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A gestão Mauricio Galliote a frente do Palmeiras e os equivocos cometidos entre 2017 e inicio de 2020

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O atual momento do Palmeiras reflete as tomadas de decisões equivocadas desde o início da gestão de Mauricio Galliote. Após o enea Campeonato Brasileiro de 2016 ainda sob o comando de Paulo Nobre, o clube precisou repensar o planejamento da próxima temporada após a saída do técnico Cuca, contudo com as diretrizes já definidas para a passagem do poder para as mãos do atual presidente Mauricio, que manteve o departamento profissional de futebol e toda a estrutura administrativa.

O principal objetivo esportivo para para temporada consistia na disputa do titulo da Libertadores, o técnico escolhido para a missão era o promissor Eduardo Baptista, vindo de bons trabalhos a frente de Sport e Fluminense. A aposta baseava se em um treinador da nova geração com conceitos modernos, visando a posse de bola e que agregasse o plano estratégico da utilização da base dos próximos anos.

As contratações seguiam o modelo pensado na aquisição de jovens promessas com possibilidade de valorização, oportunidades de mercado e na mescla com jogadores experientes e vencedores.

O modelo tático estabelecido para 2017 baseava-se no 4-1-4-1 e buscava jogar através de aproximações e triangulações, contudo o time não se encontrava em campo, a principal contratação para o elenco o então Rei da América, Miguel Borja se mostrava tímido e não adaptado ao futebol brasileiro. Após jogos inconsistentes e com a eliminação no Campeonato Paulista, Baptista não resistiu e o Palmeiras voltou a recorrer ao treinador Cuca.

Cuca encontrava um elenco um pouco diferente, com peças que não se encaixavam com a sua visão de futebol, solicitando a contratação de um volante de maior mobilidade e um novo atacante, a vaga do meio campo era preenchida pela chegada do Bruno Henrique. Para o ataque após a primeira opção Richarlison não ter se concretizado, o técnico solicitou a contratação do atacante Deyverson, destaque do Alavés na La Liga, elogiado pelo então técnico do Barcelona Luis Henrique e disputado por clubes médios da Europa, o centro avante chegou ao Brasil por €5M e proporcionaria ao treinador a tentativa de reviver a estratégia vitoriosa no Galo.

Porém após polemicas e péssimo futebol, Cuca não terminou a temporada e muitos problemas passaram a externarem se no clube, algumas contratações até então comemoradas eram tidas como fracassos e o caldeirão impossibilitou a aposta em jovens jogadores da base.

O Palmeiras terminava o campeonato brasileiro de 2017 como o time que menos havia utilizado a base, porém as perspectivas para 2018 eram diferentes, o lateral-direito João Pedro, o esquerdo Victor Luis e o atacante Arthur retornariam de empréstimo e integrariam o plantel.

A temporada 2018 novamente se inicia com a aposta em um técnico tático e moderno, desta vez aposta era em Roger Machado, com um elenco ainda mais vultuoso com as chegadas de Lucas Lima e Gustavo Scarpa, o time passa a jogar um bom futebol no modelo tático 4-1-4-1 com passes em proximidade e diagonais curtas, Borja estava encaixado no time, se tornando artilheiro da Libertadores e Campeonato Paulista, enquanto Deyverson não era sequer utilizado.

 Contudo após início promissor, o baixo rodizio de jogadores em um elenco tão qualificado, a pouca identificação do técnico com a torcida alviverde e a baixa capacidade de gestão novamente arruinaram os planos da diretoria em um trabalho a longo prazo.

Assumia então Luiz Felipe Scolari, adepto de um sistema mais pragmático, apostando em uma defesa solida e em contra-ataques de rápidos, diretos e com muitas bolas longas e cruzamentos, jogadores mais fixos em um 4-2-3-1 de linha baixa

O modelo de jogo do Palmeiras novamente era alterado na temporada, Deyverson então encostado passou a ter chances e Borja em boa fase já não mais correspondia no estilo adotado, assim como os jogadores menos rodados também não receberiam mais oportunidades, mas a melhora na gestão da equipe e o rodizio entre times A e B proporcionaram folego e qualidade para o Palmeiras ser Deca Campeão Brasileiro.

Entretanto Felipão a solução de 2018 também trouxera alguns problemas para a gestão palmeirense, o treinador historicamente não trabalhara com jovens ou com jogadores que por ele não eram indicados, alguns jovens destaques nacionais já haviam sido contratados como Zé Rafael, Artur Cabral e Matheus Fernandes e a base alviverde que vivera seu melhor momento com jogadores despontando nas categorias sub 17 e sub 20 não teriam suas promessas promovidas, aliás o ponta veloz Fernando ainda em 2018 havia recebido a permissão da comissão técnica para ser negociado por €5M.

A arapuca estava armada, a diretoria era menor do que o técnico, o planejamento inicial haverá sido deixado de lado novamente, as promessas da base não seriam incorporadas ao elenco principal, jogadores pouco utilizados receberam renovações de contrato e os que estavam no planejamento para serem vendidos como Bruno Henrique e Deyverson seriam segurados pelo treinador, Borja que não se encaixava no modelo do treinador e estava encostado não recebia propostas  e as promessas contratadas não receberiam oportunidades. O promissor Arturzinho foi emprestado ao Bahia para que os contestados Felipe Pires e Carlos Eduardo fossem contratados, aliás o segundo por um valor exorbitante de €5,5M.

