É inegável que o técnico Abel Ferreira não tem feito apenas um bom trabalho na prática, dentro de campo, como na gestão de todo o elenco. Há pouco mais de um mês, o treinador foi incisivo com suas críticas para a diretoria, alegando que havia solicitado reforços e que não havia chegado nenhum de seus pedidos, com a exceção de Danilo Barbosa, no início da temporada.
E nesse período, teria perdido Emerson Santos e Alan Empereur, além dos desfalques que estavam com suas respectivas seleções nas Eliminatórias e Copa América, os casos de Weverton, Gómez e Viña, além de Gabriel Menino, com a seleção olímpica, sem contar os jogadores que volta e meia se lesionavam.
Contudo, com o passar do tempo Abel foi modificando a equipe jogo a jogo, com alternativas diferentes para cada adversário, desde o goleiro até o centroavante. E dessa forma, chegou a sua melhor sequência de vitórias à frente do Verdão, superando a melhor marca que havia conquistado ainda em maio (7 triunfos).
Durante essas oito vitórias consecutivas Abel não repetiu a escalação nenhuma vez. Do Bahia, primeira vitória da sequência, para o Internacional, foram quatro mudanças na equipe titular. E tem sido assim a cada jogo, mesmo que faça apenas uma alteração no time, e por necessidade, como foi no jogo seguinte contra o Sport, entrando Felipe Melo na zaga, ao lado de Kuscevic, que havia sido expulso no Beira-Rio.
Já na partida contra o Grêmio houve cinco mudanças. Mais recente, do jogo de ida contra a Católica para a partida diante do Atlético Goianiense, pasmen, foram sete mexidas, três na defesa, uma no meio-campo e três no ataque, mudando completamente a equipe, e mesmo assim o Verdão saiu de campo com ótimas vitórias.
Observe-se que um dos jogadores mais elogiados pelo técnico Abel Ferreira, Willian Bigode não tem sido muito utilizado, apenas uma partida como titular, nos últimos oito jogos, e alguns minutos no segundo tempo. Esse é um grande exemplo da importância do técnico em saber lidar com o grupo (clique e veja na imagem abaixo)
Dentre todas essas alterações, claro, há diferenças no estilo de jogo, não só na individualidade dos jogadores, mas há mudanças táticas de acordo com o que o jogador pode desempenhar e como se comporta o time adversário. Breno Lopes, por exemplo, foi utilizado como ala-esquerda, no jogo contra a Católica, no Chile, Viña fez um papel de 3º zagueiro, dentre outras mudanças que acontecem dentro de campo.
Essas mudanças lembram muito o que fazia o técnico Cuca em 2016, jogando um time no Allianz Parque, com Cleiton Xavier e um centroavante, seja com Leandro Pereira, Barrios, até mesmo com Rafael Marques, enquanto como visitante tinha um time mais conservador, com Thiago Santos como primeiro volante, e uma alternativa mais veloz no ataque, como o atacante Erik, quando não tinha Dudu, Roger Guedes e Gabriel Jesus.
Assim como lembra, claro, o trabalho espetacular de Felipão, pegando um time na 7ª colocação no Brasileirão e sendo campeão graças a um time completamente alternativo, descobrindo, até então, a dupla titular, com Gómez e Luan, entre outras mudanças mais ofensivas.
Neste momento, há três jogadores importantes que ainda não estão 100% em condição de jogo: Dudu, Rony e Luiz Adriano, este trio de ataque certamente vai agregar muito, ao mesmo tempo que a saída de Viña será sentida pelo time.
Mas a eliminação precoce na Copa do Brasil pode ser tirada como proveito para a Libertadores e principalmente no Campeonato Brasileiro, com Abel Ferreira tendo uma semanas livres e podendo contar com o elenco bem fisicamente.
O treinador português está fazendo um ótimo trabalho de recuperação do elenco, gerindo e utilizando todo o grupo, após perdas de títulos e uma eliminação difícil para um time de Série B, em pleno Allianz Parque, entretanto, pode dar a volta por cima e concluir a temporada com ótimos frutos.
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