Palmeiras e Corinthians tinham uma boa relação. Quando a pandemia começou, Maurício Galiotte liderou movimento de paralisação geral do futebol para preservar a saúde dos seus colaboradores. Andrés Sanchez, por sua vez, foi contra no começo, mas depois cessou e apoiou a atitude.
Anderson Barros e Duílio Monteiro Alves, diretor de futebol de ambos os clubes, conversaram diversas vezes pelo telefone para trocar experiências sobre o momento difícil vivido no futebol.
Na segunda-feira, porém, a relação estremeceu de forma considerável. Em reunião na Federação Paulista de Futebol, que contou com a presença do presidente alvinegro e alviverde, a discussão sobre as testagens dos elencos elevou o tom.
Galiotte confirmou que o elenco palmeirense faria os testes da Covid-19 na terça e na quinta-feira. Ou seja, antes das duas partidas decisivas. Sanchez revelou que não faria a testagem antes do primeiro jogo, o que gerou enorme desconforto no mandatário palmeirense, que não concordou e iniciou a discussão.
Para piorar, o Corinthians soltou nota oficial acusando o Palmeiras de não cumprir o protocolo da FPF. Após as partidas, os atletas foram liberados para irem às suas casas, principalmente em dias de folga. Em Itaquera isso não aconteceu. Segundo o Alvinegro, os jogadores estão “confinados” desde 1 de julho, data que os treinos foram retomados.
Entretanto, o Palmeiras faz testes frequentes, praticamente dia sim e dia não, o que não impacta negativamente a liberação dos seus funcionários. Já os corintianos que enfrentaram o Mirassol trocaram camisas, se cumprimentaram e tiveram relacionamento de conversas e apertos de mão dentro e fora de campo, potencialmente perigoso para o alastramento do novo coronavírus.
Não se pode dizer em rompimento total, mas o relacionamento entre os clubes foi muito abalado. E a questão foi levada ao elenco palmeirense e usada como motivação para a vitória na primeira final.
Vanderlei Luxemburgo deve fazer um discurso na Academia de Futebol ainda hoje e na preleção antes da partida, já na Zona Leste.