Iniciávamos um promissor 2019 devido a sequência do trabalho Deca Campeão, porém que arruinaria novamente o planejamento estratégico da gestão esportiva e utilização da base, a recusa de ofertas por jogadores já rodados e o alto custo da manutenção do elenco, obrigou o Palmeiras a vender promessas da base como Vitão e Luan Candido com históricos de seleção sem ao menos testa-los.

A não vinda de resultados impulsionou o torcedor a abraçar alguns protestos até então realizados apenas pela principal organizada do clube. Os protestos eram desproporcionais ao momento vivido e possuíam alegações as quais nunca foram provadas. Nitidamente atos políticos que tiveram o aporte da torcida comum. A pressão aumentou, e pelo terceiro ano da gestão Galliote o treinador era demitido durante a temporada, a chegada do Mano Meneses contestado pela torcida também não vingou e o ano de 2019 terminava sem títulos e sem técnico.

E se não bastasse o ano de 2019 decepcionante esportivamente, o então diretor de futebol Alexandre Mattos, também haverá sido desligado e jogadores que outrora eram valorizados pelo mercado, estavam desvalorizados e desacreditados. O resultados financeiros também apresentavam declínio, e a transparência da diretoria antes um dos pontos elogiados da gestão, passou a se ter um lado obscuro com a não publicação dos balanços mensais, e nem mesmo do números de sócios do Avanti, que aliás se em Fevereiro de 2017 havia atingido o topo do Ranking nacional com 127 Mil sócios, na ultima divulgação em Dezembro de 2019 eram apenas 60 Mil sócios.

O Clube Social e esportes amadores também fechava o ano de 2019 com prejuízo recorde, aliás desde 2017 os números deste setor têm sido negativos, segundo os balanços oficiais do clube foram registrados -R$6.7M em 2017, -R$18.6M em 2018 e -R$23.6M em 2019, aumentos de despesas consideráveis sem retorno financeiros. Para cobrir estes rombos financeiros a administração do clube recorre ao futebol profissional, afetando o fluxo de caixa da principal atividade da sociedade esportiva Palmeiras.

Os números do abandono do plano estratégico para o futebol profissional, também são de fácil interpretação no balanço do Palmeiras, quando somamos os resultados financeiros do futebol profissional e amador, é possível ver Superávit  em queda, com 2017 apresentando o resultado positivo de R$63.8M, 2018 R$49.3M e em 2019 de apenas R$25.4M. A não venda de jogadores como Deyverson e Bruno Henrique com proposta de €12M e €5M não somente afetaram um melhor resultado financeiro no final de 2019, como também restringiram as chances de jogadores que deveriam ter se valorizado como Artur Cabral e Matheus Fernandes, para que ambos pudessem ser vendidos por um alto valor em 2020.

O Palmeiras claramente estava em um caminho que não deveria estar, e a direção precisava intervir, o plano de utilização dos jogadores da base seria implementado como medida de urgência para redução de despesas no futebol, jogadores como Jean, Borja, Deyverson e Carlos Eduardo foram negociados por empréstimo para reduzir a folha salaria, o ídolo Prass não teve o contrato renovado e as revelações Matheus Fernandes e Arthur foram negociadas por valores que podemos considerar abaixo de mercado.

O departamento de futebol passou a ser gerido pelo comitê gestor, o qual incorporou ao Palmeiras o diretor de Futebol Anderson Barros e o técnico Vanderlei Luxemburgo, este ultimo o qual assim como Scolari chegou no Palmeiras pela importância do seu nome na história do clube, porém com a missão de utilizar e valorizar nossos jovens da base.

Logo no inicio de 2020 a diretoria atual, demonstrou desconhecimento e despreparo para lidar com as negociações no meio do futebol, na contratação do atacante Rony, a qual se arrastou por 2 meses, foi finalizada no valor de €6M por 50% do jogador de 24 anos, o qual desempenhava uma função de puxada de contra ataques no Athlético Paranaense, um time organizado, entrosado e com destaques como Renan Lodi e Bruno Guimarães. Era nítido que o valor da aquisição estava fora da realidade de mercado do atleta, e os números se tornavam ainda mais absurdos quando comparados as vendas de 90% do Arthur por €5,5M e 100% do Matheus por €7M, ambos com 21 anos e histórico de seleções de base.

Portanto a manutenção de um técnico é fundamental para o sucesso esportivo e financeiro de 2020 e de 2021, com a retomada do plano estratégico de 2017 e principalmente para o estabelecimento de um modelo de jogo que encaixe as peças certas. Contudo a incoerência da diretoria e falta de transparência, tem ligado o alerta dos Palmeirenses, se a mesma no momento exato em 2019, não tivesse se omitido, e em consequência mantido o plano de utilização de base e efetivado as vendas planejadas, o clube estaria em melhores condições financeiras neste momento. Agora cabe a nós torcedores fiscalizarmos a atual direção para que a mesma não realize vendas com valores abaixo do aceitável, não realize a aquisição de um novo Rony, e principalmente que estanque os prejuízos do Clube Social.

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