Na última semana veio à tona o gole milionário sofrido por Mayke, lateral-direito do Palmeiras, e Gustavo Scarpa, ex-Verdão e atual jogador do Nottingham Forest. Além dos jogadores, o caso envolve Willian Bigode, ex-jogador do Alviverde e agora no Fluminense foi quem aconselhou, por meio de sua empresa, os investimentos à Scarpa e Mayke.
Em maio do ano passado, Mayke e Scarpa investiram em criptomoedas em uma empresa indicada pela corretora WLJC, onde o atacante Willian Bigode é um dos proprietários. As empresas prometiam retornos de 3,5% a 5% ao mês nos investimentos, mas não foi o que aconteceu, já que os atletas não conseguiram resgatar o dinheiro investido. Mayke e Scarpa perderam mais de R$ 11 milhões com o investimento.
No último domingo (12), o programa Fantástico, da Rede Globo, divulgou áudios entre Gustavo Scarpa e Willian Bigode sobre o caso.
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“Estou triste, parça, de verdade. Estou triste porque é meu patrimônio”, diz Scarpa em conversa com Bigode, segundo revelado no programa.
“Scarpinha, agora não tem nem mais questão de confiança, irmão. Questão que agora é orar. Fazer o que eu sei. Agora é esperar no senhor”, responde Bigode.
“Bigode, o meu advogado está me orientando a fazer um B.O., mano. Criminal. Na polícia mesmo. Pelo respeito, amizade, consideração e amor que eu tenho por você, queria te dar um toque antes. Infelizmente, vou ter que falar da sua empresa. É meu patrimônio quase todo. Eu não posso correr esse risco de perder”, afirma Scarpa.
Willian Bigode revelou que também foi lesado. Em depoimento à polícia, Bigode afirmou que perdeu R$ 17,5 milhões, enquanto a sócia dele, Camila Moreira Fava, perdeu R$ 1,6 milhão.
“Sempre via as pessoas burras que caíam em pirâmide, essas coisas de estelionatários. E me ver numa situação dessa, para mim, está sendo horrível. É meu patrimônio quase todo. Eu não posso correr esse risco de perder”, disse Scarpa.
“Nunca tinha dado problema, nada. E você vai criando essa confiança. Metade do meu patrimônio. Você tá doido, tô aqui desesperado. Mas fica tranquilo que você vai, dentro dos seus direitos, óbvio, ter o dinheiro de volta. Fica tranquilo, tá bom, Scarpinha?”, afirmou Bigode, em outra mensagem.
O Fantástico revelou ainda conversas do meia com Gabriel Nascimento e Jean Ribeiro, donos da Xland.
“Fica em paz que eu quero lhe pagar. Não quero ficar recebendo mensagem sua direto, não. Não aguento mais receber mensagem sua”, escreveu Gabriel Nascimento a Scarpa, por mensagem de texto.
“Não aguenta mais? Você me rouba, e você não aguenta mais? Você roubou minha família”, rebateu Scarpa.
“Cadê os seguros das pedras preciosas? Cadê tudo aquilo? Tudo patifaria. Eu me meti com estelionatários. Jamais imaginei passar por isso na minha vida”, diz Scarpa a Jean Ribeiro.
A reportagem revelou ainda que Scarpa lidou com todo problema referente ao golpe na fase final do Brasileirão, vivendo sua despedida do Palmeiras. No dia 2 de novembro, quando o clube se sagrou campeão do Brasileiro, a Xland depositou R$ 1,2 mil na conta de Scarpa.
“Quando chega na minha conta R$ 1,2 mil, eu falei: ‘Eles estão de sacanagem com a minha cara. Não é possível’. Eu tendo final de campeonato hoje, completamente desconcentrado. Por que você não me faz a transferência agora, nesse exato momento?”, perguntou Scarpa a Gabriel Nascimento.
“Eu vou te fazer. Eu vou te fazer a transferência”, respondeu o dono da Xland, que não efetuou a devolução do dinheiro.
“Eu, campeão brasileiro, quase que chorando por dentro. Comemorando, e um vazio, falando: ‘Mano, onde eu fui me meter?’ Que arrependimento do caramba”, afirmou Scarpa, em outro áudio.
De acordo com as conversas que o Fantástico teve acesso, há indícios de que o goleiro Weverton também perdeu dinheiro com o golpe. Ele foi procurado, mas não quis se manifestar sobre o assunto.
Scarpa ironiza mensagem de Willian Bigode
Na manhã desta segunda-feira (13), Gustavo Scarpa usou suas redes sociais para ironizar uma das mensagens de Willian Bigode reveladas pelo Fantástico.
“Estou precisando orar mais. Realmente!”, postou Scarpa ironizando a fala de Bigode ao dizer que “questão que agora é orar”, em uma das mensagens ao meia.
Gustavo Scarpa pede a rescisão dos contratos assinados e o ressarcimento dos R$ 6.300.000,00 investidos. De acordo com o meia, o prazo para devolução do valor era no dia 19 de agosto de 2022, o que não aconteceu. O processo de Scarpa corre na 10ª Vara Cível de São Paulo.
O lateral-direito Mayke também processa as empresas. Em seu caso, o prazo para a devolução do dinheiro seria no dia 12 de outubro de 2022, o que também não ocorreu. O lateral também pede as rescisões contratuais e a devolução de R$ 4.583.789,31 que foram investidos, mais R$ 3.250.443,30, que seria referente à rentabilidade do período, totalizando um valor de R$ 7.834.232,61. O processo de Mayke está na 14ª Vara Cível de São Paulo.
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