Opinião: com ano quase no fim, Palmeiras versão 2017 de Cuca ainda não deu liga

A esta altura da temporada, já era para o Verdão ter uma cara. Mas você saberia identificar quais as principais características desse time?

Faltam 12 jogos para o Palmeiras encerrar sua participação no ano, e a impressão é de que a versão 2017 do time sob o comando de Cuca ainda não deu liga. Tampouco parece provável uma sequência histórica de vitórias e combinações de resultados capaz de levar o Verdão ao topo do Campeonato Brasileiro, ainda mais depois da derrota de sábado para o Santos, por 1 a 0, na arena, pela 26ª rodada.

Para a torcida, pior do que a decepção por não ver em campo os resultados esperados após uma temporada tão promissora em 2016 – turbinada por contratações de peso – é estar a dois meses do fim do ano (a última rodada será em 3 de dezembro) e não saber ao certo qual a feição dessa equipe nem sua identidade.

Exceção ao São Paulo, que deu aula de mau planejamento e colhe agora os podres frutos de uma gestão desastrosa, é fácil, quase automático, você olhar para os arquirrivais palmeirenses e apontar suas principais características:

– Corinthians de Fábio Carille: marcação forte; atua melhor quando não precisa propor o jogo; quarteto ofensivo definido com Jadson, Rodriguinho, Romero e Jô;

– Santos de Levir Culpi: time de contra-ataques e defesa também bastante sólida; tem em Vanderlei um trunfo; ataque dependente de Bruno Henrique.

Agora pare e pense: e o Palmeiras de Cuca, que características marcantes possui? Qual o 11 titular, o chamado time ideal?

Egídio, Mayke e Zé Roberto nas alas. Bruno Henrique, Thiago Santos, Tchê Tchê, Jean, Guerra e Moisés no meio. Borja, Deyverson, Willian, Keno, Róger Guedes e Dudu no ataque. Só aqui, citei 15 nomes, e a sensação que se tem é de que qualquer um poderá ser titular na partida seguinte. O que deveria ser sinal de elenco forte, na verdade, tem parecido mais uma salada de bons jogadores e, em meio a todos eles, Cuca ainda em busca do melhor tempero.

Depois da derrota para o Santos, o próprio treinador soltou uma frase que faz pensar:

– Nossa equipe não está fadada para o jogo aéreo. Tivemos 10 escanteios e não cabeceamos nenhuma bola para o gol. Porque a característica do time hoje não é o Vitor Hugo, Mina, que tinham esse cabeceio fortíssimo – disse, citando os zagueiros campeões de 2016. O primeiro já foi embora, o segundo se recupera de uma fratura no pé esquerdo.

– A gente tem criado outras jogadas, alternativas, até por não ter esse perfil hoje no time – concluiu.

Verdade, Cuca. O perfil do Palmeiras hoje não é de um time forte no jogo aéreo, algo que o distinguiu dos concorrentes em 2016. Mas e agora, qual é o perfil dessa equipe, afinal?