GeralEntrevista exclusiva com Vlademir Pescarmona, candidato a presidente do Palmeiras

Entrevista exclusiva com Vlademir Pescarmona, candidato a presidente do Palmeiras

Pescarmona fala sobre diversos assuntos, dentre eles a briga com a WTorre e seu plano de Governo.

Em novembro, o Palmeiras passa por novas eleições presidenciais. Paulo Nobre, Vlademir Pescarmona e Luiz Carlos Granieri disputarão o cargo máximo do clube. Os desafios são imensos.

Nesta terça-feira, o Palmeiras Online falou, com exclusividade, com Vlademir Pescarmona. O encontro ocorreu por volta das 16h, na sede social do Palmeiras. Perguntamos sobre os mais variados e assuntos envolvendo o Palmeiras, o futebol e a crise financeira que o clube atravessa.

Leia, na íntegra, o que disse o presidenciável:

Ou, se preferir, escute a entrevista. Clique aqui.

 

Vlademir Pescarmona concede entrevista para o Palmeiras Online na sede social do clube. Foto: Thiago Gomes
Vlademir Pescarmona concede entrevista para o Palmeiras Online na sede social do clube. Foto: Thiago Gomes

Palmeiras Online: Fale um pouco sobre sua trajetória dentro do Palmeiras, tanto na parte social como política.

Pescarmona: Eu comecei no clube desde pequeno, desde garoto. Meu pai era diretor do conjunto aquático, foi conselheiro, meu avô. Ai depois comecei a nadar e fiz muitos anos de natação juntamente com meu irmão.

Depois frequentei muito quando era adolescente. Casei, trouxe meus filhos para cá (no Palmeiras). Meu filho começou a lutar judô e, inclusive, hoje ele é faixa preta. Começou a lutar com seis anos aqui no Palmeiras. A minha filha começou a jogar tênis, terceira classe de tênis. Enfim, tivemos uma vida social e esportiva muito grande aqui.

Em 1989, ou um pouco antes, eu jogava tênis também juntamente com meu pai e meu irmão. O pessoal começou a falar “Poxa, Pesca, por que você não entra como conselheiro?”. A galera me apoiou e em 89 eu entrei pela chapa do Facchina e tive mais de 60 votos. O pessoal do tênis apostou muito em mim para que eu pudesse fazer alguma coisa a favor. E aí o Facchina me chamou e pediu para que eu fosse diretor de esportes não profissionais em 89.

Eu já tinha uma experiência legal porque na época da Caetano Campos eu fui presidente do Grêmio da Caetano de Campos. Aquilo foi um grande desafio que eu aceitei. Fiquei seis anos. Pegamos o departamento com onze modalidades e passamos para quase 30. Logo depois veio a Parmalat, e em 91 e 92 ela apoiou o Basquete e o Vôlei. O hóckey nem tanto, mas ela participou também. Começamos a trabalhar e conseguimos um patrocínio para o salão (futebol de salão). Fazia muitos anos que o salão não ganhava um campeonato e vencemos um campeonato metropolitano. Consegui arrumar um patrocínio para o judô. Federei a sinuca que, na época, tinha grandes jogadores. Federei o futebol de botão que foi pentacampeão brasileiro. O atletismo foi campeão do Gonzaguinha. Para se ter uma ideia, esse Gonzaguinha é o que antecede a São Silvestre e você para ficar com o troféu, é preciso ganhar três anos seguidos. Nós disputávamos com equipes tradicionalíssimas.

Depois eu tive um problema com o seu Mustafá e acabei me afastando. Montamos a União Verde e Branca. Aquela famosa kombi, que todo mundo cabia na kombi, que eram os únicos 10, 11, 13 que levantavam para poder questionar o que que acontecia aqui, que a gente sabia que na época da Parmalat muita coisa foi acobertada. Na verdade foi acobertado muitos erros. Porque o futebol ganhava e a imprensa deixava passar, mas nós sabíamos que, internamente, o clube era completamente deficitário e tinha problema na base. Tanto que a Parmalat queria pegar a base na época, e eles não deixaram. Enfim, aí montamos a UVB até que em 2007, 2008, na verdade, nós fizemos um acordo com o Della Monica e começamos a ocupar alguns cargos e eu fiquei como secretário do Conselho.

