GeralPalmeiras busca ter DM de ponta com 'reforço' e novos aparelhos

Palmeiras busca ter DM de ponta com ‘reforço’ e novos aparelhos

Clube está contratando Jomar Ottoni, fisioterapeuta que trabalhou com Alexandre Mattos no América-MG e no Cruzeiro. Reforma na Academia começará a dar resultados.

O Palmeiras identificou uma defasagem tecnológica em seu departamento médico e trabalha para melhorá-lo, focando sobretudo em prevenção e recuperação de lesões. O clube espera que, em curto prazo, jogadores como Valdivia e Mouche não precisem acionar profissionais de fora para o tratamento de problemas físicos.

O chileno é esperado nesta quinta-feira após uma semana no Chile com o fisioterapeuta cubano José Amador, visando a recuperação de sua coxa esquerda. Já Mouche operou o joelho direito e foi autorizado a fazer parte do tratamento na Argentina.

A ideia não é demitir profissionais, mas reforçar a equipe. Tanto que Jomar Ottoni, fisioterapeuta do Cruzeiro, está sendo contratado para auxiliar José Rosan e João de Souza, que já estavam no clube. Um fisioterapeuta da base será promovido.

– A gente identificou que as deficiências não são humanas, são tecnológicas. Se o sujeito não tem recurso para trabalhar, não consegue fazer em excelência – disse Altamiro Bottino, coordenador ciêntifico contratado neste mês, ao LANCE!Net.

Além disso, o clube já começou a usar novos equipamentos. A expectativa é contar com a nova aparelhagem até o início do Brasileirão.

– Estamos trazendo equipamentos de eletroestimulação. São correntes elétricas para acelerar processos cicatriciais, drenar musculutura e diminuir a dor. Também teremos equipamentos de avaliação muscular que reproduzem o que ocorre no campo. No Brasil, a maioria não tem – acrescenta Altamiro.

O Verdão crê estar caminhando para atingir a excelência quando as novas instalações da Academia ficarem prontas. O espaço deve ser entregue de forma integral apenas no início de 2016, mas espera-se que no meio deste ano já seja possível utilizar algumas áreas, incluindo as piscinas, algo que o clube nunca teve e que faz muita falta no dia a dia.

Confira um bate-bola exclusivo com o coordenador científico Altamiro Bottino:

LANCE!Net: Quais a previsão para ter os novos equipamentos em uso?
Altamiro: Já começou a ser usado, hoje (quarta) temos um treino em horário integral. Do almoço até a tarde a equipe já estará em treinamento para entender, porque não adianta ter o equipamento e não saber mexer. Isto começou hoje.

No último treino já tiveram novidades, como o uso do Drone. Qual a serventia disto?
É uma nova filosofia. (O drone) Em um primeiro momento é para análise de desempenho, para ver a movimentação do jogador, se ele cumpriu uma determinação tática de ocupar um espaço do campo. Isto dá condições de o professor Oswaldo e a comissão técnica saber se houve obediência tática no cumprimento de uma tarefa.

Para quais setores vocês trarão funcionários?
Vai ter na fisioterapia, na análise de desempenho, na preparação física…estamos trazendo para todos os setores que necessitarmos reforçar a equipe. Importante ressaltar que não estamos substituindo pessoas. O patrimônio intelectual da empresa a gente considera capaz. Estamos ocupando alguns espaços que ainda não tinha profissional para ocupar a demanda. Mais gente para agregar. Estamos aumentando o grupo de trabalho para nossa eficiência subir.

O clube está construindo um novo centro de treinamentos. Quando este começará a ser usado, e qual sua avaliação destas instalações?
Fantástiscas. Vai unir o esforço humano com estrutura. Tem alguns espaços que vamos colocar em funcionamento já. Mas tem um sujeito trabalhando aqui (no antigo DM), e vai ter outro que precisa trabalhar lá. Esta organização que ainda estamos estruturando.

Quais inovações vocês já estão implementando no dia a dia?
Na análise de desempenho já estamos com um software, e a equipe já está sendo treinada para usar ele, que dialoga com o GPS. A gente vai conseguir agregar as informações de aceleração, desaleração, de impacto que o corpo sofreu com aplicação tática.

Considera que os aparelhos do Palmeiras eram muito defasados?
Tecnologicamente falando, sim.

Em quais áreas?
No controle do treinamento, e na prevenção tinha muito pouca coisa. A área curativa atendia bem, mas aí a coisa já aconteceu. Por exemplo: não adianta depois do treino eu saber que o treino foi forte. Eu preciso saber na hora que está acontecendo para diminuir a força e a intensidade, e a duração. Isto era sempre depois. Hoje conseguimos fazer minimamente em tempo real. Eu posso interagir com o treinador e o preparador físico e falar: ‘está bom por aqui’. E o Oswaldo é uma pessoa muito receptiva a isto. A gente consegue definir, delimitar as cargas, quando tem ferramenta para isto.

Recuperar jogadores de forma mais rápida é uma meta com esta reformulação?
Este é o grande desafio. Imagina o sujeito que tem uma lesão e vai levar 20 dias (para recuperar), um sujeito que custa caro para o clube, que a torcida quer ver em campo. E você às vezes tem recursos que te levam no limite dos 20 dias, quando poderia ter implementos para reduzir isto para 80% ou metade do tempo. Todo mundo fica feliz: o jogador porque vai ser útil, a torcida vai vê-lo em campo, o clube volta a disputar em excelência. Não fica ruim para ninguém.

Você tem um cargo que é novo no Palmeiras. Qual a avaliação deste início de trabalho no clube?
Não tinha em lugar nenhum (a função). É desafiador, uma coisa nova, até acompanhei na mídia as pessoas perguntando o que faz um coordenador científico. Nossa função é tentar otimizar e maximar resultados. Se os resultados aconteceram, as pessoas vão entender. Se não, vão dizer que é desnecessário. Estamos na expectativa de bons resultados e títulos.

Fonte: Lance!

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