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Parceria com São Paulo, dívidas, reeleição e atrito com organizada; Leila Pereira abre o jogo sobre os bastidores do Palmeiras

A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, concedeu uma entrevista especial pelo Dia das Mulheres ao Estadão. Leila abriu o jogo sobre diversos assuntos do clube, incluindo o polêmico acordo com o São Paulo para utilização do Morumbi e do rival do Allianz Parque.

A mandatária surpreendeu e revelou que a decisão de jogar no Morumbi não foi dela, mas sim da comissão técnica. Diante da decisão, ela foi em busca do acordo com o São Paulo. O Palmeiras mandou o clássico contra o Santos no estádio do Tricolor, que por sua vez jogará as quartas de final do Paulista no Allianz Parque.

“Essa decisão não foi minha. No jogo contra o Santos, não poderíamos usar o Allianz. Então perguntei para a comissão técnica qual era o melhor lugar e eles me responderam que seria o Morumbi. Então fui atrás, me reuni com o Julio Casares (presidente do São Paulo) e não tivemos problema nenhum nesse jogo. Combinei com o Julio que se o São Paulo precisasse, poderia sim usar o nosso estádio. Nós comprovamos que a rivalidade é apenas dentro de campo. Precisamos valorizar o produto futebol”, disse Leila.

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Agora, um diálogo que anda estremecido é o da presidente com a principal torcida organizada do Palmeiras, a Mancha Alviverde. Após alguns atritos, Leila Pereira rompeu com a torcida e cancelou o patrocínio para a escola de samba da organizada.

“Eu sempre tive muito respeito por qualquer torcedor do Palmeiras, organizado e não organizado. Quem foi eleita presidente foi eu, para administrar o Palmeiras. Nunca tive problemas com críticas, mas não posso admitir exigências. E por isso estava desgastando o nosso relacionamento. Deixamos de investir no carnaval… e esse investimento não seria eterno. Essa minha decisão foi uma boa. Assim eles ficam com mais liberdade para se manifestarem e eu também fico mais à vontade. E eu já imaginava que no dia que terminasse esse investimento eu teria problema. Agora acho melhor o torcedor torcer e o administrador administrar”, contou.

Pauta de discussão há anos, a dívida do clube com a Crefisa, empresa de Leila e principal patrocinadora do Palmeiras, também foi tema da entrevista. A mandatária esclareceu o valor atual do débito e como os pagamentos acontecem.

“O Palmeiras vem pagando sistematicamente os jogadores que foram contratados pela Crefisa. A dívida hoje é de R$ 65 milhões, e chegou a ser de R$ 130 milhões e o Palmeiras vai pagar tranquilamente. Quando a equipe conquista um título, o nosso contrato de patrocínio prevê premiações para o clube. O presidente Maurício Galiotte decidiu em sua gestão que esses valores seriam abatidos dessa dívida. E o Palmeiras tem dois anos para pagar essa conta após a saída dos jogadores. E vamos quitar esse valor da mesma forma como foi feito com o ex-presidente (Paulo Nobre)”.

Leila Pereira foi a primeira mulher a ser eleita presidente do Palmeiras. Hoje, ela é a única mulher na presidência de um clube na elite do futebol brasileiro e falou sobre esta representatividade. Na metade de seu primeiro mandato, Leila tem vontade de permanecer no cargo por mais três anos, mas descarta a hipótese de uma terceira reeleição.

“Estamos em outra era. Essa antiga política, que ia reformando o estatuto para que o presidente se perpetuar no poder, não existe mais. Três anos é o prazo ideal para se administrar um clube de futebol, com uma única reeleição. Quero ficar três anos, se o associado quiser, vou mais uma reeleição e depois quem o nosso grupo decidir eu vou apoiar. Mas eu não vou sair do Palmeiras nunca mais”.

“Primeiro, para mim, é um grande orgulho estar neste cargo. E eu tenho certeza que eu represento todas as mulheres, a força que nós temos… nós podemos estar onde quisermos. O futebol é um ambiente muito masculino, mas eu falo por mim: nunca me senti discriminada porque eu me posiciono sempre. O que diferencia uma pessoa da outra não é o gênero. É a capacidade, a vontade e o desejo de alcançar os objetivos. E eu sei o que eu quero e onde eu quero chegar. Torço para que meu exemplo sirva de força para que outras mulheres lutem para chegar onde quiserem, sem vitimismo. Que a gente consiga alcançar nossos objetivos com muita luta. Não vai cair do céu. Não estou no futebol por causa de cota. Estou porque lutei por isso”.

Leila Pereira assumiu a presidência do Palmeiras no dia 15 de dezembro de 2021 e fica no comando do Verdão até o final de 2024, quando acontecerá uma nova eleição.

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