Palmeiras cria, mas falha nas finalizações e é derrotado em vacilo de Guerra

Venezuelano perde para Jean Mota na saída de bola, e Ricardo Oliveira faz o gol da vitória do Santos na arena do Verdão.

Palmeiras foi melhor do que o Santos na maior parte do jogo, especialmente no segundo tempo. Criou chances. Teve mais posse de bola. E perdeu num de seus raros vacilos na partida inteira: aos 30 minutos do segundo tempo, Guerra foi desarmado por Jean Mota (houve reclamação de falta), e a bola sobrou para Ricardo Oliveira marcar de cabeça na sequência do lance.

Não dá para falar em “resultado injusto”, já que a proposta de jogo do Santos era exatamente essa, de se defender e especular algo num erro do Palmeiras. Foi o que aconteceu, e o Verdão sabia disso. E não dá para criticar o técnico Cuca, já que o time soube criar, mesmo com gramado encharcado. O problema foram as finalizações. Deyverson e Dudu perderam uma chance clara (ambos furaram) na pequena área, em cruzamento rasteiro de Moisés, pouco antes do gol santista.

Estacionado em quarto lugar com 43 pontos, o Palmeiras vê o Santos ir a 47 e se credenciar como o principal perseguidor do líder Corinthians, que tem 54 e pega o Cruzeiro neste domingo, em Belo Horizonte. Faltando 12 rodadas, a tarefa do Verdão de buscar o bi fica dificílima. Lutar pelo G-4 (o que lhe garantiria um lugar na fase de grupos da Libertadores) parece ser a tarefa do time de Cuca até o fim do Brasileirão.

O jogo

Há muito pouco para ser analisado taticamente do primeiro tempo. Com o gramado encharcado, os dois times procuravam jogar no erro do adversário, e cada possibilidade de alçar uma bola na área (principalmente em faltas laterais) virava chance de gol.

A já famosa jogada da “casquinha” de Deyverson entrou muito pouco. Em vários momentos, o atacante se posicionou mais à direita, tentando se aproveitar da baixa estatura do lateral Zeca (1,70m), e Willlian ficou centralizado, buscando a segunda bola. Dudu também jogava de fora para dentro, participando do “perde e ganha” característico em jogos assim, com gramado ruim.

A melhor chance acabou sendo do Santos, aos 46, em boa jogada de Daniel Guedes às costas de Zé Roberto. A bola sobrou para Ricardo Oliveira, que chutou mascado. Prass fez a defesa.

Palmeiras no primeiro tempo: Dudu saía da esquerda para ajudar na armação, e Willian e Deyverson se revezavam na função de referência no ataque (Foto: GloboEsporte.com)

Preocupado com o rendimento de Zé Roberto, Cuca o substituiu no intervalo por Thiago Santos (Egídio, o titular da lateral, estava suspenso), passando Tchê Tchê para a esquerda. Não foi exatamente por causa disso, mas o Palmeiras voltou melhor no segundo tempo.

Pouco a pouco, o Verdão foi acuando o adversário. Todas as segundas bolas eram do Palmeiras. O Santos não tinha saída. O volante Matheus Jesus, fazendo sua estreia como titular do Peixe, teve um primeiro tempo bom, mas pregou no segundo, assim como Alison – e aí sobrou espaço para os meias do Verdão. Cuca percebeu e trocou Jean por Guerra, na tentativa de ter um jogador ainda mais técnico naquele setor, para jogar com Moisés e Dudu (que saía da esquerda para ajudar na armação).

O problema, aí, passou a ser a deficiência nas finalizações, principalmente de Deyverson. O atacante teve duas chances. Na primeira, isolou. Na segunda, a mais clara, em cruzamento rasteiro de Moisés.

Quando o Palmeiras estava (muito) melhor, veio o baque. Aos 30, Guerra perdeu a bola para Jean Mota (houve reclamação de falta). Na sequência da jogada, Bruno Henrique teve calma e espaço para cruzar para Ricardo Oliveira, sozinho na pequena área, marcar de cabeça.

Imediatamente, Cuca chamou Borja para o lugar de Willian. A tentativa, claro, era ganhar na força. O Verdão foi para o abafa. Mas o Santos (principalmente com Lucas Verissimo) ganhou todas as divididas pelo alto e soube gastar o tempo quando teve a bola nos pés.

O que vem por aí
O Campeonato Brasileiro terá uma pausa de dez dias para a disputa das duas últimas rodadas das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2018. O próximo jogo do Palmeiras será no feriado do dia 12, contra o Bahia, no Pacaembu. O zagueiro Edu Dracena e o lateral-esquerdo Egídio, que cumpriram suspensão contra o Santos, ficarão à disposição do técnico Cuca. Em compensação, o zagueiro Luan recebeu o terceiro amarelo no clássico deste sábado e é desfalque certo diante do Bahia.