2020 começou com Vanderlei Luxemburgo no comando técnico do Palmeiras. Chegou após demissão de Mano Menezes e com a incumbência de montar uma equipe mais heterogênea, sem depender tanto de reforços externos. Luxa recebeu Matías Viña e Rony. E só.
Na disputa da Florida Cup, alguns atletas foram testados e se destacaram. Patrick de Paula e Gabriel Menino, como estamos vendo atualmente, despontaram como possíveis titulares. O time ganhou dois grandes jovens para a temporada.
Em terras americanas, o Verdão conquistou o título mesmo sem fazer nenhuma boa exibição. Todos pensaram, obviamente, que foi por conta da pré-temporada. Eram os primeiros movimentos do ano e não era possível exigir nada. Nada mesmo.
O Campeonato Paulista começou e o Palmeiras teve problemas. Problemas na armação, problemas na finalização. E aí a pandemia do novo coronavírus apareceu e ceifou tudo que foi construído lá atrás: três meses de paralisação total, sem atividade. E para somar o infortúnio, Dudu foi emprestado para o Al Duhail. Se pensávamos que o camisa 7 levava a equipe nas costas, agora nem isso.
Quando o Estadual foi retomado em 22 de julho, perdemos para o Corinthians em Itaquera por 1 a 0. O gol de Gil exibiu a falha grave no nosso setor defensivo. Jogo após jogo, a defesa foi melhorando e se tornando mais sólida e intransponível. O problema na armação e no ataque, entretanto, continuaram.
Fizemos dois jogos ruins na decisão do Campeonato Paulista, porém o resultado foi positivo. Jogando para ser Campeão, o Palmeiras chegou ao objetivo e tirou um enorme peso das costas de Maurício Galiotte e sua diretoria. E, claro, deu oxigênio para Luxemburgo seguir no comando técnico.
Como o nível do Estadual foi bem abaixo (e vem caindo ano pós ano), o início da caminhada no Campeonato Brasileiro iria mostrar qual a ambição do Palmeiras na temporada. O primeiro prélio foi contra o Fluminense, em jogo bem ruim.
Depois veio o empate com o Goiás no Allianz Parque, com o clube goiano recheado de garotos da base. Os titulares foram removidos da lista de relacionados por conta da infecção pela covid-19. O Palmeiras, pela segunda vez, teve sérios problemas para vazar uma equipe que veio com propósito de se fechar.
Já na quarta rodada, vitória contra o Athletico fora de casa. Mas engana-se que foi uma boa partida. O gol de Raphael Veiga amenizou um pouco a situação. Foram muitos passes errados e falhas no meio campo.
No Morumbi, vitória contra o Santos pela quinta rodada. De longe, a melhor exibição do ano. Patrick de Paula fez um belo gol e o time conseguiu se desenvolver um pouco melhor. Nada fora do padrão, mas um pouco mais efetivo.
Outro empate, desta vez pela sexta rodada. Em Salvador, empate com o Bahia em 1 a 1.
Em casa, pela sétima rodada, outro empate: desta vez contra o Internacional. E, de novo, 1 a 1.
Em Bragança Paulista, vitória de virada contra o Bragantino e um pouco mais de oxigênio.
Contra o Corinthians, em Itaquera, triunfo por 2 a 0. O time precisava dessa vitória para desafogar um pouco a pressão. Os três pontos não aliviaram muito e logo vieram mais igualdades contra Sport, Grêmio e Flamengo.
Mesmo invicto, Luxemburgo sabe que o time tem que melhorar. Na Libertadores também existe invencibilidade e proximidade de classificação, mas o temor do torcedor é assistir uma eliminação sem ao menos exibir um bom futebol. As substituições propostas não vem dando certo. Bruno Henrique e Ramires, por exemplo, não mostram vontade e intenção de crescer, de vencer.
Luxemburgo será demitido?
Pelo que apurei nos bastidores, por enquanto não. Luxemburgo segue prestigiado e não existe argumento concreto para uma eventual saída. Enquanto isso, Galiotte fica numa verdadeira “sinuca de bico”. Confia no trabalho do treinador, mas sabe que uma derrota mais expressiva pode tornar a pressão insustentável internamente.
São muitos empates e pouco futebol apresentado. Luxa aguentará até quando?