Isso foi importante “pra caramba” porque eu me apeguei muito ao estatuto, porque eu era obrigado, todo dia, como secretário do conselho, ler o estatuto. Isso foi importantíssimo politicamente para saber a parte jurídica da coisa e a parte legal da coisa. Muita gente que não conhece fala “ah, porque você não fez assim, porque você não fez assado”…aí você vai lá no estatuto e você vê o que pode fazer ou não.

Quando o Belluzzo ganhou a eleição eu fiquei como diretor administrativo, mais ou menos um ano e sete meses, e aí depois peguei o fim do mandato no futebol. Foi um mandato meio que “tampão”, para quebrar o galho. Hoje acho que eu me sinto preparado em função de todo esse tempo, de toda essa militância que nós fizemos aqui dentro do Palmeiras.

 

Palmeiras Online – Ao longo da sua experiência, qual o dirigente que você tenta se espelhar? Qual dirigente que você tem como exemplo?

Pescarmona – Eu sempre gostei muito, meu pai também era fã, e eu era garoto, meio adolescente assim…mas a gente escuta muitas histórias, muitas coisas do Ferrucio Sandri. Na minha opinião, é um nome muito importante aqui dentro do Palmeiras.

 

Palmeiras Online – De que época ele era?

Pescarmona – Ele foi acho que da época da Primeira Academia. Entre a Primeira e a Segunda Academia. É, ele era um, pelo que a gente sabe, assim, um expert em política. Ele queria comprar um lateral-direito e falava que era do Juventus, mas na realidade era do Botafogo. Todo mundo tentava contratar o lateral do Juventus, e ele fechava com o lateral do Botafogo.

Claro que hoje isso mudou muito, a política em si. Esse meio do futebol, assim como o mundo, é muito dinâmico. Você clica e fica sabendo de tudo. Naquela época ainda se amarrava um pouco de cachorro com linguiça.

 

Palmeiras Online – Quais os principais desafios hoje para assumir o Palmeiras?

Pescarmona – O principal desafio, na verdade, é o problema financeiro. A gente sabe que tem esse problema e que é um problema bastante complicado. Eu já fiz alguns questionamentos para o presidente Paulo Nobre na Assembleia, porque ele sempre questionou e sempre diz isso nas reuniões que ele pegou o clube com uma série de dificuldades financeiras. Para você ter uma ideia, no primeiro mandato, ele teve somente 25% dos recebíveis para poder utilizar e no segundo mandato 75%. E eu perguntei para ele: “presidente, para o seu sucessor, você vai deixar o que?”. Ele não conseguiu responder. Ele apenas disse que o Campeonato Paulista já foi absorvido pela administração do Tirone e que o Campeonato Brasileiro ainda estava sem mexer e os 10% que nós vamos pagar dele que foi aprovado pelo Conselho, ele disse que não vai afetar o andamento do clube. Mas isso é uma coisa que a gente vai ter que sentar e ver. Vai ter um período de transição entre novembro e dezembro, pegar um profissional da área financeira e fazer um levantamento.

A outra grande preocupação e desafio é essa história dos 36 jogadores que nós temos. E como você resolve isso? Você tem que ter um profissional que chegue lá, que pegue a planilha, ver quais são os jogadores que vencem o contrato, aqueles que não vencem, aqueles que você eventualmente pode emprestar e ver a questão do salário. Muitas vezes você empresta o jogador e você acaba pagando mais da metade do salário para poder se livrar dele. Então, são dois desafios importantes. O terceiro maior desafio é, com certeza, arrumar parcerias. O Belluzzo está trabalhando e já se comprometeu a nos ajudar muito com isso e, inclusive, ele está montando um conselho de notáveis e influentes na parte da sociedade paulista e brasileira que mexe com empresariado, com bancos, que é para poder alavancar esse tipo de coisa. Situação, aliás, que ele fez muito bem. Para você ter uma ideia, na época do Belluzzo, nós tínhamos R$ 240 milhões de faturamento no ano. Hoje nós estamos com R$ 180 milhões. Na época do Tirone já veio caindo, caindo, e eles não conseguiram recuperar. Há não ser que venha algum mecenas, tipo Paulo Nobre, e empreste R$ 100 milhões que nós vamos ter que pagar. Eu não quero pagar, quero receber o dinheiro.

