Apesar dos pesares, Deyverson foi importante no deca

Sem conseguir acertar o retorno de Diego Souza, o Palmeiras, a pedido de Cuca, contratou Deyverson em julho de 2017. A princípio, era um jogador desconhecido, com o status de ter feito gol no Real Madrid e Barcelona, jogando pelo Alavés, clube que recebeu 19 milhões de reais no centroavante. Dois anos e meio depois, o camisa 16 deixa o Verdão, de certa forma, pela porta dos fundos, sem clima com o torcedor palmeirense.

Quando chegou, Deyverson já tinha problemas disciplinares – jogando na Espanha. Mas com o passar do tempo, ele foi ainda mais acumulando cartões e expulsões. Tanto que, em um ano e meio, recebeu cinco vermelhos diretos, conseguindo um grande feito: ficar suspenso de três competições em que o Palmeiras disputava na ocasião. Podemos dizer que a pior de todas foi contra o rival Corinthians, no Allianz Parque. Quando cuspiu em Richard, já chegando ao fim do segundo tempo, um ato completamente desnecessário.

Ponto negativo de Deyverson no Palmeiras

Certamente, seu grande ponto negativo com os torcedores não era apenas o seu comportamento anormal, onde alguns até relevavam. Mas sim, a sua capacidade técnica. Foi com Felipão que Deyverson passou a ser titular absoluto do Verdão. E, como sempre, o maior técnico da história da Sociedade Esportiva Palmeiras, o abraçou e apesar de seus problemas – com e sem a bola – foi lhe dando mais minutos em campo. E logo em suas primeiras oportunidades, em 2018, podemos dizer que o centroavante foi um dos mais importantes na campanha do decacampeonato do Palestra, marcando nove gols e dando duas assistências.

Pasmen, Deyverson gerou 21 pontos ao time alviverde, onde o Palmeiras saiu de 7º para 1º lugar na tabela, conquistando seu 10º título Brasileiro.

Seus jogos de mais destaques foram nas vitórias sobre o Vitória, fora de casa, onde marcou os dois primeiros gols, na vitória por 3 x 0. Rodadas depois, certamente, um dos triunfos mais comemorados por todos palmeirenses, o gol sobre o Corinthians, que gerou mais três pontos. Depois, dois gols sobre o Grêmio no ‘Porcoembu’, e o tento marcado sobre o São Paulo, no Morumbi, que liquidou o confronto, dando fim ao tabu, além de tirar os tricolores da briga pelo título. Por fim, o famoso “gol do título” sobre o Vasco, em São Januário.

Quem já marcou gol de título na década?

Você já parou para pensar nos nomes dos jogadores que marcaram os gols dos títulos do Verdão na década? Começando em 2012, Betinho marcou contra o Coritiba, após cruzamento/chute de Marcos Assunção. Na Copa do Brasil de 2015, ok, mais respeito, porém, foi com o gol de pênalti marcado por Fernando Prass, mas você ai, quando viu/ouviu que o goleirão ia cobrar, sentiu confiança? Dúvido, rs. Em 2016, Fabiano foi quem marcou um ‘golaço’ sobre a saudosa Chapecoense, um jogo épico. Dois anos depois, ele, Deyverson, o jogador mais odiado e amado ao mesmo tempo (naquela ocasião, claro).

No entanto, de lá para cá, apesar de ganhar um crédito no início do ano, Deyverson foi desgastando sua imagem (e, provavelmente, até por isso, foi ficando ausente nos vídeos de bastidores do Palmeiras no Youtube). Na temporada passada, disputou 42 jogos e marcou apenas oito gols. E claro, para um clube que almeja grandes títulos, no qual o Palmeiras, infelizmente, não conquistou nenhum em 2018, é muito pouco. E com atuações de ruins para péssimas, foi cada vez mais perdendo o pouco prestígio que tinha.

“Até breve”, Deyverson?

O pior de tudo é saber que o Palmeiras rejeitou, até então, sob confiança de Felipão, 60 milhões numa possível transferência de Deyverson ao futebol chinês. E agora, ele está retornando ao futebol espanhol, dessa vez, rumo ao Getafe, que pode ser obrigado a pagar ‘apenas’ 19 milhões de reais pelo centroavante de 28 anos.

Sendo assim, se encerra a passagem de um jogador dos mais polêmicos da história do Palmeiras, com uma trajetória de mais baixos do que altos (apesar de bola aérea ser sua especialidade), por qual marcou 25 gols em 104 partidas de muitas oscilações. E, você, palmeirense, apesar dos pesares, tem de reconhecer que Deyverson foi importante no decacampeonato. No entanto, o seu discurso de despedida com um ”até breve”, claro, não irá acontecer.