FutebolPalmeiras: Eduardo Baptista revela detalhes da Batalha de Montevidéu

Palmeiras: Eduardo Baptista revela detalhes da Batalha de Montevidéu

Há exatos três anos atrás, o Palmeiras jogou contra o Peñarol no Estádio Campeón Del Siglo, em Montevidéu, no Uruguai. O confronto era válido pela fase de grupos da Copa Libertadores da América e o Verdão estava bem na competição. Já os uruguaios precisavam de uma vitória para continuar sonhando com a passagem para as oitavas de final.

No primeiro jogo entre os times, vitória do Alviverde por 3 a 2 no Allianz Parque. Felipe Melo se envolveu em confusão com Gastón Rodriguez e deixou o clima mais quente para a partida de volta.

“O cara que entrou (no segundo tempo) e fez o (segundo) gol deles estava me chamando de macaco durante muito tempo. Macaco pra lá, macaco pra cá. Sou preto mesmo. Ele deve ter algum problema. A mulher dele já deve ter traído ele com algum negão. Não sei o nome dele. Mas é um moreno escuro. Na época da escravidão, teria tomado chibatada igual a mim”, disse, na ocasião, o volante palmeirense.

Declaração polêmica de Felipe Melo

Em janeiro, antes mesmo do início da Libertadores 2017, Felipe Melo revelou que defenderia o Palmeiras com unhas e dentes, e que se “tivesse que dar tapa na cara de uruguaio, iria dar”. A forte declaração do palmeirense foi usada pelos jogadores do Peñarol para iniciar confusão generalizada após o apito final no Del Siglo.

“Os uruguaios usaram isso. A gente já teve um clima pesado antes do início do jogo no Allianz Parque. No aquecimento, dentro do túnel na volta do aquecimento, já dava pra sentir que o clima estava pesado,” disse o técnico Eduardo Baptista, em entrevista ao site Esporte Interativo.

Polícia quis proibir escalação do volante palmeirense

Certamente, Eduardo Baptista nunca havia passado por tal situação. Antes da partida, policiais uruguaios pediram para o Palmeiras não levar Felipe Melo para o estádio.

“A polícia de Montevidéu pediu para não levar o Felipe Melo pro jogo”, disse. “Nesse ponto, o Alexandre Mattos (diretor na época) e o Cícero Sousa (gerente de futebol do clube) conseguiam blindar muito a gente. O Alexandre, junto com o Cícero, tinha essa habilidade de cuidar do contexto. Foi muito tranquilo lidar com isso”.

Virada palmeirense e confusão

O apito final que decretou o fim da primeira etapa trouxe desânimo aos jogadores palmeirenses. O Peñarol jogava bem e vencia por 2 a 0. Eduardo Baptista resolveu deixar apenas Felipe Melo de volante e avançou o time. Deu certo! Em 20 minutos, o Verdão virou a partida e tomou o controle total.

“Colocamos o Vitor Hugo, naquela ideia de ganhar o jogo pelos lados, como fizemos os gols, e na bola parada, como também fizemos gols no Allianz Parque contra o próprio Peñarol. Você planeja esperando que dê certo. Quando vimos, virou 2 a 0, aí eu faço as modificações. Tiro o Vitor Hugo e coloco o Tchê Tchê pra fazer uma saída melhor e tiro o Egídio pra colocar o Bigode. Voltamos pro 4-1-4-1, só Felipe Melo de volante, e em 20 minutos viramos o jogo. Aliás, era pra ter feito 4 ou 5”, disse Baptista.

A vitória do time brasileiro confirmou a eliminação dos anfitriões. Somado à isso, a declaração de Felipe Melo veio novamente à tona e assim que a partida terminou, começou a confusão.

“Foi um negócio armado. Foi perigoso. É preciso exaltar a logística do Palmeiras, que conseguiu levar um número grande de seguranças para a viagem e para dentro do estádio. Ele foram excepcionais”, relatou o ex-técnico.

“Ele (Felipe Melo) sai pro pau do escanteio, alguns vão ajudar e outros vão tentar abrir o portão pra que todos pudessem ter um lugar pra sair dali. Eu gritava: ‘tem que abrir!’ e havia umas 30 pessoas segurando o portão do lado de dentro, sendo que um monte de gente estava dando socos, chutes e tapas atrás da gente. Eu nem olhava pra trás, só queria abrir o portão”, falou Baptista.

Demissão do Palmeiras

Pouco mais de uma semana após a vitória no Uruguai, Baptista foi demitido. O revés contra o Jorge Willsterman, na Bolívia, e a pressão da torcida por uma forma de jogar mais contundente, foram fatores decisivos para Eduardo cair.

“O que eu fico contente é que a gente assumiu um time pra mudar a maneira de jogar. Eu vejo a situação muito parecida com essa que o Tiago Nunes está vivendo no Corinthians. E nós conseguimos êxito! Mudamos a maneira de jogar, já que o Cuca tinha um jeito todo dele. Nós metemos a bola no chão, alternávamos no 4-1-4-1, 4-2-3-1, 3-4-3 e os jogadores assimilavam muito bem tudo isso”, finalizou.

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