Diferente do São Paulo, o Palmeiras ultimamente está acostumado com finais. Já são cinco desde 2020, com três taças levantadas. Apesar de não ser um fator determinante para a disputa deste domingo (23), é algo a se lembrar. Estar familiarizado com decisões ajuda no entrosamento desse tipo de jogo, na tomada de decisão, na euforia em jogos cruciais e tantos outros fatores.
Além disso, mesmo com o enorme volume de partidas em 2021, o time titular palmeirense tem uma média de jogos menor. Se tratando de minutos em campo, são 71,9 contra 74,5 dos principais de Crespo. Isso vem do planejamento da equipe técnica palestrina de colocar um time alternativo ao longo da competição, poupando os titulares para jogos decisivos. Essa estratégia se mostra eficiente na reta final, pois sem nenhum desfalque, o Palmeiras vem com força máxima no jogo de volta da final. Já o São Paulo vai para o último jogo com desfalques importantes, visto que Daniel Alves e Benítez, que saíram ao longo da primeira partida, ficaram fora do treinamento da manhã deste sábado e não vão disputar o clássico.
O Palmeiras conta com outro fator importante para essa final. Apesar do time tricolor ser forte historicamente no Morumbi, o histórico recente palmeirense joga a favor. O Verdão é um dos visitantes mais temidos da américa: ainda não perdeu fora de casa nessa temporada (somando Paulista e Libertadores). São 12 jogos com 9 vitórias e 3 empates, totalizando 83,3% de aproveitamento. Dentre esses jogos, alguns muito notáveis, como o do dia 11 de maio, contra o Independiente Del Valle no Equador.
Esse último jogo destacado levanta mais um aspecto importante de ser ressaltado, a estratégia tática. Na altitude de Quito, o chamado “jogo reativo” foi fundamental para a vitória árdua daquele dia, dado que muitos sofreram para vencer o time equatoriano. Abel Ferreira joga para vencer. Apesar de existirem críticos à forma “retranqueira” de jogar, ela é muitas vezes eficiente e não é a única maneira que o Palmeiras joga. Existe uma variação com e sem a bola. Essa variação e a opção de contra-ataque pode ajudar na busca pelo bicampeonato, apostando tanto na posse de bola quanto no contra-golpe. Seja na ligação direta buscando a velocidade de Rony ou no toque rápido em direção ao campo do adversário.
Por esses motivos, o Palmeiras começa sim com uma vantagem sobre o São Paulo na finalíssima do Campeonato Paulista. Contudo, ambas as equipes mostraram capacidade, e seria impossível cravar um vencedor. No primeiro jogo, o equilíbrio ficou marcado entre as duas equipes, para se exporem menos e diminuírem os riscos. No segundo confronto, esses riscos serão definitivos para decretar um campeão. Um com sede de sair da fila e o outro com bagagem de jogos decisivos. Urgência versus experiência. Quem levantará a taça? Domingo iremos saber.
