As diretorias de Palmeiras e São Paulo selaram um acordo para a utilização de seus estádios quando não puderem jogar em casa devido à eventos nas arenas. O Verdão mandou o clássico contra o Santos no Morumbi, enquanto o Tricolor jogará as quartas de final no Allianz Parque.
A decisão tem gerado polêmica devido à um rival mandar o jogo na casa de outro. Nesta quarta-feira (8), a maior torcida organizada do Palmeiras, Mancha Alviverde, emitiu um comunicado oficial repudiando o fato do São Paulo jogar no Allianz Parque.
Na nota, a diretoria da Mancha criticou nominalmente a presidente Leila Pereira, afirmando que a mandatária tomou a decisão sem comunicar ninguém e que “nenhum equívoco cometido neste primeiro ano de gestão se equipara à inaceitável decisão de ceder o Allianz Parque ao clube que, décadas atrás, tentou tomar a nossa casa”.
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A nota assinada pela diretoria da Mancha Alviverde termina afirmando que “a realização desta partida lamentável no Allianz Parque constitui uma afronta à nossa história, aos nossos símbolos e à nossa coletividade. E é uma página tenebrosa a desonrar a memória dos bravos palestrinos da Arrancada Heroica, que protegeram o nosso estádio do ataque inimigo”.
Logo após a nota ser divulgada, Leila Pereira concedeu uma entrevista à ESPN e comentou sobre o comunicado feito pela Mancha Alviverde. A presidente esclareceu que não tomou a decisão sozinha, ressaltando que os clubes são rivais dentro de campo e que não administra de acordo com nota de organizada.
“Eu acho que cabe ao dirigente, ao presidente de um clube da grandeza do Palmeiras não fomentar violência. O que eu quero ver dentro do estádio, no Allianz Parque ou quando o Palmeiras jogar no Morumbi, quero ver mulheres, crianças, famílias irem lá celebrar o nosso time. É uma festa, é um espetáculo, eu não quero ver barbárie, pessoas brigando, eu não vou fomentar isso jamais, nós somos rivais dentro de campo”, iniciou Leila Pereira.
“Eu não administro o Palmeiras segundo nota de torcida organizada. Torcida tem que torcer, eu sou a presidente do Palmeiras, eu dirijo o Palmeiras. Se alguém da organizada quiser dirigir o Palmeiras é fácil, seja sócio do Palmeiras, seja conselheiro do Palmeiras, se candidate a presidente do Palmeiras e vá dirigir o Palmeiras”.
“Eu sei o que é melhor para o Palmeiras, porque eu estou no dia-a-dia, eu trabalho diariamente ali. Eu sei que o melhor para o nosso futebol seria jogar no Morumbi, para jogar no Morumbi eu fiz um acordo com o presidente Júlio Casares e um acordo justo deles jogarem no Allianz Parque”, finalizou.
Confira na íntegra a nota da Mancha Alviverde
“UMA AFRONTA À NOSSA HISTÓRIA!
As críticas que fizemos até aqui à presidente Leila Pereira refletem visões distintas sobre prioridades de investimento do clube. Mas nenhum equívoco cometido neste primeiro ano de gestão se equipara à inaceitável decisão de ceder o Allianz Parque ao clube que, décadas atrás, tentou tomar a nossa casa.
Leila tomou tal medida sem consultar ninguém e, mesmo diante da repercussão negativa entre os palmeirenses, seguiu adiante com um acordo que só é bom para o nosso inimigo.
Ao longo do último mês, Leila foi alertada dos riscos de tal arranjo, primeiro em uma carta aberta assinada por 34 conselheiros e depois em conversas com inúmeras pessoas influentes e que conhecem a fundo a história do clube. E o que fez a mandatária? Simples: ignorou a sensatez dos que cumpriram o dever de aconselhá-la.
Alheia às vozes divergentes, ela segue tomando decisões monocráticas e que parecem atender mais a suas aspirações pessoais do que aos interesses da coletividade palmeirense.
O empréstimo do Allianz Parque a um clube inimigo desconsidera uma série de fatores: o entorno do estádio, com a presença de incontáveis sedes de torcida, lojas, bares e estabelecimentos que respiram Palmeiras; o direito de ir e vir dos associados do clube social; e mesmo a segurança dos moradores de um bairro alviverde como nenhum outro.
A revolta entre os palmeirenses é consensual, mas, ao que parece, a mandatária prefere dar ouvidos ao dirigente rival que, há menos de um ano, atuou nos bastidores para tentar impedir que o Palmeiras jogasse em casa a final do Paulistão – lembram-se disso?
A realização desta partida lamentável no Allianz Parque constitui uma afronta à nossa história, aos nossos símbolos e à nossa coletividade. E é uma página tenebrosa a desonrar a memória dos bravos palestrinos da Arrancada Heroica, que protegeram o nosso estádio do ataque inimigo.
Diretoria Mancha Alvi Verde”
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