O Abel Ferreira incomoda muita gente. O sucesso do Palmeiras incomoda muita gente. Aqui no Brasil temos o péssimo hábito de valorizar apenas exemplos negativos. Quando alguém fora da curva se mostra e vence, vira alvo de pedradas.
Percebam o tamanho de Abel para o Verdão: dois títulos da Libertadores no mesmo ano, uma Copa do Brasil e uma Recopa Sul-Americana, além de um vice-campeonato Mundial. Sem grandes reforços e sem grandes investimentos. O português trabalha de forma incansável ao lado de sua comissão técnica para trazer o melhor para o clube.
Enquanto nossa comissão técnica apresentava um livro contando os segredos do sucesso no Brasil, Abel Ferreira era alvo de ataques pessoais de um jornalista bastante insignificante do cenário nacional. O pior que o julgamento não foi direcionado ao lado profissional, mas sim para o lado pessoal, como o próprio disse. Palavras como “desgraça” e “boçal” soam fortes por conta do momento que vivemos.
Para terem projeção e serem reconhecidos, alguns profissionais da chamada imprensa esportiva estão saindo dos seus limites. Recentemente um comentarista da Band ofendeu a mãe do nosso treinador e levou a mão até as genitálias. Ele já defendeu o Palmeiras em campo e foi chutado de lá, caindo no Corinthians. Não ganhou praticamente nada, mas ainda assim a projeção digital o considera como craque. Craque?
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É fácil entender porque o treinador português desconsidera esse tipo de crítica e ataque. É um ser-humano superior, pai de família e extremamente trabalhador. Não tolera injustiças nem meias palavras. Fala o que precisa ser falado. Critica o calendário, os juízes e a organização do futebol brasileiro (que é uma bagunça).
A imprensa esportiva brasileira respira por aparelhos há tempos. Comentar futebol tornou-se a coisa mais fácil do universo. Tem até comentarista pedindo para jogador que nem foi relacionado deixar o campo e ser substituído. Virou um grande funil de incompetentes, de gente ruim. Não só profissionalmente, mas ruim do coração, de sentimentos e de convivência.
Enquanto essa palhaçada não acabar, veremos mais eventos circenses como esse. A bola segue seu curso e o Palmeiras seguirá conquistando títulos. A histeria que vem de fora não tem entrada livre na Academia de Futebol. Aos “torce-contra”, só restaram as lágrimas.
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