O Palmeiras mostrou mais uma vez porque é o time da virada ao reverter o placar contra o Cerro Porteño, pela Libertadores, na noite de quinta-feira (20). O Verdão venceu por 2×1, após tomar um gol logo nos cinco minutos do primeiro tempo, com gols de Gustavo Gómez e Rafael Navarro.
Com uma atuação abaixo do normal na primeira metade do jogo, os gols da vitória saíram somente no segundo tempo. Ao fim da partida, Abel Ferreira revelou o ponto crucial para a virada do Palmeiras, a calma.
“Não vivo do “se”, mas se estivéssemos perdidos não seria o fim do mundo, ia complicar mais o grupo. Pedi a eles mais calma, já fui jogador e sei que ninguém entra para jogar mal. Se igualarmos o competitivo dos nossos rivais, estamos mais pertos de vencer porque temos qualidade. Se ficarmos esperando não vai resolver. O nosso adversário correu muito na primeira etapa, a marcação encaixou bem e tivemos menos criativos, mas mais por méritos do nosso adversário”, iniciou Abel.
“Para entrarmos no jogo outra vez, além das alterações táticas, não há tática que resolve se não recuperássemos nossa base. Fico feliz por eles terem entendido isso, fico feliz pelos nossos jogadores”, destacou.
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Um ponto que deve ser ressaltado é que o Palmeiras entrou em campo com uma série de desfalques por lesões, além de Murilo cumprindo suspensão. Os problemas físicos se tornaram recorrentes no elenco nos últimos dias e a intensa maratona de jogos pode ser citado como uma das causas.
Precisando montar o time com jogadores que não atuam juntos com frequência, Abel foi perguntado sobre o tempo que teve para preparar a equipe e desabafou sobre o calendário e as constantes trocas de técnicos no futebol brasileiro.
“É o campeonato que temos, é a programação que temos. É superação. Depois falam: ‘ah, a equipe não está tão fresca’. A gente não descansa, temos 6 ou 7 jogadores lesionados. Felizmente, hoje, acho que ninguém se lesionou. Não sei se sábado à tarde para hoje faz 72 horas. Isso na Europa é impossível de acontecer. Num lugar onde as coisas são bem organizadas e bem feitas e com competência, é impossível acontecer. Mas aqui é tudo assim, a gente vai, a gente joga, um jogo de cada vez”, disse.
“Querem jogos intensos, qualidade de jogo, que as equipes façam 6, 7 gols. O que eu pedi para a minha diretoria foram pelo menos 3 dias para ter um descanso completo, mas não é assim que funciona, vamos continuar subindo a montanha. O que vai acontecer a seguir não interessa, porque vocês não querem saber. O treinador é despedido, alguém perguntou ao Lázaro se tinha tempo para treinar, recuperar os jogadores. Alguém quer saber? Vocês metem pressão na diretoria, quem despede os treinadores são vocês, influenciam as diretorias”, continuou.
“O que vocês tem que fazer: durante os últimos 10 anos, quais foram as equipes que trocaram o treinador e, pela probabilidade, viraram os resultados, chegaram na final. Não há milagres. Nós estávamos falando com nossos assistentes brasileiros que já foram dois portugueses (António Oliveira e Vítor Pereira) e dois brasileiros (Guto Ferreira e Fernando Lázaro), está 2 a 2. Com a quantidade de jogos que há, as pessoas esperam o quê? Querem que ganhem todos, que ganhe o Palmeiras, o São Paulo, o Corinthians, o Flamengo… só um pode ganhar. Até o Guardiola foge do Brasil. Só um pode ganhar, e as pessoas não conseguem entender isso”, finalizou.
O próximo compromisso do Palmeiras já é neste domingo (23), pelo Brasileirão. O Alviverde viaja até o Rio de Janeiro para encarar o Vasco, no Maracanã, às 16h (de Brasília).
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