A eliminação ainda dói na alma

O técnico Felipão, da SE Palmeiras, concede entrevista coletiva, após treinamento, na Academia de Futebol.

Por Thiago Gomes
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Caros amigos palestrinos,

A noite de terça-feira foi triste e assombrosa. Não sei por qual motivo, mas parece que estava prevendo o que iria acontecer. Não sei, faltou aquele espírito maravilhoso de Libertadores, de querer vencer. Tanto da nossa parte, como torcedores, quanto da parte dos jogadores.

O confronto contra o Grêmio foi tratado como um jogo comum. Talvez pela vitória no Sul, talvez por uma certa tranquilidade travestida de perigo. A vitória em Porto Alegre parece que já foi o bastante e que tudo já estava bem encaminhado. Mas o futebol, meus amigos, não funciona assim.

Mesmo na frente do placar, não senti qualquer tipo de confiança. Bom, não houve nem tempo para isso, tamanha a velocidade de tempo que o Grêmio conseguiu empatar. No lance do segundo gol então, desespero total. Luan foi naquela bola, Weverton rebateu, Marcos Rocha deixou de marcar, e a bola terminou nas redes. E ali praticamente terminou nosso sonho mais uma vez.

Esperava que Felipão colocasse Borja. Faria todo sentido, já que o colombiano é (era) o melhor palmeirense na competição, acumulando bons números. Mas quando a placa subiu e Deyverson foi confirmado, mais um pouquinho da confiança foi embora. Falta domínio, habilidade, poder de finalização. Jogo de Libertadores é diferente e precisa ser tratado como uma guerra dentro de campo.

A entrada de Raphael Veiga acabou com qualquer possibilidade de acreditar no empate e na classificação. Com time baixo, o Palmeiras tentava pelo alto. Claro que não teria êxito, não teria sucesso.

Tá. Mas e agora?

Seguindo o clichê, “vamos voltar o foco ao Brasileiro”. Mas lá também não estamos bem. A parada da Copa América (malditos 30 dias!) transformou o Palmeiras em algo pior. É incrível como o Palestra consegue ficar suscetível com coisas pequenas, situações que deveriam somar positivamente.

A diretoria já precisa pensar em 2020. Uma lista de dispensa não é nada dispensável nesse momento. Contratamos muito, “à rodo”, e com pouco planejamento. Carlos Eduardo, Marcos Rocha, Diogo Barbosa, Lucas Lima, Raphael Veiga e outros atletas não podem seguir na próxima temporada, ao meu ver. É melhor pagar mais do que pagar duas vezes. Trazer jogadores da posição, destaques, que cheguem para assumir o papel no time titular e buscar títulos.

E do lado de fora, alguém que faça as cobranças por resultados. Alguém que consiga dar toques, falar sobre probabilidades e alguém que consiga transmitir o que é vestir a camisa da Sociedade Esportiva Palmeiras. Parece que os atletas esquecem o que é postar esse escudo no peito. Parece que o sonho da apresentação se esvai de forma repentina, engolido pela rotina de treinos.

Cabe ao torcedor palmeirense lamentar. E esquecer 2019. E eu? Bom, só quero uma noite de sono tranquila, mas o Palmeiras não consegue me dar.