O quarto maior desafio é tentar se aproximar da WTorre. Não quero dizer com isso que eu vá abrir as pernas, me desculpem a expressão. Quero negociar, fazer valer os nossos direitos. Isso foi feito para dar lucro e nós estamos perdendo dinheiro. Por enquanto, não estamos conseguindo aproveitar absolutamente nada e isso é muito importante a gente sentar e negociar um acordo que seja bom para os dois lados.

 

Palmeiras Online – Em relação ao futebol, outros presidentes, inclusive o Paulo Nobre, falam bastante em austeridade financeira. Manter o clube financeiramente saudável. Como você equilibraria as finanças, mantendo o clube em dia e jogadores interessantes no plantel?

Pescarmona – A gente precisa saber quanto teremos de recebíveis para 2015. Não devemos ultrapassar aquele ano de gestão. Efetivamente, quais são os recebíveis que o Palmeiras tem? Fiquei sabendo, inclusive, que eles estão negociando novamente com a Adidas. Esse é o primeiro ponto.

Como é que nós vamos resolver o problema? Quanto que nós temos de dinheiro hoje? Hoje nós temos R$ 100 milhões. Quanto que é a folha de pagamento hoje? Não pode ser bom e barato que vira ruim e caro. A folha de pagamento, hoje é de R$ 10 milhões. Então, se você parar para analisar, nós já temos comprometido para 2015 o valor total e mais R$ 20 milhões, totalizando R$ 120 milhões.

Fora as outras coisas que temos que fazer. Então você não consegue contratar, porque você está amarrado. O diretor de marketing do Paulo Nobre, que foi demitido, andou falando por aí que ele tinha um produto ruim e ele não conseguia vender esse produto. Se você quiser fazer dinheiro, o time tem que ser bom. Você tem que criar, pelo menos, um time competitivo. Não vou dizer um time para ganhar campeonato, porque isso não podemos prometer.

Ter um time bom faz você ter casa cheia. Com um time competitivo, a arena estará com os seus 42 mil lugares ocupados. Com isso, você consegue atrair patrocinadores que ficam de olho. Uma baita arena bonita dessa, esse espelho que você pode dar para o público, é importantíssimo.

Outra coisa é negociar com a Rede Globo essa diferença brutal que existe entre o Palmeiras e Flamengo, São Paulo, Vasco e Corinthians. A diferença está enorme e isso é um verdadeiro tiro no pé. Lá na frente, três, quatro ou cinco anos, pode criar um afastamento e uma distância muito grande entre esses clubes.

É preciso ter cacife. Tem que ter apresentação de uma arena bonita. Você acha que a Globo não vai querer fazer uma transmissão aqui, na Arena? Temos que tentar, de todas as maneiras, fazer um investimento melhor no futebol e contratar bem, muito bem. Não adianta você ter 36 jogadores, pagar uma folha de R$ 10 milhões por mês e o produto que você tem em mãos não é bom. Está pagando o ruim e caro. O que temos que fazer é contratar profissionais gabaritados. Infelizmente a escolha do Brunoro foi um fracasso. Quem conhecia já sabia. Não estou falando da pessoa dele, e sim como profissional. Como profissional, ele é uma lástima. É preciso contratar um profissional de mercado, que esteja atualizado e que tenha planilha.

Outra coisa importante é não permitir que o técnico fale o que quer. “Olha, eu quero o Cristaldo”, “quero o Tobio”. Qual é a deficiência que o Palmeiras tem, hoje, no elenco? O Palmeiras está precisando de um lateral-direito, um lateral-esquerdo, um central. O time precisa de uns 10 mais ou menos, né? Com essa deficiência, aí sim você vai atrás e vai procurar oportunidades de mercado para reforçar o time. O ponto é contratar bem. Senão depois o técnico vai embora e você fica com eles aí sem saber o que fazer.

 

Palmeiras Online – Na infindável história do Alan Kardec e do Ronaldinho Gaúcho, qual seria a sua atitude?

