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Abel Ferreira destaca reação do Palmeiras após eliminação na Libertadores; veja detalhes da coletiva

O Palmeiras venceu o Juventude por 2×1 neste sábado (10), no Allianz Parque, pelo Campeonato Brasileiro. Com a vitória, o Alviverde foi a 54 pontos e segue firme na ponta da tabela.

Ao final da partida, a primeira após a eliminação na Libertadores, o técnico Abel Ferreira concedeu entrevista coletiva e valorizou a reação do Palmeiras após “um golpe muito duro”, que foi a eliminação, e ressaltou que a vitória veio em um momento importante. “Depois de um golpe muito duro há três dias, uma vitória era importante”, resumiu o treinador.

Abel Ferreira cedeu muitos elogios à torcida do Palmeiras que, mais uma vez, compareceu em peso ao Allianz Parque para apoiar e empurrar o time rumo à vitória.

“Ter nosso torcedor em nosso lado é o maior crédito. É aos nossos torcedores que temos que dar ouvidos, o resto é barulho. O barulho nós ouvimos, e respeitamos muito os nossos torcedores. Foi assim no final do jogo, porque reconheceram nosso esforço, porque a equipe deu o que podia. E assim como no último jogo, hoje entramos e nos primeiros 20 minutos, se tivesse 2 a 0 ou 3 a 0… Como poderia ter sido no último jogo em casa, porque criamos essas oportunidades. É continuar neste caminho, valorizar os jogadores, clube, torcedores. E que os torcedores consigam se identificar com a nossa equipe, isso para nós é o mais importante. A família palmeirense continua junta, apesar de todo o barulho que façam em volta”.

Na partida diante do Juventude, o elenco produziu muitas chances de gols e foi dominante durante todo jogo. Abel elogiou a postura do elenco e revelou que pediu calma aos jogadores durante o intervalo para as chances serem convertidas em gol.

“Acho que entramos bem no jogo, produzimos. Você falou dessa chance do Zé, podemos lembrar uma do Dudu, uma do Gómez, do Rony. No intervalo, disse para que eles mantivessem a calma, porque futebol é assim mesmo, não é uma ciência exata. Muitas vezes, não é a melhor equipe que ganha, e essa é a mágica. Entramos muito bem na segunda parte, continuamos produzindo. Tivemos uma série de oportunidades para fazer o segundo, o terceiro e o quarto. Nosso adversário vai em um lance, que para mim é futebol, é o que faz parte. Eu ainda não vi o gol, mas a forma como foi feito, ganhou a linha, depois está no chão e ainda encosta… é futebol. Não adianta. Minha função é alertar o que estamos produzindo, e não é por acaso que somos a equipe que mais cria oportunidades, porque temos essa característica, cria muito, produz muito. Na segunda parte, vou lembrar uma do Rony, do Atuesta, do Dudu, do Scarpa. O gol que fizemos, de escanteio, foi bom para mantermos a calma e buscarmos a vitória”.

Confira outros trechos da coletiva de Abel Ferreira

Sobre a posição ocupada por Rony no esquema tático do time

“Desde o primeiro dia em que cheguei aqui, disse que não sou treinador de posições fixas, esquemas táticos fixos, até porque na nossa vida hoje, a parte flexível é a que domina. Muitas vezes, quando queremos impor muitas coisas à força, criamos muita resistência, e a pessoa que está do outro lado não se adapta. Esse foi um dos segredos dessa equipe. Triunfamos aqui no Brasil porque de fato tivemos a capacidade de nos adaptarmos, por sermos flexíveis, sermos resilientes, porque é preciso. Nossos jogadores entenderam isso, e o Rony tem essas características. Pode jogar por fora, pode jogar à frente, como já fez, e dá o que queremos: intensidade, gols, pressão. Sei que foi um dos artilheiros da Libertadores, então é um jogador de que nós gostamos, e pode fazer mais de uma posição. Temos o elenco curto por duas razões: a primeira é porque acreditamos na formação, é uma aposta fundamental para nós, e a segunda é porque temos jogadores que podem fazer mais de uma posição”.

