Palmeiras valoriza sequência, mas “necessidade” pode abrir espaço para mudanças

Diogo Barbosa e Keno começaram jogo contra o Boca Juniors, e Guerra e Moisés entraram na segunda etapa. Estreia no Brasileirão será na segunda, contra o Botafogo

Depois de dois dias de preparação com portões fechados, Roger Machado surpreendeu ao escalar o Palmeiras na última quarta-feira com mudanças para enfrentar o Boca Juniors, pela Taça Libertadores.

Muito em função do adversário, como o próprio treinador afirmou em entrevista coletiva, mas a decisão de tirar Victor Luis e Willian do time, que vinham em boa fase, pode abrir a possibilidade para, em um futuro não muito distante, outras alterações durante o Campeonato Brasileiro.

Após a derrota na final do Paulistão e o empate por 1 a 1 com o Boca, os palmeirenses voltaram a conviver com alguns questionamentos. O fim da partida contra os argentinos foi marcado por algumas vaias da arquibancada da arena, que teve mais de 37 mil pessoas.

A irritação se deu principalmente pelo gol de empate do Boca, sofrido aos 46 minutos do segundo tempo após mais uma falha de Antônio Carlos – o zagueiro já havia participado diretamente do lance do gol do Corinthians no último domingo.

No setor ofensivo, Lucas Lima teve pouca participação no jogo, assim como Dudu e Borja. Do trio, apenas o capitão permaneceu em campo os 90 minutos contra o Boca, enquanto que os demais foram substituídos.

Após a partida da última quarta-feira, Roger valorizou o elenco, mas afirmou que deve dar sequência para a base que vem atuando neste início de Brasileirão.

– À medida que a necessidade pedir, vamos observar alguns jogadores, mas não podemos iniciar o campeonato alternando a equipe, até porque sabemos que muitas coisas decidem no início. Tem a parada para a Copa ainda, quem conseguir fazer uma intertemporada boa vai chegar forte para outra parte do campeonato – disse Roger.

Veja quem pode – ou merece – ter uma chance no Palmeiras:

Defesa
Setor mais questionado na temporada, principalmente pela idade de Antônio Carlos e Thiago Martins, a zaga vinha bem e sendo um dos destaques da equipe. Nos últimos dois jogos, porém, Antônio Carlos falhou em lances decisivos contra Corinthians e Boca.

No setor, Edu Dracena vem ficando no banco e pode ser uma opção mais experiente. As alternativas são: Luan, Emerson Santos, Juninho e Pedrão.

Nas laterais, Victor Luis, mesmo em boa fase, deu lugar a Diogo Barbosa, que havia perdido grande parte da temporada por causa de uma entorse traumática no tornozelo. Do lado direito, Marcos Rocha parece ter lugar garantido até o momento.

Meio de campo
É o setor que parece ter mais opções que podem ganhar espaço na equipe, pela qualidade de quem está fora e também pela queda de produção dos titulares. Depois de começar o ano com Tchê Tchê, Roger mudou a equipe e deu sequência para Bruno Henrique.

Ao longo do Paulistão, o treinador ganhou novamente o reforço de Moisés, que vem sendo utilizado com mais frequência nas últimas partidas. Depois de ser testado na vaga de Felipe Melo, o camisa 10 substituiu Lucas Lima contra o Boca e melhorou a participação.

Além do Profeta, Guerra também foi importante na segunda etapa do jogo contra os argentinos. Além de dividir a responsabilidade na armação com Moisés – Lucas Lima vinha atuando isolado, muitas vezes aberto como ponta em uma linha de quatro no ataque –, o venezuelano mostrou boa chegada e deu assistência para o gol de Keno.

Para opções mais defensivas, Thiago Santos continua sendo mais eficiente, acompanhado por Tchê Tchê. Jean, que está em transição física após operar o joelho, deve ficar novamente à disposição de Roger Machado em maio.

Ataque
Sacado do time no intervalo da final contra o Corinthians, Willian começou o duelo contra o Boca Juniors no banco. No intervalo, porém, entrou no lugar de Borja e aumentou o poder da equipe.

Com a característica de atuar pelo lado, mas de também poder fazer o papel de referência, ele, que foi o artilheiro do Verdão em 2017, com 17 gols, dá mobilidade ao setor, acompanhado por Keno e Dudu.

Goleador em 2018, Borja foi outro que, mesmo com o gol marcado em Itaquera no jogo de ida da final do Paulistão, não rendeu o esperado na segunda final do Paulistão e contra o Boca. Pesa a favor do colombiano a sua boa média na temporada: são nove gols em 15 jogos.

Quem faz por merecer uma sequência é Keno. Importante opção de velocidade e de drible, ele tem sido destaque nas jogadas de linha de fundo – foram dele as melhores jogadas contra corintianos e argentinos – e marcou o único gol do Verdão diante do Boca.

Depois de folgar na quinta-feira, o Palmeiras volta aos trabalhos na Academia de Futebol na tarde desta sexta. Serão três dias de trabalho (dois fechados para a imprensa) até a estreia no Campeonato Brasileiro.

Campeão em 2016 e vice em 2017, o Verdão abre sua trajetória no torneio nacional contra o Botafogo, na segunda-feira, às 20h, no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro.

Veja as informações do Palmeiras para a partida contra o Botafogo:

Local: estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro
Data e horário: segunda-feira, 20h (de Brasília)
Escalação provável: Jailson; Marcos Rocha, Antônio Carlos, Thiago Martins e Diogo Barbosa; Felipe Melo e Bruno Henrique; Lucas Lima, Dudu, Keno e Borja (Willian)
Desfalques: Jean e Artur (transição física)
Arbitragem: Ricardo Marques Ribeiro (Fifa-MG), auxiliado por Guilherme Dias Camilo (Fifa-MG) e Sidmar dos Santos Meurer (MG)
Tempo Real: GloboEsporte.com, a partir das 19h