Blog do Thiago Gomes

As pedras na cabeça de Maurício Galiotte não são justas

Caro palmeirense. Lembre-se, sempre, que esse é um texto opinativo meu e não reflete o posicionamento do Palmeiras Online, que é totalmente imparcial, principalmente na questão política.

Maurício Galiotte vem sofrendo diversos ataques nas redes sociais desde que a negociação de Dudu com o Al Duhail foi revelada. Entre os mais diversos argumentos ofensivos, está a “doação” e a “venda por baixo valor”. Dudu merecia ser vendido por valor maior. Enfim.

Quando assinou sua renovação em 2019 com o Palmeiras, o camisa 7 só aceitou prorrogar seu contrato se o clube se comprometesse a negociá-lo no futuro sem colocar obstáculos. Galiotte aceitou, desde que a venda fosse por pelo menos o dobro do que foi pago. E assim foi sacramentado o negócio.

Diante dos problemas pessoais atuais do jogador e o pedido insistente de negociação, não tinha outra alternativa. Não havia saída. A venda foi feita e o Palmeiras receberá R$ 42 milhões agora e R$ 42 milhões daqui um ano, se Dudu bater as metas. E claro que vai bater, porque são metas muito tranquilas para um atleta da qualidade dele. Ou seja, R$ 84 milhões pela transação.

O que muitos esquecem é que vivemos um momento único na história. A pandemia do novo coronavírus já ceifou a vida de mais de 500 mil pessoas e se alastra por todo o planeta. Uma grande devastação, por mais que uma boa parcela da população oculte a visão sobre um assunto tão delicado.

Se grandes corporações já bem consolidadas no mercado estão sofrendo financeiramente, imagina os clubes de futebol que não poderão ter lucros com receitas de bilheterias. Tiveram queda drástica na venda de produtos, já que os torcedores, de maneira consciente, puxaram o freio de mão no bolso e estão evitando gastos.

O Avanti, programa de sócio torcedor que abastecia os cofres do Palmeiras, foi praticamente zerado. Quem continua pagando receberá em créditos futuros para compra de ingressos ou materiais. Ou seja, a entrada do dinheiro não pode ser tratada exatamente como receita.

Para não trazer problemas aos funcionários, Galiotte manteve os pagamentos integrais. Foram centenas de empregos mantidos. Foram diversas famílias preservadas. E o custo, claro, ficou por conta do Palmeiras. Durante esse tempo poucos trabalharam. Com razão, principalmente pela disseminação da doença.

Quando o presidente iniciou o processo da venda de Dudu, com certeza pensou no caixa futuro. Scarpa também deve sair e a visão da receita da venda também se deve ao futuro incerto. Além de outras negociações que podem ocorrer.

Será que o time do Palmeiras é tão ruim assim que não possa disputar os campeonatos para ganhar em 2020? São necessários grandes reforços no momento?

O momento exige cuidado. Um passo em falso e tudo será comprometido. Não se pode pensar, nunca mais, em atrasar salários e não conseguir pagar uma única conta. Entre 2002 e 2013, passamos por momentos terríveis e perturbadores. O cenário não pode se repetir. Quem lembra, se arrepia. Não fomos reféns do centenário.

Próximo presidente do Palmeiras

Galiotte também pensa no próximo presidente. Quem assumir terá total condição de seguir adiante e com saúde financeira em dia. Os erros cometidos em 2017 e 2019, quando diversos jogadores ruins foram contratados, principalmente por influência de Alexandre Mattos, não podem ocorrer.

Deixar a casa em ordem para a próxima gestão é um ato de amor ao clube. É pensar no Palmeiras como instituição. Se todos os gestores que passaram pela cadeira principal do Palestra tivessem pensado assim, as coisas teriam sido diferentes. Paulo Nobre pensou de forma certa. Galiotte está caminhando para a assertividade. Não há mais espaço para amadorismo e ego inflado. Afinal, até hoje, todas as consequências de atitudes erradas quem pagou foi o torcedor palmeirense, que teve que assistir dois rebaixamentos e não poder fazer nada.

Foco, Galiotte. Você está no caminho certo.

Thiago Gomes
Thiago Gomeshttps://palmeirasonline.com
Editor do site Palmeiras Online. É Administrador de Empresas, Especialista em Marketing Digital, jornalista, Pós Graduado em Comunicação em Mídias Digitais, Pós Graduado em Digital Business e Pós Graduado e Digital Business: Estratégias.É palestrino desde 1985. Já foi diretor e é sócio do Palmeiras.

+ palestra