Pescarmona – Com o Ronaldinho Gaúcho eu não iria conversar porque eu tive uma decepção muito grande. Na época, o Grêmio estava pagando R$ 200 mil reais, e nós conseguimos duas empresas para pagar R$ 400 mil mensais para ele. Claro que, em troca, as empresas iriam usar a figura dele para fazer propaganda.

O Palmeiras iria pagar R$ 400 mil. Tudo acertado. “Fio de bigode”, tudo certo. Saímos do Rio de Janeiro duas vezes com o Assis (empresário de Ronaldinho) acertado, tudo certo. E aí o Flamengo mandou uma proposta e ele acabou fechando.

Eles deram um azar tão grande, porque Deus é muito justo. Eles não tinham esse dinheiro. E eles chamaram a Traffic para tentar negociar empresas que estivessem interessadas em ter a imagem do Ronaldinho. Mas nós já tínhamos as empresas. Ele, simplesmente, disse que na segunda-feira estaria em São Paulo para assinar contrato, não veio, e na quarta fechou com o Flamengo.

Eu, particularmente, não negociaria mais, levando em conta essa experiência. Agora, sobre o Kardec, foi uma verdadeira lástima. Nós perdemos o Barcos, até hoje em uma situação muito mal explicada. A gente sabe que tinha um valor muito mais alto pela venda dele que o Tirone não quis vender porque, se vendesse, o time estava caindo para a segunda divisão e iriam cortar o pescoço dele.

Vem um presidente novo, inexperiente, e que faz uma jogada daquela. Perdemos um grande ídolo. Depois perdemos o Henrique. Você estava devendo uma grana, o cara cobrou, você fica bravo e manda ele embora. Perde-se o Alan Kardec por 20 “mil réis”. Me desculpe, mas isso é coisa de time pequeno. Time pequeno é assim. Se ele fala assim: “Olha, eu quero ganhar R$ 400 paus”, e eu estou oferecendo R$ 200, onde a diferença é enorme e brutal, olha, infelizmente não dá. É diferente. Mas nós estamos falando em R$ 20 mil, R$ 15 mil e até chegou em R$ 5 mil.

Com essa atitude, a diretoria começou a pensar muito pequeno. E perdemos três ídolos que já estavam aqui e não precisava sair para comprar. Não precisava ir lá fora comprar.

O Wesley ficou nove meses parado e começou a jogar bola no final do ano passado. E o “seu” Brunoro deu uma declaração que eles iriam emprestar para o Atlético-MG para economizar R$ 1,2 milhões. Quer dizer, então você percebe a cabeça pequena dessa diretoria. Não vamos ser grande nunca com esses caras. Eles não tem a visão da grandeza.

Primeiro, segura seus ídolos. Ou segura pelo menos aquele que você acha que vai te dar retorno. E depois você corre atrás de reforços. Depois você perde Alan Kardec e vai pegar um Henrique…não tenho nada contra o Henrique, contra o Diogo, mas ambos foram rebaixados com a Portuguesa.

 

Palmeiras Online – Em relação a sua diretoria, você já adiantou que Belluzzo e César Maluco farão parte. Quais serão as pessoas da sua confiança em caso de ser eleito presidente do Palmeiras?

Pescarmona – Eu sou uma pessoa democrática e faço um colegiado. Claro que vai ter um profissional lá dentro. Eu gostaria de ter um diretor estatutário lá (no futebol) para que eu não tivesse que me “enfornar” lá que nem o Nobre faz. O presidente do Palmeiras precisa ser presidente do todo, não só do Palmeiras Futebol Clube.

Qual a função do Belluzzo, do César Maluco e de outras pessoas que vão estar comigo lá? É conversar, orientar, dar opiniões. Eu acho muito importante pegar um ex-atleta, um ex-ídolo, que sabe e conhece profundamente o futebol, ter um equacionamento no meio do futebol. É importante conversar com ex-presidentes.

Acho importante conversa com ex-presidentes porque todos eles cometeram erros, acertos e não custa nada você ter humildade suficiente de pegar o telefone, ligar, ir almoçar. O que não se pode fazer é se “enfornar” dentro da Academia e só ouvir os “puxas-saco” que te levam informação.

 

Palmeiras Online – Voltando a parceria da WTorre, são 30 anos, muito tempo. O Paulo Nobre se mostrou irredutível na conversa, depois mudou. O que você pensa sobre parceria com eles? Você tomaria a mesma atitude do Nobre?

