O Palmeiras fez seu último jogo do Campeonato Brasileiro e da temporada de 2022 na tarde deste domingo (13), contra o Internacional. Campeão na 35ª rodada, o Verdão sofreu sua terceira derrota na competição, pelo placar de 3×0, no Beira-Rio.
Apesar do revés, o Palmeiras fez sua melhor campanha na era de pontos corridos. Com 81 pontos conquistados, a equipe de Abel Ferreira superou as marcas das campanhas vitoriosas em 2016 e 2018. Além disso, com apenas três derrotas, é o campeão que menos foi derrotado no atual formato do Campeonato Brasileiro.
Após a partida, o técnico Abel Ferreira concedeu entrevista coletiva e minimizou o resultado no Beira-Rio, além de fazer um resumo sobre o Brasileirão do Palmeiras.
“Essa equipe é capaz de fazer coisas que ninguém espera, já provou isso. Fazer um resumo desse campeonato, acho que ficou bem evidente a qualidade do vice-líder e isso deixa evidente a qualidade da nossa competição. Não fizemos um bom jogo hoje, mas não tenho coragem de dizer o que quer que seja para os jogadores pelo orgulho que sinto por tudo que fizemos nessa competição”.
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“Desde que há pontos corridos, nunca uma equipe sofreu apenas três derrotas. Nós sabemos o quanto festejamos na quinta-feira, merecido, e disse aos jogadores que não tenho coragem de dizer o que quer que seja, fizemos uma competição imaculada e sabíamos que seria um jogo difícil. É dar os parabéns ao nosso adversário, fez uma segunda volta extraordinária. O que dizer do segundo colocado? Espetacular. E o que dizer do campeão? Fica para vocês”.
Um dos pontos altos da coletiva foi quando Abel falou sobre os desafios de manter o Palmeiras na briga por títulos na próxima temporada. Com elenco curto e vendo jogadores brilharem em diversas posições, o português elogiou a forma como o time encontrou soluções sem precisar ir ao mercado.
“Aqui vocês falam muito de equipe a se bater, nós sentimos muito isso. O desafio é sempre alto, nossa obrigação é continuar a fazer o mesmo, mas melhor. O Viña saiu, achamos solução. O Veiga sentiu, achamos solução. Não tínhamos centroavante e buscamos uma solução. O Endrick estará conosco e terá a concorrência de Rony, López, Navarro, que estarão melhores do que esse ano”.
“Um clube como o Palmeiras tem que pagar seus fornecedores, suas dívidas, tem que gerar receita, vender, comprar e aumentar sua receita, tem que potenciar. Sinto-me orgulho não só pelos títulos, mas pelo retorno financeiro desse elenco e o quanto ele vale agora. E para quem dizia que não apostávamos na formação, é assim que devemos estar em um clube sustentável e viável financeiramente. Teremos a concorrência das SAFs, que sabemos como funciona, mas estamos aí para competir que é algo que essa equipe faz bem”.
E fechando uma temporada histórica, com três títulos conquistados, sendo o Brasileirão uma conquista inédita para Abel e sua comissão técnica, uma atualização do livro “Cabeça fria, coração quente” deve chegar às prateleiras das livrarias em breve.
“É uma atualização, já tinha dito isso que faria uma atualização e vou fechá-lo. Tem muito no livro, o que ganhamos e perdemos. Já sei que foram vendidos mais de 100 mil exemplares, independentemente se é corintiano que compra, palmeirense ou flamenguista. Foi assim que aprendi, a ver os melhores e ler. É minha gratidão, não pego um único real e todas as receitas são para as instituições brasileiras como uma forma de gratidão. Não posso deixar de dizer que é para as pessoas aprenderem a ver o futebol de outra maneira. Falei com meus auxiliares que deveriam ser respostas do que os torcedores tinham curiosidade em perguntar. Não estão meus olhos, minha cara que só quem convive comigo sabe, o resto está lá”.
Mais sobre a coletiva de Abel Ferreira
Sobre a partida contra o Internacional
“Nós sabemos que o fizemos e comemoramos na quinta-feira, mas acho que fizemos o suficiente para marcarmos pelo menos um ou dois gols. Rony, Dudu, a bicicleta do Rony, o Endrick na baliza e a cabeçada do Navarro. O melhor jogador deles hoje foi o goleiro”.
Palmeiras entre os clubes favoritos em 2023
“Claro que está, uma equipe que se mantiver essa qualidade é super competitiva. Vocês aqui gostam de falar de apenas duas equipes, eu gosto de falar mais. O futebol é muito competitivo, o Athletico nos eliminou da Libertadores, o São Paulo da Copa e o Internacional brigou conosco até o fim. Vejo competência nessas equipes, Flamengo, Atlético-MG, Internacional e olhar a tabela de classificação”.
“O Botafogo estará muito melhor, Cruzeiro e Vasco também por terem um histórico muito grande. No Brasil, várias equipes podem brigar pelo título. Vocês reduzem a duas e isso me causa confusão. Há muita qualidade e competitividade. O que dizer o Internacional, do Fluminense… e o que dizer do campeão?”.
Manutenção de conquistas
“Tenho uma forma de pensar, não trabalho sozinho no clube e falo com todos os departamentos. O que falo para a minha assessoria é que deem o melhor de si, se falta algo que me digam. A exigência é recíproca, eu exijo da Leila que vai exigir de mim, eu vou exigir dos jogadores que irão fazer o mesmo comigo, é assim nos departamentos. Temos que fazer o que temos feito até agora, para que os jogadores vão a campo apenas pensando em dar o melhor de si e representar esse clube. É a lei do máximo esforço com o melhor que temos, é uma cultura do clube e do treinador, que se encaixa muito bem. Quando se tem um clube muito organizado foi usar meus recursos, casar as duas. Não sei se vamos ganhar, todos vão torcer para o Palmeiras perder e vai perder, não conheço uma equipe do mundo que apenas vença. Vamos dar o nosso melhor para representar bem esse clube”.
Copa do Mundo e convite para Seleção Brasileira
“Eu quando chegar em casa, sou mesmo obsessivo e gasto muito tempo com o futebol, mas tenho que desligar a ficha. Não tenho mais álibe para dizer para minha esposa, vou realmente me desligar. Tite, Fernando Santos que se virem, aqui se vive futebol muito intensamente e acho que até para vocês. Quando me coloco em vosso lugar vejo que não deve ser fácil ter de produzir conteúdo de três em três dias, então imaginem pra mim? É desgastante, me torna muito melhor treinador, estava vendo que tenho quase 500 jogos feitos em quase dez anos, é muita coisa. Vou desligar minha ficha. Estou bem no Palmeiras e vivo o aqui e o agora, quando acabou o jogo os jogadores estiveram tristes e disse que gostaria de ouvir música. Vivo muito o agora, o presente e a partir de amanhã serei pai e marido e acho que minha esposa vai gostar muito. Não tenho tempo a pensar nisso (possível convite para técnico da Seleção Brasileira)”.
Agora, o elenco do Palmeiras ganha férias e deve retornar aos treinos no dia 2 de janeiro de 2023. O primeiro compromisso do Alviverde na próxima temporada será pelo Campeonato Paulista, no dia 15 de janeiro, ainda sem adversário, horário e local definidos.
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