Com a queda de Alexandre Mattos no final de 2019, o Palmeiras foi atrás de um dirigente menos “popstar”. Anderson Barros, que estava no Botafogo-RJ, foi contatado e no outro dia já estava na Academia de Futebol para ouvir Maurício Galiotte. Assinou horas depois e iniciou o seu trabalho.
Pacato, calmo, na dele. São três adjetivos que dizem quem é Barros. Aos 52 anos, o executivo completa seis meses no Verdão. Em entrevista ao Globo Esporte, falou sobre os desafios de trabalhar no maior clube do Brasil.
“Quando assumi, não pensei duas vezes no momento em que recebi o convite numa terça-feira. Na quarta-feira já estava aqui para poder conversar com a direção. Entendia que era o grande momento para mim como profissional. A gente tinha desde o início uma ideia de que estaria em um processo de mudança. Eu sabia que era o maior desafio da minha carreira, que eu não podia ter e não posso ter o direito de errar,” disse.
Barros não gosta de exposição
“Sou casado há 27 anos, gosto de estar na minha casa com as pessoas que gosto, com os amigos que temos uma relação, tomar minha cerveja tranquilo sem muita exposição. Sempre fui assim. Como diz a minha esposa, está piorando (risos),” admitiu.
Entrevistas são raras. Esse bate papo foi o primeiro em meio ano.
“Depois de um ano ou um ano e meio, estou tendo uma conversa como entrevista. Isso sempre foi uma característica que penso comigo mesmo que preciso evoluir. Mas não é uma situação simples. Tenho experiência e vivência no futebol, as coisas foram acontecendo até chegar em um clube como o Palmeiras. Acho que não preciso mudar muito, não,” apontou.
Pulso firme
O grande objetivo de Barros ao chegar era fazer o clube economizar e ainda assim ter um bom elenco. Alguns atletas foram vendidos e negociados. A venda de Carlos Eduardo para o Athletico foi a mais emblemática, a mais elogiada internamente.
Sem espaço algum e muito criticado pela torcida, o Alviverde não tinha ideia do que fazer. Manter o atacante no grupo seria um grande “tiro no pé” e sérios motivos para ataques da torcida. Emprestar seria o caminho viável. Mas Barros foi além e conseguiu vendê-lo, gerando receita.
Sobre trabalhar num clube como o Palestra, Barros foi enfático.
“Cada clube tem uma história, uma identidade. O Palmeiras tem suas particularidades, é um clube intenso. Ele é o que sua história diz. Toda vez que você está em uma instituição como essa você precisa entender isso. O Palmeiras teve seus grandes momentos, e até nos momentos mais delicados sempre foi um clube muito grande. Ele ferve internamente e externamente. Se você não entender esse processo, acaba não conseguindo realizar. O grande caminho é entender o tamanho desse clube. As conquistas que o clube teve nos últimos anos obrigam cada vez mais a gente a estar ousando, produzindo, acompanhando, segurando essa condição para que o clube continue a vencer.”
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