Pescarmona – De jeito nenhum. O importante é que nós não temos a parceria somente com a WTorre. Nós temos com a Allianz e com a AEG. São duas empresas enormes e que, aliás, nada impede de conversar no futuro de fechar um patrocínio máster. Por que não? Já que você tem o nome da nossa arena. Se não me engano, eles já fazem isso…acho que no Manchester, na Europa, eles já tomam essa atitude.

A briga interna, quando você cria uma situação, é saudável. Primeiro porque existe um contrato e ele precisa ser cumprido. Se o contrato tem diferenças de posições, sente e conversa. O que não pode é que esses assuntos tornem-se públicos, já que desgaste fica muito maior. Mas ele tornou isso público e expôs a marca do Palmeiras e da WTorre.

Como você disse no começo, é uma fonte de receita que a gente não pode deixar de lado. Eu fui diretor administrativo e eu sei quanto dava de prejuízo o antigo Palestra, que estava totalmente deteriorado. Nós vamos deixar de gastar e vamos receber. Sinceramente, se eu estivesse sentado na cadeira, isso não teria acontecido.

 

Palmeiras Online – Em relação ao programa de sócio torcedor, o Avanti. O atual presidente criou uma lista de torcedores que acabou virando um grande desastre. Qual a sua ideia para expandir e fazer a manutenção?

Pescarmona – Eu já falei muito sobre isso. Não sou contra, acho que ao contrário, é uma boa fonte de receita para o clube. Algumas coisas estão erradas. Primeiro, a base de dados está com o Palmeiras e isso é um erro. Essa base tem que estar com uma empresa terceira. Como você vai trabalhar com o sócio torcedor se você não o conhece?

Hoje parece que está em torno de 38 mil sócios. Nós temos que tomar um pouco de cuidado também, porque é preciso resolver essa questão das cadeiras. Como vou ficar vendendo título se depois não consigo oferecer um lugar adequado para o torcedor ver o jogo? Precisamos levantar esse processo, ver como está, quais os planos que existem e tentar chegar num acordo com a WTorre para atender uma parte do sócio-torcedor.

 

Palmeiras Online – Em relação as torcidas organizadas, o que você pensa? Hoje não existe qualquer relacionado. Você pensa em ter um departamento exclusivo para lidar com esse torcedor?

Pescarmona – Eu sempre digo que o Palmeiras tem, além do patrimônio físico onde nós estamos agora, tem o patrimônio que são nossos títulos e história, e a nossa torcida. Nossa torcida é um grande patrimônio. Eu quero uma relação de respeito com todas elas.

Se eles me respeitarem, eles terão meu respeito. E o que que eles pedem, na verdade? Eles querem o direito de assistir o jogo. Eles querem comprar o ingresso para assistir o jogo.

Vai Palmeiras e Flamengo no Rio. Quem é que vai? é a torcida organizada. O torcedor comum não vai. Aquela idiotice dos 300 ingressos em Santos, eu imagino o torcedor comum chegando de carro, com sua esposa e filha, e parando no entorno da Vila Belmiro. Imagina a desgraça que poderia ocorrer?

Até me perguntaram outro dia: “você vai dar dinheiro para a torcida?”. Claro que não. Quem está precisando de dinheiro é o Palmeiras.

Vou colocar uma pessoa ou duas para que estejam presentes no dia dia da negociação, já que eu não vou poder ficar todo dia conversando com eles. Nós vamos estudar a melhor maneira de atendê-los.

 

Palmeiras Online – No Palmeiras, quando um presidente é eleito, existe a famosa distribuição de carteirinhas de diretor. Na sua possível gestão, como será feito?

Pescarmona – Quero deixar bem claro que não tenho nada definido e nem distribuí nada. Não fiz loteamento. Todo mundo que vem conversar comigo, eu exponho minhas ideias e deixo isso prevalecer. Pelos anos de experiência que tenho no clube, a gente conhece as habilidades de cada um. Quais foram as pessoas que colaboraram, aquelas que deram certo, que não deram certo.

Uma coisa eu vou ser bem sincero. As pessoas que vou inserir na minha gestão, primeiro, estão próximos. E juntos durante todos esses anos de estrada. São pessoas que já mostraram alguma coisa no passado.

