Clube montou banco de dados com auxílio de parceiros e vai usar conceito de ‘big data’ para fazer ofertas com mais eficiência

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O marketing do Palmeiras tem unificado cadastros de empresas parceiras para montar um grande banco de dados de torcedores. A lista já tem 500 mil palmeirenses, segundo Roberto Trinas, diretor do departamento, e continuar a receber mais nomes. O intuito é usar essas informações para gerar dinheiro, direta e indiretamente.

Os dados foram coletados com companhias como Netshoes, Meltex, Futebol Card e Futebol Tour, todas parceiras do clube, além do próprio Avanti, o programa de sócios-torcedores. Os números ajudam o marketing a construir retratos de cada torcedor cadastrado.

A Netshoes sabe quando compram, o que gostam e quanto gastam palmeirenses que visitam a loja oficial pela internet. A Meltex, também, nas unidades físicas da Academia Store. A Futebol Card rastreia dados ligados às bilheterias do Allianz Parque. A Futebol Tour, de viagens com a agência do clube. No fim das contas o Palmeiras poderá conhecer hábitos de consumo da torcida.

Isso tem valor, primeiro, porque o clube pode oferecer produtos com mais precisão. Se ele sabe que o sujeito vai ao estádio todo jogo e que pesquisou preços de camisetas casuais na loja online, pode disparar por e-mail ofertas direcionadas para ele na loja situada no Allianz Parque dias antes do jogo em casa, quando a emoção costuma falar mais alto do que a razão. O consumo aumenta. Há relação direta.

E tem valor, indiretamente, ao negociar patrocínios. Um patrocinador vai investir mais dinheiro se tiver retorno em vendas. Digamos que o clube, por ter a base de chips personalizados para celular da TIM, saiba quais torcedores são clientes da operadora. A partir daí o Palmeiras pode mandar ofertas de pacotes especificamente para quem não é cliente. Se tiver uma noção do poder aquisitivo do fulano, pode moldar a oferta conforme o bolso.

O conceito de “big data” – uso de bases gigantescas de dados para entender o consumidor – não é usado no futebol brasileiro, mas está longe de ser novo. Companhias de tecnologia como Facebook e Google usam e abusam dos dados para mostrar produtos que o internauta queira e, assim, aumentar a eficiência de anúncios e a receita de anunciantes. No futebol o retrato se resume ao sócio-torcedor, que já é naturalmente o torcedor mais engajado. Há milhões de outros que não pagam mensalidades, mas consomem uma camisa aqui, um ingresso ali. O Palmeiras, agora, vai atrás deste torcedor.

Fonte: Rodrigo Capelo | Revista Época