Construtora prevê retorno a partir do 16º ou 17º ano da parceria de três décadas com o Palmeiras. Inauguração será em 2014.

A WTorre, responsável pela construção da nova Arena Palestra, prevê retorno de seu investimento daqui a “16 ou 17 anos” – ou seja, ela passaria a ter lucro, de fato, a partir de 2029 ou 2030. Até lá, o valor investido na obra, que já chega a quase R$ 500 milhões, ainda não terá sido recuperado, apesar do acordo de venda dos “naming rights” para a Allianz Seguros.

A demora no retorno já era esperada quando WTorre e Palmeiras fecharam a parceria para a cessão sobre o uso do terreno, em 2008. Pelo acordo, a construtora se comprometeu a construir o novo estádio, com o direito de explorar as receitas dele pelo prazo de 30 anos. Já o Palmeiras, além de ter uma casa completamente remodelada, ganha também uma parte das receitas – e passa a ficar com os valores na íntegra, a partir do fim do contrato.

– Pelo estudo que fizemos, antes de 16 ou 17 anos, a conta do estádio não estará paga. Você não pode ter o seguinte pensamento. Veio a Allianz e pagou X, como gastei Y, faço a conta e está tudo resolvido. Isso não existe. Estamos gastando desde 2009, quando as obras foram iniciadas. O dinheiro da Allianz, por exemplo, será pago ao longo de 20 anos. É uma conta difícil de fechar. É por isso que temos todo o cuidado na hora de fechar parcerias. Só acertamos com grandes empresas dos seus ramos, casos da AEG e da Allianz – afirmou Rogério Dezembro, diretor de negócios da WTorre.

A inauguração será em alto estilo. Uma das ideias é fazer como

no Superbowl, a decisão do campeonato de futebol americano, quando um show de uma grande estrela é realizado no intervalo da partida. Para o amistoso de inauguração, especula-se que o Bayern de Munique, que também teve seu estádio construído com o investimento da Allianz, pode ser o adversário.

– Fazer um evento parecido com o SuperBowl é no seguinte sentido: a arena tem espaço para eventos corporativos, anfiteatro, shows, e também obviamente jogos de futebol. O que queremos fazer é não só um evento de inauguração, mas uma série de eventos. Talvez em três, quatro, cinco dias diferentes para que possa mostrar ao Palmeiras, ao mercado, à cidade, do que a nova arena é capaz – disse Dezembro.

O dirigente aproveitou para explicar os acordos existentes entre WTorre e Palmeiras no novo estádio, que ainda não tem nome definido.
– Foi feita uma escritura pública entre as partes, qualquer pessoa pode ir ao cartório e obter uma cópia. Toda a bilheteria do futebol é do Palmeiras. Em receitas como naming rights, aluguel de camarotes, patrocínios, aluguel de restaurante, entre outras, o clube começa recebendo 5% do valor e, ao longo dos 20 anos, chega a 30%. Em outras questões, a porcentagem inicial é de 20% e chega até 45% – explicou.

A construtora responsável pelo novo estádio corre agora atrás de interessados nas cotas de patrocínio da Arena Palestra. Das 14 colocadas à venda, seis já foram comercializadas.

– Cada uma tem um valor, de acordo com sua exposição no estádio. Quando todas estiverem concluídas, e vamos trabalhar muito para isso, vamos revelar todos os parceiros – explicou Paulo Remy, um dos sócios da WTorre.

Fonte: Globo Esporte