Esse ano está sendo um pouco diferente dos anos anteriores. Por mais que grandes reforços não tenham desembarcado no Palestra Itália, o técnico Luiz Felipe Scolari conseguiu transformar um catadão de jogadores em uma equipe bastante competitiva, compacta e que não toma gols com frequência.

Quem diria: Thiago Heleno virou um excelente zagueiro e um bom cabeceador. Valdívia voltou a jogar bola, trocando passes e firulando menos. Foi curado de contusão e voltou gradativamente, com segurança. Adriano MJ melhorou bastante seu desempenho, ajudando Kleber, que dispensa comentários.

A dispensa de Edinho para o Fluminense não foi nem sentida. Chico chegou e ajudou. Pierre está voltando de contusão e deverá recuperar seu bom futebol.

Diante de todos esses motivos, por que não pensar em títulos?

1 – O Palmeiras tem no banco o técnico Luiz Felipe Scolari, especialista em mata matas. No Paulistão e na Copa do Brasil, a experiência e tarimba podem fazer toda diferença.

2 – O presidente Arnaldo Tirone comanda uma força tarefa para quitar os salários atrasados e os prêmios que ainda não foram creditados. Com isso, Tirone mostrou respeito aos jogadores, que procuram retribuir dentro de campo.

3 – Contratações sólidas foram feitas. Thiago Heleno e Welligton Paulista foram aquisições sem muito custo e importantes para o grupo. Ambos estavam na lista de contratações pedidas por Felipão.

4 – Deola desponta como um futuro goleiro de seleção brasileira. Seguindo os passos de Marcos, o goleiro passa segurança e fornece força para os zagueiros, que montam um paredão e tomam poucos gols.

5 – A disposição tática do time, imposta por Felipão, não alterna durante

as partidas. Mesmo oscilando um pouco no rendimento, é possível verificar que os jogadores sabem qual seu lugar no campo e como podem auxiliar os companheiros sem prejudicar a posição. É comum ver Marcos Assunção subindo para o ataque e ver Rivaldo segurando as pontas na hora de um possível contra ataque. Nos escanteios, os zagueiros sobem e acabam marcando gols, mas não deixam brecha na volta.

6 – Valdívia e Kleber voltaram a mostrar aquele belo entrosamento de 2008. Mesmo sem Alex Mineiro, que era referência e artilheiro, o chileno tem trocado bons passes com o Gladiador, e envolvendo outros jogadores. O time não se resume em três ou quatro atletas de boa qualidade. O conjunto ajuda na construção da obra.

7 – No Paulistão, o Verdão enfrentará a mais fácil das equipes: o Mirassol. A vantagem de jogar em casa pode ser o diferencial para avançar para as semifinais. Provavelmente, encararemos o Corinthians na fase subsequente. Eles jogarão contra o Oeste.

8 – Na Copa do Brasil, passando pelo Santo André, enfrentaremos o Coritiba, que vem em boa fase. Mas, como dissemos no primeiro tópico, Felipão é meste em torneios dessa natureza.

9 – O Palmeiras exorcisou o fantasma de dar vexames diante de sua própria torcida. Ano passado, jogadores confidenciaram que era mais tranquilo jogar fora de casa do que próximo dos torcedores. Hoje é o contrário: a torcida faz festa e aplaude bastante o time, que faz boas exibições.

Diante desses motivos, podemos acreditar em, no mínimo, um título nesse primeiro semestre.