Outra vez, o técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, foi citado em falas ofensivas, também direcionadas a técnicos portugueses que atuam no Brasil. A fala foi de Rubens Dobranski, presidente da 3ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná.
Durante julgamento da briga envolvendo jogadores e comissões técnicas de Athletico-PR e Coritiba, Rubens Dobranski disse ao português António Oliveira, técnico do Coxa, que os técnicos de Portugal que trabalham no país estão “querendo marcar território”, usando Abel Ferreira como exemplo.
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“Técnicos portugueses que estão trabalhando no Brasil parecem que estão querendo marcar território. É o caso do técnico do Palmeiras: chuta balde d’água, chuta microfone e sempre é advertido com cartão amarelo. E o senhor, já na 4ª ou 5ª rodada (do Campeonato Paranaense), já foi suspenso por cartões amarelos. O senhor não acha que está sendo muito reclamão com os árbitros do Paraná?”, questionou Dobranski.
Diante do questionamento, António Oliveira respondeu que não olha a cultura, as raças e as nacionalidades.
“Eu na vida não olho a cultura, as raças e as nacionalidades. Essa é uma opinião do doutor. Não olho as cores. Cada um tem sua índole, sua educação, sua formação. Eu tenho minha forma de viver o jogo. Estou aqui no Brasil desde janeiro de 2020. Tenho orgulho enorme de ter representado os dois maiores clubes dessa cidade. Para as pessoas continuarem a me contratar é porque veem competência e profissionalismo. Mas não vou deixar de viver as partidas de forma emocionada, sempre com respeito a quem está à frente. Agora quem está do outro lado tem que se adaptar e perceber. Agora, eu respiro, levo amarelo. Eu penso, levo amarelo. Assim como eu estudo os jogadores e os adversários, eles também têm começar a conhecer o treinador”, afirmou o técnico.
Ao tomar conhecimento do fato, o Palmeiras entendeu como xenofóbica na fala do membro do TJD-PR e saiu em defesa do técnico palmeirense e de seus conterrâneos através de um comunicado oficial.
“O Palmeiras lamenta ter de vir novamente a público para repudiar mais um ataque de caráter xenófobo contra o técnico Abel Ferreira e os demais treinadores portugueses que trabalham no Brasil. Não podemos aceitar manifestações preconceituosas como a promovida na noite de ontem pelo presidente da 3ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná, Rubens Dobranski. De uma pessoa incumbida de zelar pela ética e avaliar condutas de esportistas, espera-se equilíbrio e isenção, em vez de intolerância”, manifestou o clube através de suas redes sociais.
Nesta quinta-feira (2), a Cáritas Brasileira Regional Paraná, instituição da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), denunciou Rubens Dobranski pelo suposto caso de xenofobia ao Ministério Público do Paraná, que estuda agora se dará andamento na investigação.
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