Sobre o gol de Rony

“Uma das formas que o jogador tem que pedir a bola é com a boca, e outra é com o movimento. Quando dois jogadores estão conectados entre si através da visão, conseguem ler o movimento corporal dos jogadores, e foi o que aconteceu. O Rony solicitou o passe pelo movimento, e o Rocha observou o movimento e meteu a bola nas costas. É uma das características do Rony, isso é uma das características do futebol atual, basta olhar para as melhores equipes do mundo. O ataque em profundidade, sejam as bolas diretas ou indiretas, é o que as equipes fazem. Umas gostam de atrair, tocar, tocar, tocar, mas no fim, para fazer gol, sempre precisa de um movimento e um passe de ruptura. Posso tocar na bola 40 vezes, mas no fim, os últimos movimentos são um passe e uma ruptura. Foi isso que aconteceu: o movimento do Rony, que já é dele, e o conhecimento mútuo quando os jogadores começam a jogar muito tempo juntos, porque treinam. Não treinamos muito, para ser sincero, porque precisamos recuperar nossos jogadores. Mas é uma das características, os jogadores vão se conhecendo ao longo do tempo. Mérito de quem passou e de quem se desmarcou”.

Sobre Zé Rafael

“O Zé é o rouba-copo da nossa equipe. É fantástico pelo que faz pela equipe. Sei que ele já sofreu muito aqui, os torcedores entendem a importância que esse jogador tem no nosso elenco. Não é pelos gols que faz, é pela energia que tem, pela intensidade, divide cada bola como se fosse a última. O jogador do futuro é isso, a cada bola está ali a vitória”.

Sobre Bruno Tabata

“O Tabata é um jogador que faz várias posições. É muito parecido com o Scarpa, é um jogador com as mesmas características. Foi uma oportunidade que o clube encontrou de contratar um jogador que só conseguiria depois. O Jailson se lesionou, por acreditarmos na formação e acreditarmos no Menino, não fomos buscar outro 5. Apostamos na prata da casa, essa é a nossa filosofia. Cada um em seu tempo, no tempo certo, sem precipitar projetos, mas o Bruno aos poucos vai se entrosando, já percebeu a dinâmica do grupo. Intensidade tem, e aos poucos vai conquistando espaço dentro do grupo. Infelizmente, o Veiga ficará um tempo sem poder nos ajudar, mas é assim, por cada guerreiro que cai, outros têm que se levantar”.

Sobre a importância da vitória

“Curiosamente, em termos estatísticos, no último jogo fomos os melhores, futebol é isso. Toca na bola, chuta na trave, bate nas costas e entra. Chuta contra um jogador, vai para a direita, sofre um desvio e entra. Eu disse para manter o que fizeram no último jogo. Entraram muito bem, no último jogo nos 20 ou 30 minutos podíamos estar ganhando de dois ou três, hoje a mesma coisa. É produzir, é isso que eu quero ver. Depois sofremos um gol como vimos, é difícil explicar esse tipo de gol, mas acontece. Futebol tem uma probabilidade maior para uma equipe do que para outra, mas tem essa probabilidade. A nossa equipe produz muito, e temos que chegar ao final do jogo sempre com mais gols que nosso adversário. Não conseguimos segurar o 2 a 0 e nem o 2 a 1 no último jogo. Hoje tivemos calma e paciência. Foi uma pena nosso torcedor não ter sido premiados com três ou mais gols, e a eles só tenho uma coisa a dizer: obrigado”.

Sobre Gustavo Scarpa

“O Scarpa continua com a gente até o final do ano. Ele foi muito correto com o clube e o clube foi correto com ele. Ele manifestou um sonho, e quando tem um jogador sério e honesto que expõe sua franqueza, enquanto estiver aqui, darei tudo que tenho que posso, não só com bola, mas sem bola. Estamos contentes com isso e com essa oportunidade que o clube encontrou de ir buscar um jogador como o Tabata, já pensando numa saída do Scarpa. É olharmos para dentro, ver os jogadores que podem nos ajudar nessa função de 10 e aos poucos dar oportunidades a todos. Muitas vezes os jogadores têm ido às seleções, o meu desejo era que ninguém fosse convocado. E quem jogar no lugar desses jogadores vai dar as respostas. Porque todos somos um”.

Agora, o Palmeiras se prepara para o clássico contra o Santos, também pelo Brasileirão, no próximo domingo (18), às 18h30 (horário de Brasília), no Allianz Parque.

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