Todos os cargos mais importantes, por exemplo, a diretoria jurídica, vamos ter um diretor jurídico, mas vamos ter também um jurídico profissional. Vou ter um diretor financeiro, mas vou ter um gerente financeiro do mercado, que trabalha em banco ou em alguma outra empresa.

 

Palmeiras Online – Na época do Belluzzo, a mídia palestrina recebeu algumas oportunidades e foi valorizada. Na era Tirone e Nobre, essa mídia foi desperdiçada. O Palmeiras Online, por exemplo, tem mais de 800 mil seguidores no Facebook e recebe mais de 60 mil visitas por dia no site. Qual a sua ideia para valorizar e criar um contato com esse canal?

Pescarmona – Uma vez, conversando aqui, me perguntaram exatamente isso. Existe uma imagem muito ruim das mídias. Falam que as mídias são “anti-sociais”. Twitter, Facebook, acabam usando para uma outra finalidade e não para aquela finalidade certa.

As mídias precisam ser um porta-voz, inclusive, para divulgar o que a diretoria está fazendo. Se a diretoria for transparente e chegar nessas mídias e falar o que está acontecendo, eu acho perfeitamente viável.

O que não pode é ter uma mídia “anti-social”, que não é o caso. Mas vamos andar com isso e, de antemão, já peço sua ajuda (risos).

 

Palmeiras Online – Por fim, como é sua relação com o Mustafá? Não é novidade que ele tem uma influência muito grande no clube, ainda. E qual o recado que você mandaria para a torcida do Palmeiras, que está bastante preocupada com o futuro do clube.

Pescarmona – Minha relação com o Mustafá é muito cordial. Cumprimento por uma questão de educação. Nunca conversei com ele por muito tempo para discutir assuntos do Palmeiras em si. Eu acho que ele tem algum valor, pois trata-se de um político habilidosíssimo e nós temos uma deficiência muito grande na Confederação e na Federação.

Não vou me furtar de pegar o telefone e ligar para ele afim de conversar. A hora que eu estiver sentado na cadeira, efetivamente, eu vou conversar com ele de presidente para ex-presidente. “Presidente, o senhor pode me ajudar? Que orientação você daria?”, essas coisas. Deus nos deu dois ouvidos que é justamente para isso: ouvir.

Não vou, jamais, seguir tudo que ele fala. Mas é importante ouvir e saber o que ele tem a dizer. Assim como vou fazer com o Tirone, com o Paulo Nobre, apesar das críticas que faço, tenho um excelente relacionamento com ele. É preciso preservar a instituição. Toda vez que você desce o cacete em ex-presidente, você está criticando a instituição.

E, por fim, quero dizer para vocês o seguinte: o meu diferencial para o Paulo Nobre, além da conta bancária, claro, é que eu vou ser um presidente atuante, um presidente que vai estar aqui. Eu até tenho uma ideia, de se fazer uma vez por semana, das 16h até umas 20h, de deixar aberto para o associado e conversar com as pessoas, fazer parte do clube, saber o que os sócios e palmeirenses estão pensando.

Quando você vai na píscina, se ouve uma coisa. Se vai na academia, ouve-se outra, e assim por diante. Esse é o diferencial. Com isso, você pode corrigir um erro que, eventualmente, você possa ter cometido. Claro que isso é o dia dia. Pode ter coisa boa, como pode ter coisa ruim.

Com certeza, vamos fazer o possível para montar um time que dê orgulho para o palmeirense. Porque eu, mais do que ninguém, não aguento mais. Aliás, não sei se vocês lembram, o último grande time que tivemos aqui foi em 2009 com o Belluzzo. Ele teve coragem de investir e é criticado por isso até hoje.

Perdemos por uma consequência. Perdemos a espinha dorsal formada por Pierre, Cleiton Xavier e o Maurício Ramos. Não tínhamos banco para suplantar isso. Depois veio o Vágner Love que, no desespero, gerou um enorme atrito com o Diego Souza. Enfim, era um time competitivo e brigávamos para disputar título. E hoje disputamos para não cair.

Nós vamos fazer o possível e imaginário, aquilo que for necessário, para montar um time digno.

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