro do zodíaco’ Felipe Melo. Falador, brigador, intruso e forte fisicamente, seria um dos líderes de grupo e não deixaria a bola cair.

Boa parte dos jornalistas, assim como nós, palmeirenses, elencamos o Palmeiras como o grande papa títulos de 2017. Paulistão e Libertadores, no mínimo. Mas bastaram 30 minutos de futebol ruim e desatenção para a Ponte Preta ter seu tempo de glória e enfiar três gols na meta de Fernando Prass. Todo mundo sabia que os campineiros não repetiriam tal desempenho na decisão, o que deixou a taça nas mãos do nosso rival alvinegro de Itaquera.

Copa do Brasil não foi o fim de tudo
O Palmeiras caiu de forma honrosa, se assim podemos dizer. Mas foi uma queda. O Cruzeiro tem time limitado, técnico limitado e que não apresenta grande futebol. Sabe fazer aquele jogo básico, aquela catimba, mas nada que encha os olhos de ninguém que conhece futebol. Faltando apenas cinco minutos para o apito final, o Palmeiras estava classificado. Uma desatenção na zaga provocou o gol do time azul e tudo foi por água abaixo.

Perdemos a vaga no Mineirão e não perdemos nenhum dos confrontos. Não é de se puxar o cabelo. E não tem necessidade de questionar se falta vontade ou tesão. Aconteceu, coisas do futebol. Como o Palmeiras poderia ter marcado mais um gol. Mas isso de fato não aconteceria se o posicionamento do Mina estivesse certo e se o Egídio tivesse atenção no lance que antecedeu o tento contra. Talvez se Cuca tivesse continuado o trabalho sem a intervenção temporária de Eduardo Baptista, as coisas estariam dentro dos prumos. Detalhes, amigos. Detalhes.

Tem a Libertadores
Ainda temos a Libertadores. É um alento. É o principal título que estamos disputando no ano. Passar do Barcelona em casa vai dar tranquilidade para o treinador trabalhar. Pelo menos quatro semanas de intenso ritmo, treinamento e posicionamento. Conversa, troca de ideia e aproximação. Cuca sabe fazer isso e deve fazer isso. Mas temos que reverter o resultado negativo que trouxemos de Guayaquil. Eliminar os equatorianos vai ser um grande divisor de águas do ano palmeirense.

Para quem pensa em resultado à curto prazo, ser eliminado do torneio continental representará o fim. Vale protestar, xingar e nada prestará. Desde o presidente até o faxineiro. E será confirmada a tese de que futebol não se faz só com dinheiro e muito menos trata-se de uma ciência exata. Vai muito além disso.

2017 era para ser o grande ano, mas por enquanto não vingou. Ser eliminado da Libertadores não vai representar o fim de tudo. Pode doer muito, machucar e nos deixar sensíveis e tristes à tal ponto de exaltar o desânimo e o pessimismo, mas entraremos em 2018 como favoritos novamente. Talvez muito mais fortes e também sem interrupções no trabalho de Cuca.

Rival sabe lidar com a incerteza
Muitos palmeirenses fazem comparação natural com o rival de Itaquera. O Corinthians, recheado de dívidas e problemas, já conquistou um título e lidera o Brasileiro com certa folga. Como ressaltei no título desse post, futebol não é uma ciência exata. Técnico novato, trabalha desde o ano passado, tem diálogo no elenco e conseguiu acertar a boa e velha tática do feijão com arroz. Em 2009 estávamos dez pontos na frente e já existia contagem regressiva. Caímos e nem para a Libertadores conseguimos nos classificar.

A imprensa cria uma distância imaginária. Dez pontos são apenas três jogos. Num universo de mais de 30 jogos, não é impossível que a queda possa ser tão ‘impossível’ de acontecer, como tratam alguns profissionais da grande imprensa esportiva brasileira, nada imparcial.

O Palmeiras não deve nada ao Corinthians e seguimos na frente. Estamos na Libertadores e temos algo maior em vista. Eles também foram eliminados da Copa do Brasil e ano passado não ganharam a vaga para a Libertadores.

Hora de torcer e apoiar

Apesar das tristezas que passamos no ano, precisamos torcer e apoiar como nunca fizemos. Nossa torcida é espetacular e mesmo depois de uma eliminação complicada, vamos lotar o Allianz Parque para vencer o Avaí e seguir na cola dos líderes. De ponto em ponto, enchemos o papo. Temos que ficar sempre na frente e brigando. Uma hora, quem sabe, passamos.

O palmeirense precisa ser estudado. Ele é incomparável. Não adianta. Quarta-feira dormimos xingando todo mundo e prometendo ódio e raiva, mas não vamos deixar de aplaudir o Egídio se ele fizer uma boa jogada e o Mina se fizer um gol de cabeça. Paixão é isso. Amor é isso. E estaremos lá novamente. Por você, Palmeiras!