O que ganhamos com o retorno de Felipe Melo?

Felipe Melo foi reintegrado. Fato consumado. Ou melhor, fato que será consumado logo mais às 15h em coletiva na Academia de Futebol. Ele estará de volta e, pelo menos, treinará com o elenco.

Recapitulando o que rolou para ele ser afastado. Palmeiras ganhando de 1 a 0 do Cruzeiro e praticamente classificado para as semifinais da Copa do Brasil. Torcida feliz, time tocando a bola…era só acabar. Aí tomamos um gol besta e caímos na competição, gerando ainda mais pressão em cima do elenco. Felipe Melo chegou chutando a porta do vestiário e cobrou geral. Apontou dedo na cara e o escambau. Pronto, prato cheio para Cuca tirá-lo do grupo.

Mas como ele não é bobo, acionou alguns advogados que o orientaram a postar fotos treinando sozinho. E foi o que ele fez. Dias depois o clube foi notificado extrajudicialmente pedindo para que o atleta fosse reintegrado. Caso contrário teria que responder uma ação por assédio moral. Após consultar o corpo jurídico, o Palmeiras entendeu que era de fato uma ameaça grave.

Com contrato até final de 2019 e com luvas para pagar, o clube entendeu que não poderia destratar um ativo dessa maneira. Além disso, o presidente Maurício Galiotte não ficou muito confortável com o afastamento, entendendo que Cuca deveria ter pensado de um modo mais macro, de um modo grande, englobando uma série de perspectivas, e não só o ego dele. Será que uma conversa de canto não resolveria? Será que uma carta de advertência e um pedido formal de desculpas não resolveria? Será que alimentou muito a imprensa de boatos, problemas e situações difíceis? Enfim.

O fato agora é que ele foi reintegrado. Se algum jogador do elenco ficou incomodado com as cobranças, vai ter que engoli-las. Não tem jeito. A atitude de reintegrar o volante deveria ser muito mais ampla, envolvendo uma conversa geral e entendendo o que todos realmente pensam, como se fosse uma votação mesmo, e não somente por uma ameaça jurídica. Espero sinceramente que o grupo não rache por isso e que Felipe Melo possa, sim, ser reaproveitado. Na minha visão trata-se de um bom jogador e que pode ser aproveitado em certos momentos, talvez não como titular absoluto, mas entrando em algumas partidas em que é preciso manter o resultado e segurar a bola.

Todo e qualquer ativo do clube deve ser cuidado com respeito e carinho, desde uma cadeira até um jogador de futebol profissional. Nessa questão, Maurício Galiotte e Alexandre Mattos trabalharam bem. Esperaram a poeira baixar, tiveram paciência, não colocaram ‘os pés pelas mãos’ e atuaram com inteligência. Se vai dar certo ou não, só o tempo vai dizer.