Palmeiras e São Paulo chegaram a um acordo para que os clubes utilizem o estádio do outro quando o seu estiver indisponível devido à realização de outros eventos. Neste sábado (4), por exemplo, o Verdão manda o clássico contra o Santos no Morumbi, já que o Allianz Parque recebe um evento de carnaval.
Depois dos clubes anunciarem o acordo, um grupo de conselheiros da oposição do Palmeiras pediu a suspensão do acordo, mostrando ser contrário à ideia.
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“O acordo feito entre nossa diretoria e a do São Paulo Futebol Clube, para locação mútua dos estádios, é uma tragédia anunciada. Além do risco real de episódios de violência, também se ampara em um flagrante desrespeito a nossa história, inclusive bem recente, no que diz respeito ao relacionamento com o clube rival”, escreveram os conselheiros da oposição.
“Enquanto conselheiros da Sociedade Esportiva Palmeiras, por meio deste requerimento, postulamos que seja imediatamente suspenso este acordo amplamente noticiado e não negado, cujas consequências recairão sobre todos aqueles que promoverem tal absurdo, sejam eles integrantes da nossa coletividade, dos órgãos públicos e mesmo da agremiação rival”.
“Entendemos que jogar no Estádio do Morumbi não é um problema. A seguir, vamos destacar os motivos pelos quais há enorme diferença entre jogar lá e recebê-los aqui. Não custa lembrar que bem recentemente, no dia 23/08/2020, o Palmeiras enfrentou o Santos no Morumbi, sem que houvesse nenhuma reciprocidade. Pagamos o aluguel e pronto!”.
A nota, assinada por 34 conselheiros da oposição, cita também a questão da segurança, já que o entorno do Allianz Parque é composto por lojas do Palmeiras, bares de torcedores palmeirenses e sedes de torcidas organizadas. Além de citar as divergências que as diretorias dos clubes tiveram no passado.
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“Ao longo da história, foram diversas as ocasiões em que o São Paulo Futebol Clube atentou contra o Palmeiras, inclusive nossa casa. Foi assim em 1942 , quando articulou a tomada do nosso patrimônio. Em 1994, o rival esburacou o próprio gramado para que não pudéssemos jogar lá em uma partida cujo mando era determinado pela Federação Paulista. Em 2005, pelas oitavas de final da Libertadores, o clube da Vila Sônia tentou impedir que jogássemos a partida com mando do Palmeiras em nosso estádio, obrigando a PM a fechar quase um terço das arquibancadas. Em 2014, após tumultuar as negociações de renovação de um jogador com o Palmeiras, o então presidente do São Paulo apareceu comendo bananas e ridicularizando nossa instituição, a quem dizia estar se ‘apequenando”.
“O Palestra Itália foi erguido com o suor de abnegados palestrinos e palmeirenses ao longo de mais de um século. Poucas coisas nos desrespeitam mais do que permitir que um rival, por inúmeras vezes desleal, se aproprie de nossa casa, que agora oferece um conforto e facilidade que ele não encontrará por perto. Pior ainda se este acordo beneficia apenas o rival e empresas privadas, como se o Palmeiras fosse simplesmente um locatário de sua própria casa. Neste mal-ajambrado pacto, à exceção do Palmeiras, todos saem sorrindo: o rival terá um estádio para as finais que jamais sonhou; a WTorre lucrará com essa locação e tantas outras que a porta agora escancarada permitirá; os dirigente podem posar como grandes executivos que pensam o futebol como negócio, excluindo o desejo da torcida desta equação”.
Procurado pela ESPN, o Palmeiras se pronunciou e afirmou que os órgãos de segurança aprovaram o acordo entre os clubes, assim como o Departamento de Futebol, que aprova o gramado do Morumbi.
“A atual gestão do Palmeiras ressalta que o acordo com o São Paulo foi feito com a autorização dos órgãos de segurança e em conformidade com o Departamento de Futebol, que priorizou aspectos técnicos, entre eles a qualidade do gramado do Morumbi. Se quisermos melhorar o futebol como um todo, temos de deixar de lado antigas divergências e olhar para frente”, escreveu o Palmeiras.
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